5 lições dos Beatles para profissionais de Relações Públicas

O exemplo de uma marca forte que é lembrada através de gerações!

Nem preciso falar muito do sucesso dos Beatles. Mesmo depois de mais de 50 anos do auge da banda, ainda há “beatlemaníacos” pelo mundo e, principalmente, as músicas sendo escutadas e compartilhadas de geração a geração.

A banda dona do maior número de hits da história sempre esteve à frente do seu tempo, inovou, produziu clássicos atemporais, fez música por amor e criou uma marca forte na história que perdura na lembrança até hoje.

Como uma boa fã e Relações Públicas, separei cinco pontos da trajetória dos meninos do Liverpool que me chamaram atenção e que podem servir de lição para os profissionais:

1. Construção de marca

“E afinal? O que é rock’n’roll? Os óculos do John ou o olhar do Paul?”

A música do Engenheiros do Hawaii reflete bem algumas das lembranças de marca da banda. Seja através das características de cada um dos integrantes, dos cortes de cabelo, das roupas ou dos discos marcantes… os Beatles construíram, promoveram e preservaram uma imagem, mesmo contando com diferentes fases e influências:

O que distinguiu os Beatles dos demais, foi justamente isso: ao não se rotular, eles alcançaram a todos, não somente um público específico. Tudo isso sem perder a essência da banda que começou pequena, em um pub local, o Cavern Club.

“Estimulei-os a tirar as jaquetas de couro e, então, proibi que aparecessem de jeans. Depois disso, fiz com que usassem suéteres no palco e, por fim, com muita relutância, ternos. Ah, e proibi que eles fumassem e bebessem no palco também, hábitos pouco condizentes para uma banda que busca o sucesso”. (Empresário — Brian Epstein*)

Os principais atributos, responsáveis pela simpatia do público frente a banda foram a originalidade, o entusiasmo e o senso de humor.

Dica: A personalidade da marca é um conjunto de características humanas atribuídas à marca. É definitivamente algo a que o cliente pode se relacionar. Por isso, é tão importante criar um DNA de marca autêntico, é o que vai gerar empatia e diferenciação.

2. Conhecimento do público

Os próprios integrantes da banda eram jovens, educados, estavam no meio do seu público e captaram com rapidez a necessidade de haver alguém que se posicionasse do jeito que aquela juventude necessitava. Isso, além a espontaneidade e irreverência, ajudou a estabelecer empatia.

A banda também soube como ninguém a ler o contexto político-social da época e levar isso às suas canções o que gerou conexão com o público e fez com que ele se tornasse embaixador da sua marca.

Dica: Quanto mais conhecemos nosso público e seus anseios, mais conseguimos criar conteúdos e estratégias direcionadas a ele e que gere resultados positivos.

3. Bom produto

Os Beatles não inovaram apenas na marca pessoal mas também no produto, eles não seguiram as tendências da música da época, mas criaram as suas próprias. As letras, harmonias, batidas, o estilo de música serviu de inspiração e suas influências estão presentes até nos dias de hoje. A banda foi uma máquina de criação de músicas ao longo dos anos, lançaram dezenas de álbuns e viram 27 das suas músicas atingir a posição n.º 1 das paradas internacionais.

Dica: Uma boa presença, divulgação e o estabelecimento de um público ansioso por consumir o que é seu não adianta nada se não há uma entrega igualmente satisfatória. Um bom marketing não vai salvar um produto/serviço ou ainda um atendimento mediano ou ruim.

4. Engajamento

Muito antes de existir redes sociais, lives e stories…os Beatles eram influenciadores natos:

Eles estabeleceram sua audiência e souberam fazer não só com que as pessoas os ouvissem, mas falassem sobre eles. Eles geravam a conversa, como? Desenvolveram um relacionamento forte com seus fãs que estavam constantemente envolvidos com eles através de suas músicas, apresentações, revistas mensais, fotos, vídeo clipes e filmes.

Eles inclusive tinham uma secretária, Freda Kelly, responsável por responder a todas as cartas dos fãs e buscavam criar atenção para todos seus assuntos: viagens, moda, e querendo ou não, para a vida particular. A imprensa, ajudou muito nisso: seguidamente estavam nas manchetes de tablóides, com traições, brigas e ainda na boca do povo através de teorias como a “a culpa de tudo é da Yoko Ono” e de que “Paul McCartney está morto”.

Dica: Hoje há infinitos recursos para você se aproximar do seu público, através do digital. Use essas ferramentas de transparência a seu favor e crie conteúdos que engajem o seu público.

5. Estratégia

Um dos objetivos dos Beatles para tornar sua música globalmente conhecida era conquistar os Estados Unidos. Para isso trabalharam em cima do diferencial: sair do estilo e temas convencionais da música popular americana e desenvolver um som que explorasse a criatividade e individualidade.

A estratégia de promoção para conquistar o coração da indústria musical americana começou meses antes, com o apoio da gravadora e do empresário, que armaram um esquema de divulgação com peças publicitárias, aparições promocionais e ações com as lojas de discos e rádios dos EUA.

Assim que os Beatles pisaram pela primeira vez em solo americano, milhares de fãs entraram em delírio e o que ocorreu depois dali, ou seja, o final dessa história a gente já conhece. ;)

*http://portalbeatlesbrasil.com.br/new/entrevista-com-brian-epstein-publicada-na-veja-em-1964/