A que futuro você pertence?

As relações públicas e seu papel no despertar da nova consciência

Muriel Felten
Fantástico Mundo RP

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A semana que se encerra teve, mais uma vez, uma enxurrada de notícias envolvendo o mundo da comunicação. Só na nossa fanpage, analisamos o caso da escola IENH, a sacada genial do programa Mais Você e a campanha incrível recém lançada pela Heineken, além de chamar nossos seguidores à reflexão com a indicação do livro Propósito, de Sri Prem Baba. O que essas e outras discussões e reflexões, que, diariamente, pipocam na nossa timeline, têm em comum é que elas são sinais do movimento de mudança cultural por que passa nossa sociedade.

Olhando para o mundo RP, os portais especializados em carreira e comunicação trazem, em suas notícias recentes, a informação recorrente de que relações públicas é a profissão do futuro. Então, qual a relação entre o movimento natural de questionamento e enfrentamento de valores arcaicos e promoção de práticas para a nova consciência coletiva e a valorização cada vez maior do profissional de RP? E, mais, por que nossa atividade, nos dias de hoje, ainda não é compreendida como deveria?

Tenho pesquisado bastante a respeito das razões de tantas mudanças e me dei conta de coisas bem interessantes e que têm relação direta com a nossa profissão. Estivemos, até então, em uma sociedade de pensamento cartesiano, em que o motor do crescimento era a mente e as respostas consideradas eram as objetivas e práticas. Um comportamento masculinizado, que acelerou o desenvolvimento tecnológico e as descobertas científicas, entre outros avanços, mas, por outro lado, criou uma sociedade individualizada, machista e que compreende pouco as questões subjetivas da existência humana. É de se esperar, portanto, que, neste contexto, comunicação seja entendida como marketing, propaganda ou promoção e que não haja espaço para o trabalho pleno de tudo que um RP tem a oferecer.

Estamos, agora, em um momento de transição para a visão sistêmica, pautada pelo autoconhecimento e compreensão de que somos parte de algo maior. Nesta realidade, é hora de conciliar ao invés de brigar, de buscar soluções para todos os envolvidos e não lucro e sucesso a qualquer custo. As pessoas e, por consequência, as organizações em que elas trabalham começam a entender que é, não só possível, como necessário contribuir para o futuro de forma positiva e comprometida.

E nós, RPs, que durante a faculdade e em nossas experiências profissionais convivemos com um certo incômodo não identificado, sem conseguir expressar nossa verdadeira vocação, enxergamos neste novo cenário um campo amplo de atuação, onde poderemos atuar como conexão entre os públicos, planejar ações de relacionamento com respaldo dos superiores e ter mais liberdade para criar e executar. Não é por acaso que, a cada dia, surgem novos Relações Públicas empreendedores, trabalhando com metodologia própria e criando novas realidades para seus clientes.

Uma passagem do livro indicado, que prega o autoconhecimento e a busca do propósito de vida, resume o objetivo da obra e, a meu ver, fala muito sobre a missão que temos como RP por aqui:

“Já deve estar claro que só é possível brilhar quando trabalhamos para que o outro também brilhe; só é possível se curar, quando trabalhamos para que todos se curem; só é possível realizar o nosso propósito quando trabalhamos para a realização do propósito do outro.”

Com tudo isso, fica claro que a responsabilidade é grande, na mesma medida da importância da nossa profissão. Vamos, então, arregaçar as mangas, unir forças e construir as pontes que levarão marcas e pessoas para uma relação mais equilibrada e justa. Só isso, nem é muito, não, neh?!

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