Agosto lilás — A responsabilidade do profissional de comunicação
Essa música, eternizada na voz de Elza Soares em 2015, conta a história da mãe de Douglas Germano, compositor da canção e é a realidade de muitas mulheres no Brasil.
A violência doméstica cresceu ainda mais na pandemia que obrigou muitas mulheres a ficarem confinadas com seus abusadores. Diferente do que muitas pessoas pensam, a violência não se resume apenas à forma física, é todo ato que resulte em morte ou lesão física, sexual ou psicológica de mulheres, tanto na esfera pública quanto na privada.
Imagens como as que circularam nos últimos dias na internet do DJ Ivis agredindo sua ex-mulher são chocantes e causam indignação, mas poucas vezes o agressor foi prejudicado profissionalmente, sempre acontece o famoso “passar o pano”, muitas vezes a violência é relativizada e naturalizada, e o abusador sofre poucas consequências na sua trajetória profissional e pessoal.
Surpreendentemente este caso teve repreensão rápida das gravadoras, empresário e outros músicos que trabalharam com o DJ, mesmo ele tendo ganhado seguidores logo após o episódio.
Um levantamento realizado pelo Instituto Maria da Penha apontou que apenas 19% das empresas do Brasil combatem a violência contra a mulher e em menos de um terço é feito o monitoramento e a intervenção dos casos de agressão contra alguma funcionária. Em contrapartida, 55% das empresas declararam não possuir nenhuma política de enfrentamento. Fonte: PIXMIDIA
Nosso dever como profissional de comunicação é de “meter a colher”, você aí já pensou o que pode fazer para mudar essa realidade?
Uma oportunidade é o Agosto Lilás, mês que se comemora o aniversário da Lei Maria da Penha de 2006 e convida à reflexão e conscientização pelo fim da violência contra a mulher. Aproveite para divulgar os serviços especializados da rede de atendimento à mulher em situação de violência e os mecanismos de denúncia existentes, ofereça apoio psicológico e advocatício. Faça ações de mobilização, palestras e rodas de conversa, post nas redes sociais, converse com seu público interno, mas não esqueça de seus clientes, fornecedores.
Comece a mudança pelo que está perto de você, ao seu alcance, e faça com que suas ações influenciem todos ao seu redor.
O objetivo é trazer o tema do enfrentamento à violência doméstica contra a mulher para o dia a dia das empresas, bem como que os gestores possam oferecer uma escuta ativa às vítimas e que todos sejam capazes de multiplicar os conceitos aprendidos.
Nós profissionais de comunicação, que falamos com os diversos públicos da empresa temos a responsabilidade de influenciar ações positivas. As causas não são da sociedade e dos governos, elas são nossas, nós podemos fazer a diferença.
Faça um calendário de datas importantes para sensibilização destes temas.
Combater a violência doméstica contra a mulher é uma tarefa de todos, inclusive NOSSA!
O governo federal oferece os seguintes canais de denúncia:
Disque 100
Ligue 180
Mensagem pelo WhatsApp no número (61) 99656–5008
Telegram, no canal “Direitoshumanosbrasilbot”
Site da Ouvidoria do Ministério
Aplicativo “Direitos Humanos Brasil” (para iOS e Android)
Cê vai se arrepender de levantar a mão pra mim! Denuncie!
