Competências sociais que um Relações Públicas precisa ficar de olho

Mary Gabriela
Fantástico Mundo RP
4 min readMay 4, 2017

--

O que aprendi no universo das Startups!

Esta semana oficializei a minha atuação no ecossistema de inovação e intenso aprendizado que o universo de uma Startup proporciona. Como membro da organização da 1ª Edição do Startup Weekend Women de São José do Rio Preto e atuando como sócia de uma Startup de Comunicação Interna na mesma cidade, a Doohnow, estou mergulhando ainda mais em todos os desafios e oportunidades que estão à disposição para quem quer aprender e colocar alguns velhos conceitos de lado.

Como Relações Públicas, encontramos muitas técnicas e conceitos extremamente alinhados à nossa formação, competências e habilidades muito características do nosso DNA, mas há tantos aspectos que são um pouco distantes do que estudamos na universidade ou do que vivenciamos na prática da comunicação.

Atualmente, a Doohnow passa por um processo de aceleração do Sevna Seed em Ribeirão Preto e é sobre a minha primeira experiência nesse processo que o post de hoje vai tratar.

Resumidamente, o processo de aceleração é uma etapa muito importante que contribui técnica e comercialmente para evoluir o produto/solução ou até mesmo pivotar (O verbo pivotar é uma referência aportuguesada do verbo, em inglês, to pivot, que significa girar) e começar tudo do zero. Com mentorias, disponibilização de ferramentas e workshops, as 5 Startups envolvidas nesta 3ª rodada de aceleração aprendem na prática como agregar mais valor à sua solução e como tornar o seu negócio fundamentalmente repetível e escalável, definições importantes para ser uma Startup, e em um período muito curto de apenas 6 meses.

Hoje foi o meu primeiro dia e pude participar de um workshop sobre Competências Sociais e Construção de Parcerias do Alex Bertoldi, psicólogo e consultor. Apesar do conteúdo ser muito direcionado para as relações que acontecem entre os sócios e os funcionários que trabalham nessa Startup, como RP aproveitei alguns conceitos intrínsecos às relações que estabelecemos com as personas de uma organização.

“Capacidade técnica não diferencia ninguém, apenas nivela.” Alex Bertoldi

A partir dessa frase pode-se refletir muito do que experienciamos no nosso trabalho. Todos os dias vejo excelentes RPs buscando cursos técnicos para dominar ferramentas de edição de imagem, de vídeo, de análises em métricas de reputação e social media. Isso é ótimo, mas não é o que vai diferenciar um profissional dos demais. Ter um currículo excelente não é garantia de nada.

Na realidade, o que nos diferencia são as relações que mantemos e a forma com que nos relacionamos, e não necessariamente com quem nos relacionamos.

Pensando sob esse aspecto, como RPs, precisamos estar atentos não em firmar parcerias ou buscar relacionamento focado apenas na persona, mas também na forma e quando aquela persona/cliente quer se relacionar. Neste caso, a forma pode ser até mais importante que o conteúdo isolado.

No fim do workshop, o ministrante ainda apresentou algumas situações, internas e externas, que podem interferir na forma e até na saúde dessas relações, são elas:

  1. Situações de assimetria: esta relação está ligada aos relacionamentos internos, porém podem contribuir para denegrir ou alavancar as relações da empresa externamente e podem ser:
    - financeira;
    - capacidades e
    - disponibilidade.

Traduzindo, o Relações Públicas deve atuar em busca de um diagnóstico de possíveis situações assimétricas ou crises e identificar o potencial dessas situações em interferir na reputação e imagem da empresa. É sempre importante ressaltar que a atuação deve ser integrada, ou seja, trabalhar de forma conjunta o interno e o externo.

2. Situações de divergência: pode ser muito bem direcionada para a relação da empresa com os seus públicos, sejam eles quais forem, e podem ser identificadas em três aspectos:
- postura;
- propósito e
- valores.
Esses três aspectos podem interferir negativamente no trabalho de construção de imagem e reputação de uma organização. Sua postura deve permanecer estável e ser alinhada aos valores e propósitos que comunica. Do contrário, a divergência está instalada e reverter essa dissonância é muito complexo.

De todo conteúdo apresentado, a informação mais importante é que essas duas situações sempre estarão presentes nas relações e o que vale, nesse momento, é adequar a atitude que pode contribuir para minimizar os efeitos colaterais que elas podem causar.

Cabe ao Relações Públicas, ao gerenciar as relações com as personas definidas pela organização, identificar, administrar e medir os possíveis impactos e as competências que a empresa precisa adquirir para fortalecer ainda mais as suas relações.

E aí, curtiu o conteúdo?
Clica no ❤ e acompanhe as minhas próximas descobertas no ecossistema de uma Startup.

--

--

Mary Gabriela
Fantástico Mundo RP

Relações Públicas — Especialista em Comunicação Interna. conteudista do “Fantástico Mundo RP”, conselheira do Conferp e Gerente de CS da “SimplificaCI”.