Comunicação Interna: o empregado como curador de conteúdo

Fantástico Mundo RP
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3 min readNov 1, 2018

Porque desapegar é difícil, mas é necessário

Imagem FreePik

A Comunicação Interna está vivendo, senão o melhor, mas um momento importante de transformação. Com um olhar cada vez mais estratégico e conquistando seu espaço de direito no board, comunicar-se com os empregados nunca foi tão urgente.

Em tempos de crise de reputação em que a transparência é o principal valor, reinventar-se passa a ser uma obrigação dos gestores de Comunicação Interna. E é aí que entra o desapego. A verdadeira transparência na comunicação só será alcançada quando o empregado deixar de ser o protagonista das campanhas e assumir o papel de curador de conteúdo.

Comunicação com os empregados é uma via de muitas mãos e o velho esquema vertical de disponibilizar informação tem seus dias contados…

… o conteúdo não pode mais ser ditado apenas pela diretoria. Como curador e gestor dos conteúdos, o empregado tem total capacidade e credibilidade para levantar as demandas latentes da companhia.

Mas, para a organização essa transformação vai muito além de dar acesso aos canais de CI para os empregados redigirem textos diversos. Como Agente de Comunicação, o empregado é o interlocutor principal para debater o planejamento da Comunicação Interna para o próximo ano.

Por isso, se você é gestor ou responsável pela CI na sua empresa comece a envolver os colaboradores e dê ouvidos ao que eles têm a dizer. Desapegue de algumas regras e procedimentos e deixe as cartas todas na mesa. Permita que o empregado construa o planejamento na linguagem ideal para o entendimento de todos. Muitas vezes perder o controle de tudo às vezes ajuda a organizar o caos. ;)

Ainda falando em Comunicação Interna, aproveito para apresentar os “10 Desafios que estão transformando a comunicação com os empregados” de acordo com o livro “Sem megafone, com smartphone: práticas, desafios e dilemas da comunicação com os empregados” de Paulo Henrique Soares e Rozália Del Gáudio. Um livro que precisa estar na sua biblioteca particular.

  1. As organizações não estão no centro do mundo, e hoje vivemos uma “guerra” de narrativas na disputa de sentidos.
  2. A relação entre empresas e empregados é sempre assimétrica. Há, nas organizações, assim como na sociedade, um processo de disputa de poder e de sentidos que precisa ser reconhecido e considerado.
  3. Não existe comunicação interna apartada da comunicação externa nas organizações. Hoje, os empregados estão cada vez mais expostos às informações que circulam longe dos controles da organização. A comunicação é única, direcionada ou segmentada a grupos de interlocutores diferentes, em momentos e locais distintos.
  4. O mundo digital não tem controle, e isso está impactando as relações. Seja parceiro e curador de conteúdos. Não há mais o “dono da bola”, do canal, da mensagem. Somos todos produtores, curadores e distribuidores de informação.
  5. Comunicou, não está comunicado. Não adianta somente enviar mensagens e pressupor que as pessoas entenderam. É preciso checar, rechecar e, se necessário, reconstruir as iniciativas de comunicação.
  6. O conteúdo e o propósito são mais importantes que as mídias/veículos. Produzir um vídeo ou um jornal interno não é mais o que faz a diferença na comunicação. Conteúdo relevante é o nome do jogo.
  7. Relevância e pertinência, sempre. Se o que você diz é desinteressante, nem adianta investir tempo e dinheiro.
  8. A liderança é a principal fonte de informação dos empregados, mas gente como a gente também forma imagem e reputação. Cuide dos seus líderes e de como eles se relacionam. A interação entre líder e liderado tem alta credibilidade e pode sim ser realizada por meio de aparatos tecnológicos (videoconferência, teleconferência etc.), mas numa base de escuta ativa e diálogo genuíno.
  9. Empregado não é criança e não é bobo. Respeite a sua cultura, a sua bagagem e a sua capacidade de compreensão. Não minta, não engane, não pense que ninguém vai notar.
  10. Uma relação para sempre. A experiência positiva ou negativa que um sujeito tem ou teve com a organização é para sempre. Ele continuará a ser formador de opinião, mesmo como ex-empregado.

E você já está planejando a Comunicação Interna de 2019?

Boa leitura e bom planejamento! ❤

By Mary Gabriela

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