De cara a cara com o RP Gustavo

Fernanda Hack
Fantástico Mundo RP
4 min readJul 3, 2018

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Assistimos a palestra do Gustavo Canova no CongregaRP e pensamos que vocês iam curtir saber um pouco mais sobre esse RP que aposta nas startups!

Gustavo Canova é um amante das RP e das startups e nos conta que não escolheu o curso: “foi o curso que me escolheu, entrei na graduação pensando em migrar para jornalismo, mas a verdade é que nas primeiras aulas vi que RP era um mercado de trabalho mais promissor e estratégico. Sempre fui uma pessoa de pesquisar muito e ler muito, por isso me identifique com o curso, que tem um dinamismo incomum frente a outras profissões.”

FmundoRP: Como você vê a nossa profissão no mercado atual?

Gustavo: As mudanças no mercado dos últimos anos, com o surgimento de negócios digitais que tem o relacionamento como estratégia principal, (como exemplo podemos citar Nubank, Méliuz, Zappos) colocaram as atividades para qual um RP está preparado em evidência, mas isso não significa que o profissional esteja em evidência.

Se dermos uma olhada no Google Trends, ferramenta que mostra a popularidade das buscas em um período, o pico de buscas para a palavra-chave “relações públicas” foi em 2004.

Esses dados são muito significativos, se por um lado se fala muito em Era do Cliente, Sucesso do Cliente, e diversas outras expressões e metodologias para colocar o consumidor no centro dos negócios, além de diversos cases importantes de empresas com estratégias voltadas 100% para relacionamento, na prática os resultados para uma maior exposição do profissional não aparecem claramente.

A conclusão é que chegamos é que o mindset do RP, de colocar as pessoas e os relacionamentos em primeiro lugar tornou-se mais comum no mercado de maneira geral, sobretudo entre empresas de tecnologia, contudo essa mentalidade chegou por outros caminhos e não pela difusão da profissão.

Embora seja uma análise um pouco dura e com certeza sujeita à discussão, vejo que os RPs em geral estão em uma situação muito próxima de inverter esse jogo. Mas isso não vai ocorrer sozinho, só é possível criar um mercado favorável para as Relações Públicas com organização dos profissionais e principalmente com melhores formas de expor resultados de relações públicas para o mercado.

FmundoRP: Quais skills você considera necessários para um profissional de RP hoje?

Gustavo: Na graduação um RP já aprende a transitar entre as diversas mídias que existem, contudo o que poucos profissionais sabem é trabalhar com dados. Todas as mídias digitais oferecem um universo inteiro de análises e métricas, contudo muitas vezes os dados não são interpretados e se perdem inúmeras oportunidades de melhorar resultados. Outra habilidade muito importante é ter uma mente aberta para o aprendizado, o mundo é dinâmico, os mercados e os consumidores mudam facilmente, por isso estar aberto a aprender e, sobretudo aprende rápido, é de grande importância nesse cenário.

FmundoRP: Quais os objetivos futuros para sua carreira e como vê a profissão de RP no mercado futuro? Como você acha que p RP pode contribuir para mudar o cenário da nossa profissão no país

Hoje eu me vejo como um empreendedor, aplicando as técnicas de relações públicas, do que como um profissional de RP. Na minha visão a única forma para melhorar o cenário das relações públicas é mostrando resultados, seja em vendas, faturamento, engajamento, percepção de marca, satisfação dos públicos das organizações e qualquer outra métrica relevante em uma organização. Cada profissional precisa mostrar seu trabalho, compartilhar seus cases e literalmente mostrar esses resultados.

FmundoRP: Como você descreveria o método LEAN RP? Quais dicas para colocar esse método na prática?

Gustavo: Chamei de Lean RP a aplicação do método Lean Startup no contexto das relações públicas. O Lean Startup é uma metodologia criada por Eric Ries, que nasce com o objetivo de ajudar na criação de produtos e serviços inovadores em um contexto de bastante incerteza. A metodologia tem como princípio seguir o fluxo, construir-medir-aprender, no desenvolvimento do negócio.

Para percorrer esse fluxo um profissional precisa criar hipóteses, fazer testes A/B, usar pesquisas quantitativas e qualitativas, lançar um MVP, fazer experimentos, interagir muito com seu cliente e usar dados para analisar e tomar decisões. Cada informação levantada ajuda a confirmar ou refutar hipóteses sobre o mercado e assim entender o que há por trás de cada motivação do seu público e investir no que traz mais resultados. Quem usa o Lean Startup vai perceber que fazer um pivô e mudar os rumos do projeto será uma atividade comum enquanto se explora e se constrói produtos e serviços inovadores.

A metodologia pode ser conhecida no livro A Startup Enxuta e é um livro essencial para qualquer empreendedor ou profissional que atua em um ambiente de incerteza.

Conheça o Gustavo:

Gustavo Canova de Quadro, é Pesquisador no Centro de Empreendedorismo Inovador da Fundação Certi e atua na execução do InovAtiva Brasil, maior programa de aceleração de startups do Brasil. Foi consultor do programa Agentes Locais de Inovação do Sebrae/SC onde executou consultorias em inovação para pequenas e médias empresas. É bacharel em Comunicação Social habilitação Relações Públicas pela Universidade do Vale do Itajaí (Univali) e especialista em Comunicação Política e Imagem pela Universidade Federal do Paraná (UFPR). É entusiasta do universo de empreendedorismo inovador e sonha em escalar sua própria Startup. Atualmente divide seu tempo entre o InovAtiva Brasil e a startup Vincet, selecionada no Sinapse da Inovação, um programa de subvenção econômica de Santa Catarina, que aporta 100 mil reais em negócios inovadores. A Vincet é uma legaltech na área do direito tributário e está em fase de construção de um software que faz análise de dívidas com a união.

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