Dia dos Namorados ou Dia das “Promoshares”?
Vamos conversar sobre promoções no Facebook e saber a opinião de especialistas sobre o assunto!
Você já deve ter se deparado, ao rolar sua timeline do Facebook, com amigos compartilhando posts de promoções e sorteios de produtos ou serviços, certo? Afinal, quem resiste a uma promoção? Ainda mais quando você pode concorrer a algo sem fazer grandes esforços, ou melhor, com apenas alguns cliques para isso.
Principalmente marcas menores, adotam a prática das “promoshares” no Facebook em muitos momentos, como forma de aumentar números de curtidas no post e na página. Nas datas comemorativas, nem se fala…Páscoa, Dia das Mães e agora, Dia dos Namorados, foram algumas das ocasiões que vi a celebração ser resumida a GANHAR algo. Da última semana pra cá, minha timeline estava inundada de promoções de todos os tipos (sorteio de comida, de roupas, de tatuagem, motel e do que mais você possa imaginar) e então percebi que precisamos conversar sobre isso.
O desconhecimento das marcas sobre o uso e a criação de estratégias nas redes sociais ainda é grande. E percebo que ainda mais tratando-se de promoções. Uma marca faz, a outra vê que o concorrente fez e faz também e a corrente segue. Mas alguém parou pra pensar sobre qual a viabilidade e ainda por cima, real estratégia disso? Vamos a alguns fatos!
# O QUE DIZ A LEGISLAÇÃO
Em meados de 2013, o Ministério da Fazenda, através da Portaria nº 422/2013, formalizou novas normas e PROIBIÇÕES para a realização de promoções nas mídias sociais. Essa legislação está ACIMA das diretrizes do Facebook, portanto, se sua promoção é comercial deve atender as normas e diretrizes do Ministério da Fazenda ou da Caixa Econômica Federal. Caso haja desrespeito a essas normas, há punições, como multa no valor de até 100% do valor dos prêmios prometidos no concurso e/ou a proibição de realização de promoção comercial por até 2 anos.
#SEGUNDO O FACEBOOK
Antes de tomar qualquer decisão, é preciso ler também, os termos e políticas das Páginas do próprio Facebook que trazem informações sobre o que pode e não pode ser feito. Uma das restrições é algo que muitas marcas fazem de forma errada:
“Conexões de amigos e Linhas do Tempo pessoais não devem ser usadas para administrar promoções (por exemplo, frases como: “compartilhe em sua Linha do tempo para obter entradas adicionais” ou “compartilhe na Linha do tempo de seu amigo para obter entradas adicionais” não são permitidas)”.
# QUAL O PROPÓSITO DA PROMOÇÃO?
Aumentar o reconhecimento da sua marca no Facebook significa dizer às pessoas o que torna seu negócio valioso. Portanto, é importante refletir algumas questões antes de sair sorteando brindes ou produtos/serviços: qual o resultado que a promoção vai trazer para a sua marca? as pessoas que irão participar são o seu público-alvo e vão engajar na sua página no futuro? o que a visibilidade da "promoshare" agrega para o seu branding digital? Alguns likes a mais na página vão fazer diferença?
E agora, vamos saber a opinião de especialistas que deram depoimentos exclusivos ao Fantástico Mundo RP sobre o assunto:
Para Jefferson Zysko, da Mind School:
“As promoshares são muito comuns e, na maioria das vezes, nem possuem uma real estratégia e, principalmente, necessidade. É uma busca pelo like. Empresas, geralmente de pequeno porte, acabam realizando esse tipo de atividade para conquistar mais audiência e seguidores, entretanto, se não possuir um real motivo de fazer a ação, acaba sendo algo banal. Like é métrica de vaidade. Bons profissionais já entenderam isso, mas ainda é complicado colocar esse “mantra” na cabeça de alguns empresários”.
Para Carolina Terra, Consultora, pesquisadora e professora de Comunicação e RP Digitais e Mídias Sociais:
“Penso que as pequenas empresas são as que mais usam as promoções que visam curtidas e compartilhamentos por desconhecimento das regras das mídias sociais (uma vez que o recurso é irregular). Também perdem a chance de usar o conteúdo como estratégia. Às vezes, a postagem ganha repercussão, mas não há aproveitamento do “mailing” gerado a partir dela, nem continuidade com os participantes. Também nunca se sabe quem de fato ganhou e se ganhou. Enfim, vale mais investir de forma profissionalizada, ainda que a verba seja pequena, do que investir pontualmente em promoções que correm o risco de abalar a credibilidade da organização”.
Para Mariana Klein, da Petit Mídias Sociais:
A estratégia de usar “promoshare” para aumentar as curtidas de página e alcance da marca é algo que vem lá de 2011, 2012. Na época os administradores de páginas ainda não tinham acesso à criação de campanhas e análise de dados como têm atualmente.
Com o passar do tempo, começou a se notar que essa tática pode trazer alguns problemas. O primeiro deles é que há pessoas que vivem de participar de sorteios nas redes sociais, há grupos e páginas dedicados a compartilhar as promoções e sorteios para pessoas interessadas. Este público não necessariamente será um consumidor da marca porque viu o post, ele está focado em ganhar o sorteio. Este comportamento gera problemas relacionados ao alcance orgânico das publicações.
O Facebook seleciona as publicações que são exibidas de forma orgânica (sem impulsionamento) para o público com base em vários fatores, entre eles a relevância da página e o envolvimento das pessoas com ela. O usuário que curtiu a página e interagiu com uma publicação de sorteio vai ser impactado por novos posts daquela página por um tempo, mas se ela não se envolver, isso acaba.
E aí, vemos páginas hoje com mais de 20 mil likes que têm em suas publicações 5 curtidas e só. Isso corresponde a um engajamento de 0,025%, e pode abalar a reputação de uma marca nas redes sociais.
O grande problema desse tipo de ação é que ela tem foco apenas em métricas de vaidade (curtidas de página) e não em uma estratégia de expansão de marca sustentável, que resulte em vendas no futuro. Para quem se preocupa em obter resultados reais e duradouros, a melhor estratégia atualmente é focar em criação de conteúdo de qualidade e campanhas muito bem segmentadas, porque só assim se alcança o público que realmente fará compras na empresa e que poderá ser fidelizado no futuro.
Cabe agora a você, sabendo disso tudo, decidir se vai usar ou não essa estratégia para sua marca! ;)
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