Muriel Felten
Fantástico Mundo RP
3 min readMay 1, 2018

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Era pós-digital cria novos modelos de mercado de trabalho na comunicação

Por Michelle Rocha Calazans*

A mudança de comportamento no consumo de informações sobre produtos e serviços, provocada pela era pós-digital, desencadeou nos últimos cinco anos o surgimento de profissões que até então eram inexistentes no âmbito da comunicação. O novo rol de oportunidades inclui o trabalho desenvolvido por gestores de Mídias Sociais; especialistas em Links Patrocinados; gerentes de Marketing Digital; analistas de SEO (Search Engine Optimization); entre outras profissões.

A partir do momento que 94% das pessoas pesquisam sobre produtos e serviços antes de comprar — segundo pesquisa E-bit 2016 — o modelo de comunicação utilizado também precisou ser renovado para atender as novas demandas. Dados da pesquisa Social Media Trends 2017 revelam que, cerca de 92,1% das empresas e instituições utilizam as redes sociais como parte da estratégia de comunicação. Desse total, 60,1% avaliam a presença digital como muito importante para os negócios, tendo como principais vantagens a visibilidade online (83,2%) e a interação com o público (63,2%).

Nesse sentido, é passível afirmar que a mídia digital não é apenas um novo canal de comunicação e sim um novo ambiente de relação com os consumidores. A comunicação horizontal e acessível, inserida em um contexto onde todos são produtores de conteúdo, exige do profissional de comunicação a necessidade de se reinventar, mergulhar no mercado, buscar qualificação profissional constante e, principalmente, estar atendo às mudanças no comportamento do consumidor cada vez mais segmentado.

Apesar da mudança de era, as mídias digitais exigem dos profissionais de comunicação os mesmos princípios da comunicação tradicional — interesse da sociedade/público, originalidade, ferramentas criativas, excelência no conteúdo em imagem e texto. No entanto, aplicadas em novo formato às plataformas digitais, em contínua inovação.

Essa alteração no comportamento do consumidor já não é mais norteada por um banco de dados, mas sim um banco de fatos. Essa transição é que comandará o modelo de mercado da comunicação 360º, online e off-line, na oferta de informação sobre serviços e produtos, com foco na jornada do cliente e profundidade do olhar centrado no ser humano.

A era pós-digital também aponta as profissões do futuro, muito além do campo da comunicação. A tecnologia associada ao mercado de trabalho incide, em efeito cadeia, mudanças em diversas áreas para suprir as novas necessidades, a exemplo dos desenvolvedores de softwares; dos especialistas em Experiência de Usuário/Cliente; dos Creators ou digital influencers; dos assessores de creators; dos professores online; dos gestores de comunidade; analistas de Big Data; dos engenheiros ambientais e hospitalares; dos desenvolvedores de dispositivos wearables; dos arquitetos e engenheiros 3D; dos gestores de inovação; dos consultores de imagens, entre outras profissões.

*Michelle Rocha Calazans é jornalista há 8 anos, especialista em Assessoria de Comunicação e Marketing e Comunicação Digital. Palestrante, professora de comunicação digital e assessora na Confederação Nacional das Profissões Liberais — CNPL.

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