ESG: entenda a relação dessa estratégia com a comunicação organizacional

Published in

Fantástico Mundo RP

4 min readMar 23, 2021

Conheça esse conceito que ajuda a manter o equilíbrio nas organizações e que conquistou ainda mais destaque nos últimos meses.

Seja pela influência dos millennials ou pelas questões sociais que a pandemia aflorou ainda mais nos consumidores, o conceito de Environmental, Social and Governance (ESG), traduzido para o português como o impacto ambiental, social e de governança, vem ganhando cada vez mais espaço nas discussões das áreas de comunicação das instituições.

Não é à toa que em uma breve pesquisa sobre o tema encontrei mais de dez textos datados de agosto de 2020 até agora. Indicador mais utilizado em empresas de grande porte e com relações com investidores externos já consolidadas, o ESG também pode ser entendido como um conceito aplicável para empresas menores, estando diretamente ligada as questões de imagem e reputação. Nesse sentido, precisamos ter em mente que o ESG não é um investimento em si, mas uma estratégia de posicionamento e de fortalecimento de imagem.

Mesmo tendo se tornado ainda mais popular nos últimos meses o conceito não é assim tão novo. Datado de 2005, foi usado pela primeira vez no relatório ‘Who care wins”, e faz mais sentido a medida que as empresa entendem que investir seus esforços estratégicos nessa direção pode ter ganhos aos olhos de investidores mas também de todos os demais stakeholders. Mas afinal, o que significa essa sigla — que ao que tudo indica -, veio para ficar?

O ESG é um mecanismo utilizado para direcionar esforços e construir um mundo mais justo e responsável por meio de melhoria em processos administrativos e financeiros e minimizar impactos ao meio ambiente provocado pela empresa.

De forma prática podemos entender a sigla como:

**E — Environmental (Ambiental):**

Como a empresa usa sua energia, descarta lixo, se emite gás carbônico e se contribui para mudanças climáticas, etc.

**S — Social:**

Direitos dos colaboradores, cuidados com a segurança no trabalho, diversidade no quadro de funcionários, relacionamento com a comunidade, etc.

**G — Governance (Governança):**

Sistema de políticas e práticas pelas quais as empresas são direcionadas e controladas, diversidade no conselho, metodologia de contabilidade, política anticorrupção, etc.

É importante considerar que estes três critérios são rigorosamente observados por consumidores que exercem diferentes papeis: de consumidor em si, integrante do mercado de trabalho e investidor. Tendo em mente que como consumidores eles estão sim dispostos a pagar mais por produtos e serviços nos quais confiam; como colaboradores dessas organizações, estão dispostos a receber salários menores desde que a empresa atenda suas expectativas e tenha uma ideologia em linha com a sua; e, como investidores, eles esperam que tudo isso ocorra mantendo a saúde financeira em dia e garantido a sua rentabilidade.

Parece desafiador e de fato é, mas que tal começarmos pelo básico?

Afinal, se pensarmos bem, a gente aprendeu desde sempre que para manter a sua imagem e consolidar a reputação, as empresas precisam ter preocupações que excedem o lucro de forma direta, entregando mais para a sociedade do que apenas o seu produto ou serviço em si.

Ah e tão importante quanto saber o conceito e aplicá-lo é saber como medir os resultados de isso tudo, só assim será possível avaliar pontos fortes e fracos, estabelecer fluxos de melhoria contínua e garantir a continuidade do processo.

O conceito é complexo e exige esforços que vão além de estratégias de comunicação, trata-se de um direcionamento do negócio. Contudo, para nós, comunicadores, compreender a importância desse movimento que vem sendo construído em torno dos critérios do ESG é parte fundamental para que sigamos em linha com o que o mercado vem demandando. Uma pesquisa da Aberje aponta o tema como uma tendência para os próximos três anos, pelo menos.