Hoje não quero flores
*Por Fabiana Becker
Todos os anos as empresas e organizações pensam no que vão dar para as mulheres que trabalham em seus ambientes para homenagear o Dia Internacional da Mulher. Um mimo que caiba dentro da verba de Recursos Humanos ou da Comunicação Interna. Mesmo ações mais vigorosas, como um debate sobre os números de feminicídio, a desigualdade de remuneração entre homens e mulheres no mercado ou mesmo a representatividade em posições de liderança. Essas ações perduram um dia, uma semana ou, no máximo, um mês (para o varejo vender mais, talvez). E o que acontece depois? Existe um plano que sustente esta provocação do debate para mudar a cultura da organização?
Para toda e qualquer provocação que façamos com os nossos colaboradores, empregados ou funcionários é bom termos um plano que sustente este discurso, caso contrário é só uma ação pela ação, um discurso frágil e vazio.
Como diz o escritor galego Manuel Rivas:
“Não é que ainda estejamos em um Estado machista. O machismo é o sistema”.
E como mudar este sistema?
Tornando o Dia da Mulher uma pauta que importa para a organização, porque ela acredita que a equidade de gênero traz melhores resultados e não é tão somente uma data comemorativa, vale a pena abrir espaços de conversas significativas com seus colaboradores e colher resultados que importam para a transformação deste sistema.
Espero que no próximo ano, o Dia Internacional da Mulher seja pauta do planejamento estratégico e de ações consistentes para mudarmos o sistema. Que as flores venham para reconhecer esta mudança!
Sigamos!
*Fabiana Becker é relações públicas, especialista em comunicação com o empregado e sócia da Fale Consultoras em Endomarketing. Ah, e apaixonada por seu cachorro.