K-Pop e Relações Públicas
Como o BTS virou o queridinho das marcas
Nada como começar 2021 falando sobre novas narrativas de comunicação. Eu sou a Brandy Aguiar, nova integrante no FMRP. Incrível né?
Para comemorar a estreia e fazer a gente sair da caixa esse ano, vim te fazer uma pergunta: você já pensou o que o fenômeno do K-Pop pode te ensinar sobre estratégia de RP e relacionamento autêntico?
Neste texto eu vou te contar 3 motivos para você ver o BTS como um case de posicionamento de marca. Vamos juntas?
Provavelmente você conhece esses rostos de algum lugar. Seja no rádio, na televisão ou na internet, uma coisa é fato: o BTS, e o K-Pop, está tomando o mundo. Será que isso foi sorte ou um modismo que vai passar em breve?
Desde 1990, a Coreia do Sul começou um processo de exportação de sua cultura para os mais diversos países, fenômeno denominado Onda Hallyu, termo que significa “fluxo da Coreia”. Séries, telenovelas, filmes e artistas musicais ganharam popularidade ao redor da Ásia e do mundo.
A gente sabe que os produtos midiáticos fazem parte da construção dos fluxos culturais e criam identidades partilhadas, mas como o grupo BTS faz isso e como ele pode inspirar práticas de RP?
O poder de um propósito
Não é apenas o lucro que move a carreira de muitos artistas. Manter um discurso coerente com as ações constrói uma marca sólida, com uma opinião pública favorável e reconhecimento social e político.
Eles fizeram história ao ser o primeiro grupo pop coreano a realizar um discurso em uma cerimônia solene da UNICEF e ter uma parceria de longa data com a instituição. O grupo desenvolveu junto com a organização a campanha antiviolência chamada “Love Myself” que objetiva patrocinar o projeto #ENDViolence, campanha com o objetivo de tornar o mundo um lugar seguro para crianças e adolescentes.
Além disso, todos são engajados em voluntariado e apoio à diversidade. Após o grupo fazer uma doação de US$ 1 milhão para a organização Black Lives Matter, os fãs do grupo de k-pop criaram uma campanha colaborativa e arrecadaram mais de US$ 1,2 milhão.
O efeito fandom: relacionamento e expansão mercadológica
A ARMY (fanbase do grupo) se tornou um elemento essencial no crescimento e reconhecimento do grupo sul-coreano no cenário fonográfico internacional. E isso só foi possível por meio das redes sociais.
O BTS fez história ao ser o primeiro grupo de k-pop a ganhar, por duas vezes consecutivas, o prêmio Top Social Artist (concedido com base nas principais interações dos fãs, incluindo plataformas de streaming, engajamento em social media e votação online) na premiação americana Billboard Music Awards, vencendo de artistas mundialmente conhecidos e com grande base de fãs como Justin Bieber, Selena Gomez e Ariana Grande.
Com experiências de marca em todos os pontos de contato para além da música (como jogos, lives especiais, merch com produtos personalizados e rituais de interação nas redes sociais), o grupo gera mais do que consumo: cria um capital subcultural que faz quem é fã se sentir parte de algo maior e quem não é fã reconhecer os motivos de tanto sucesso.
Ou seja, ações como mutirões de votação em premiações e dedicação em divulgar a banda é a consequência de uma estratégia de relacionamento que forma uma tríade sequencial: cultuar, pertencer e ajudar.
Parcerias comerciais estratégicas
Puma, Samsung, Hyundai e LG. O que essas marcas tem em comum? Possuem o grupo estampado em suas campanhas de marketing e publicidade. Mas, engana-se quem pensa que isso é deslocado do posicionamento do grupo.
A Hyundai é uma das parcerias comerciais mais recentes do BTS e associou o discurso da banda para divulgar campanhas de sustentabilidade como o Dia Mundial do Meio Ambiente e o lançamento da sua linha de carros elétricos eco-friendly (com direito a música autoral para o comercial).
O que isso nos diz na prática?
O impacto das estratégias de RP e comunicação do grupo deixa a mensagem: é possível unir crescimento e relacionamento autêntico. O BTS reúne em um só exemplo expansão mercadológica e ter uma prática conectada com valores e anseios de toda uma nova geração.
Esse case prova que para além das estratégias de criação e gestão de marca, compreender a mudança que a indústria cultural passa nos últimos anos com a ascensão das tecnologias é fundamental para construir novas narrativas de Relações Públicas.
E aí, gostaram? Espero que esse texto seja inspiração para você expandir suas estratégias de relacionamento e posicionamento esse ano!
Abraços e até o próximo post,