Lobby e a profissão de Relações Públicas
INFLUENCIANDO LÍDERES
A palavra lobby é de origem inglesa e sua etimologia faz alusão a corredor de hotel, corredor este, onde grupos de pressão abordavam membros do poder público cujo cargo era de extrema relevância para a sociedade a abordagem tinha um só objetivo, influenciar estes líderes nas tomadas de decisões.
No Brasil, o lobby começou logo na sua colonização, o autor do artigo “O lobby no Brasil: uma trajetória histórica” Ney de Lima Figueiredo 2011, nos relata, que o ex — sogro de Domitila de Castro, Felício Moniz, lhe escreveu em busca de favores especiais. Ele prometia a Domitila, conhecida também como Marquesa de Santos, pagar uma comissão equivalente ao valor da operação que seria superfaturada. A carta só comprova que a Marquesa exercia certa influência sobre as decisões do Imperador Dom Pedro I que era o seu amante.
Qual é a atual situação do Lobby no Brasil?
É preciso voltar no tempo para entender qual é a atual situação do lobby no país.
Tudo começou com o Senador Marco Maciel — PFL/PE que criou o Projeto de Lei — PL (6132/1990) cuja emenda era:
“Dispor sobre o registro de Pessoas Físicas ou jurídicas junto as casas do Congresso Nacional, para os fins que especifica, e dá outras providências Regulamentada o exercício da pressão ou lobby”
E só 13 anos depois foi decretado que a profissão não passaria por um processo de regulamentação. A atividade continuou sendo exercida de forma livre sem quaisquer tipo de fiscalização. O que continuou gerando sentimento na população de desdouro marginal. Até os dias de hoje essa pauta é questionada no congresso, porém sempre cai por terra quando surge alguma outra de interesse maior dos parlamentares.
Com tamanha descrença pela população, o lobby deu certo em algum lugar?
Não é preciso ir muito longe para “copiar” modelos de regulamentação que deram certo, temos um exemplo no Chile, no site “www.leylobby.gob.cl” consta todo processo de regulamentação, com boas práticas que devem ser seguidas, quem pode exercer e etc.
Além disso, o lobby no Chile é reconhecido como profissão, o que da mais autonomia para os profissionais e é permitido também que estrangeiros exerçam essa profissão.
Mas onde entra o profissional de Relações Públicas nisso tudo?
No ano de 2018 o Ministério do Trabalho (MTE) “reconheceu o lobby como ocupação, atividade sob o nome de profissional de relações institucionais e governamentais” . A decisão foi incluída no Cadastro Brasileiro de Ocupações (CBO) “que pertence a família 1423 (Gerentes de comercialização, marketing e comunicação).
O profissional de Relações Públicas; que para Kunsch, (2005)
“tanto disciplina acadêmica e como atividade profissional, estudam as organizações e seus públicos de maneira distinta e complementar.”
A profissão de Relações Públicas é a única ciência de comunicação regulamentada no Brasil, Decreto — Lei 5.377 de 11/12/1967, e por ser tratar de um decreto extenso, daremos ênfase apenas ao Art 5º que mostra o profissional de RP como o profissional estratégico e atuante nas relações governamentais, que também é descrita no (CBO 1423–45).
Para o autor do livro “Relações Governamentais e Lobby Aprendendo a fazer” Galan, Gilberto(2012), entende as Relações Governamentais, como:
“um conjunto de objetivos, estratégias e ações para manter um diálogo contínuo, organizado e profissional”
Mesmo com profissionais capacitados de todas as áreas e dispostos a exercer essa atividade, entendemos que ainda assim, o único profissional que está apto a exercer essa atividade de forma efetiva por ter passado por um processo de afunilamento dentro da academia e está em dia com seu conselho, é o profissional de Relações Públicas, profissional este que direciona a comunicação de forma estratégica, transparente e direcionada.