Marcas com propósito: porque você pode estar fazendo isso errado
Posicionar-se nem sempre é fácil, quando se trata de uma organização isso é ainda mais complexo.
Nas últimas semanas, diversos assuntos envolvendo temas delicados têm ganhado as redes sociais. Falamos aqui sobre o case envolvendo a acusação contra o ator global na semana passada, falamos ainda sobre o caso que envolveu a contratação do goleiro Bruno e a agressão do cantor Victor, mas existem diversos outros assuntos semelhantes em pauta. Hoje não queremos falar aqui sobre nenhum caso em específico e, já esclarecendo, esse post também não é opinativo, nossa intenção é entender o que nós, enquanto profissionais de comunicação, podemos aprender em relação a situações como estas, que envolvem marcas/ pessoas públicas e assuntos complexos.
Há alguns dias li um artigo e lembro que concordei muito com o que li, pois o autor comentava que hoje o que importa é a “lacrada”. As empresas estão desesperadas para tirar vantagem em cima de todo e qualquer assunto que estiver em alta, em especial na internet. Contudo, em diversos casos essa tentativa de “lacrar” acaba sendo frustrada.
Quando o assunto em pauta impacta diretamente o ramo de negócio da empresa, de fato, o posicionamento é indispensável e para isso é preciso uma boa estratégia. Quando nos referimos a estratégia falamos aqui em algo mais amplo do que comunicação, que precisa da participação dos mais diferentes setores de uma empresa. Como RPs precisamos ter a visão do todo e isso não significa dominar todos os assuntos, mas significa saber quando acionar colegas para uma ação em conjunto, quando é válido abraçar certos propósitos.
Voltando ao ponto inicial, o questionamento que eu trago é: vale a pena uma empresa se posicionar em determinados assuntos apenas para entrar na conversa? E para mim esse questionamento não pode ser respondido de forma isolada, é preciso um estudo mais profundo de questões que envolvem a missão da empresa, o impacto do assunto para o público da mesma e para seus negócios.
As empresas devem e precisam defender seus ideais e as questões em que acreditam, o ponto é como fazê-lo. Está claro que esse posicionamento precisa ser defendido através de atitudes, não em posts de redes sociais ou campanhas publicitárias que se apropriem dos assuntos em pauta.
Fazer RP é pensar no todo e uma das coisas que nós aprendemos na faculdade é sobre nossa participação na responsabilidade social das empresas. Existem várias formas de fazer isso e a repercussão desse tipo de iniciativa precisa ser natural, assim o público vai saber exatamente qual o posicionamento e opinião de determinada organização, vai saber isso através de projetos, ações, não apenas de um texto vazio.
Isso é fácil de fazer como foi de escrever? Não. É aí que está a mágica da nossa profissão.
Beijos e até mais ;)