O dia das crianças e a influência da mídia sobre elas.

G A B I J A C O B S
Fantástico Mundo RP
3 min readOct 12, 2017

A publicidade infantil conversa com seu filho todos os dias.

Aproveitei o dia das crianças para compartilhar algo que muitas vezes deixamos passar sem perceber, ou muitas vezes, não damos a devida atenção.

Você já refletiu sobre a influência dos meios de comunicação no comportamento do seu filho? Pesquisas realizadas no decorrer dos últimos anos, mostram que 80% das decisões de compra dentro de uma casa vem das crianças, e a televisão é a porta de entrada para cada uma delas.

As propagandas precisam de apenas 30 segundos para efetuar esse processo de influência na mente da criança. O conteúdo comunicacional para crianças de até 7 anos de idade não é racional, é emotivo” Pedrinho Guarechi, Doutor em Psicologia.

O que se sabe é que a publicidade infantil implanta os desejos e não os torna reais, na maioria das vezes não são possíveis. A publicidade entra na casa de famílias de alta e baixa renda, fazendo com que muitas crianças despertem uma tristeza e frustração por não ter o que o outro tem.

A mídia é hoje o primeiro elemento e primeiro fator na construção e criação da nossa subjetividade e dos nossos valores, e a criança brasileira é a que mais assiste televisão no mundo, segundos dados do IBGE.

Em diversos países a regulamentação da publicidade infantil já possui o cuidado e a responsabilidade adequada, são exemplos da Suécia, Inglaterra, Bélgica, Estados Unidos, Alemanha, Canadá, Dinamarca, Irlanda, Holanda, Áustria, Itália, Grécia, Portugal e Noruega, esses são alguns dos países que já restringem e impõem limites quanto a indústria da publicidade infantil.

É proibido usar a inocência e a falta de experiência da criança para vender e lucrar.

Mas como no Brasil ainda admitimos que crianças que pela lei são consideradas incapazes de comprar qualquer coisa, recebam dentro de suas casas as mensagens publicitárias dirigidas a elas de forma persuasiva?

Não deixe que a mídia possua influência sobre o fim da infância cada vez mais cedo, fique de olho e construa uma mente saudável e um coração sossegado para seu filho. Fica aqui a reflexão para pais e profissionais da publicidade, para que reflitam sobre a ética e os limites legais e se importem com o futuro de nossas crianças. Precisamos falar sobre isso, precisamos conversar com nossos filhos, precisamos impor limites e trabalhar cada vez mais a conscientização real dos nossos pequenos.

O Estado tem a obrigação de interferir para defender o público infantil de determinados tipos de publicidade. Ainda mais quando esse estímulo é feito por meio de uma concessão pública, que é a televisão. Que não deixemos de falar sobre isso, que o dia das crianças sirva também para acreditarmos no futuro delas.

Não permita que a publicidade infantil elimine a sua autoridade como pais. A palavra “brincar” precisa ser mais importante que a palavra “comprar” na escolha do seu filho.

Dados mencionados no texto foram retirados do documentário “Criança a alma do negócio”, o qual deixo como dica.

Quero antes de mais nada, instigar seu pensamento sobre o assunto, e se desejar, compartilhe com a gente uma experiência ou conte-nos como você lida com a situação dentro da sua casa. Questões como essa precisam ser discutidas por todos nós. Acredito no diálogo e nas trocas de ideias para que todos possamos acreditar em um mundo melhor!

Por isso, temos que falar de emoções, temos que pensar o dia das crianças como um dia para prestarmos atenção e refletirmos sobre as sensibilidades dentro delas. Elas sempre serão nossa esperança por um mundo mais humano e mais sensível. Vamos cuidá-las.

Sendo assim, desejo que o dia de hoje seja marcado por brincadeiras e boas lembranças junto dos seus filhos, sobrinhos ou irmãos. Feliz dia das crianças!

Obs: A proteção da criança e do adolescente diante da publicidade infantil já está garantida pela Constituição Federal, pelo Estatuto da Criança e do Adolescente, pelo Código de Defesa do Consumidor e por uma resolução de 2014 do Conselho Nacional dos Direitos da Criança e do Adolescente (Conanda). Falta, no entanto, uma lei específica capaz de esclarecer melhor o debate publicitário e garantir a eficácia no seu cumprimento. É o que se espera do Congresso Nacional.

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G A B I J A C O B S
Fantástico Mundo RP

Relações Públicas / Analista de Mídias Sociais / Fotografa de Eventos Esportivos.