O espetáculo que envolveu a família de Huck

Acho difícil alguém não ter visto ou ouvido falar através da mídia, do quase acidente de avião que envolveu a família dos apresentadores da Globo, Angélica e Luciano Huck, pois a notícia do dia é praticamente essa. É claro que o susto foi grande e é fato que eles poderiam ter morrido caso o pouso de emergência não desse certo. Mas deu certo, todos estão bem e não houve nenhum consequência mais séria.

Em contrapartida, ao mesmo tempo que a família está em pauta, vários meios de comunicação mostraram outros temas relacionados ao ocorrido, como as críticas em torno do atendimento “VIP” dado aos globais no hospital Santa Casa em Mato Grosso do Sul, instituição que vem passando por uma crise financeira há algum tempo e que foi acusada de esconder leitos e não prestar devidamente o atendimento ao público.

Outro assunto em debate nas redes sociais, foi a forma como foi noticiado o ocorrido através da imprensa que não deu importância às duas babás que também estavam na aeronave e sequer tiveram seus nomes citados, ninguém se preocupou com o estado de saúde, nem quis saber mais sobre elas.

Mas, porque tal espetáculo? Segundo a professora Patrícia Pérsigo “O problema não é o que se torna notícia, mas o que deixa de ser. Eu diria que também é problema o que se torna notícia, e nesse caso temos duplamente um problema, duplamente mais espetáculo e menos debate público!”.

Podemos analisar vários fatores que envolveram o ocorrido e algumas práticas de comunicação diante dos acontecimentos:

- A crise que rodeia o hospital Santa Casa e o gerenciamento da mesma. (A instituição publicou uma nota de esclarecimento sobre as acusações, veja aqui)

- O poder da mídia e a espetacularização dos fatos;

- A velocidade das informações nas redes sociais. Assuntos polêmicos e tragédias que rendem muita pauta, inclusive sobre e para marcas e personalidades públicas;

- Questões de privacidade que adquirem novos significados; entre muitos outros…

Por que será que um “quase” acidente suscita tanto interesse? E qual sua visão de comunicador frente aos fatos publicados pela mídia? Qual a sua opinião? Conte para a gente!