Planejamento e seus públicos: o primeiro passo é o olhar interno

Muriel Felten
Fantástico Mundo RP
3 min readNov 2, 2017

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Quando se fala em comunicação, logo surgem na cabeça elaborados planos de marketing, eventos de relacionamento com o público e campanhas publicitárias. O universo da comunicação, hoje, pode ser comparado com o que vivemos na sociedade de forma geral: muita carcaça e pouca essência. O foco em conteúdo de qualidade nasce daí, da necessidade de falarmos sobre o que realmente importa e de mostrarmos ao cliente o que ele vai encontrar na empresa, antes de sair vendendo algo que não se sabe bem o que é. Mas, antes de falarmos sobre nossa essência aos outros, precisamos identificá-la. É por isso que uma empresa de conteúdo, como a nossa, não poderia estar descolada do planejamento de marca.

O planejamento nasce do olhar interno, ou seja, da auto-análise da marca a respeito de sua missão, sua identidade e o que deseja que seu público veja. Sem esta percepção, as ações de comunicação e marketing seguem sem orientação do caminho a seguir. Por isso, o trabalho inicia com o fundador da empresa. É preciso começar pela raiz, entender o que impulsionou o nascimento da marca. Esta etapa é ótima para explorar a história da empresa e, mais adiante, quem sabe, construir uma bela campanha de storytelling. Captada a essência subjetiva, é hora de passar à alta gestão. Normalmente, a diretoria e gestores estão ligados à questão prática, como lucro e metas de vendas. O papel do profissional de comunicação, aqui, é alinhar os objetivos econômicos ao posicionamento, construindo, em conjunto, a identidade da empresa. O público interno deve ser o primeiro impactado com o posicionamento da marca, absorvendo a proposta e contribuindo com ajustes, para levá-la para suas atividades e também para o discurso a respeito da empresa em sua família, vizinhança e grupo de amigos, se tornando, assim, advogado natural da marca. Os fornecedores e parceiros também precisam entender a mensagem que a marca deseja passar para absorver o tom de interação que deve reger as negociações.

Com esta base construída de forma sólida, a percepção do público estará naturalmente alinhada com o posicionamento desejado. As ações de comunicação, relacionamento e marketing passam a ser reflexo desta conexão e surgem como soluções para demandas do próprio público a respeito da posição da marca. A marca, por sua vez, consegue ouvir aqueles que se interessam por sua missão, que deixa de ser somente econômica para se tornar algo maior, direcionando as ações para o que realmente importa, aquilo que reforçará o posicionamento no público. Assim como na vida, também na comunicação precisamos parar de forçar situações que não nos cabem para atingir resultados que servem aos outros e não a nós. Com relações mais confortáveis e fluidas, é possível impactar não só a trajetória da empresa, como a do seu público e tudo que envolve essa relação.

Até a próxima dica :)

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