mwangi gatheca @thirdworldhippy

Quem refresca a mente do criativo?

Um papo sobre a saúde mental de pessoas comunicadoras

Brandy Aguiar
Fantástico Mundo RP
3 min readMay 22, 2021

--

Essa semana no Fantástico Mundo RP foi diferente né? Nossas redes estavam mais quietas e introspectivas. A exaustão virou um sentimento generalizado e esse texto da semana também é sobre isso.

Pega o seu chá, se enrola na sua cobertinha, reclina a cadeira e vem comigo!

Atenção: a partir daqui o conteúdo desse texto pode ser sensível para algumas pessoas. Possui relatos reais sobre transtorno de ansiedade e depressão.

Acama. Esse foi meu escritório essa semana. Entre trancos e barrancos, crises de choros e apatia, gritos para as paredes e muitas reuniões em silêncio de câmera fechada. Finalmente, chegamos ao final de semana, mas eu estava encucada sobre o que eu iria escrever essa semana aqui no FMRP e resolvi escrever justamente sobre isso: a mente de quem está construindo estratégias, comunicando e se relacionando com o público. Enfim, a gente.

Como criar uma comunicação assertiva quando não se tem muito o que comemorar da porta pra fora? Me peguei diversas vezes nesse pensamento durante meus processos criativos, projetos profissionais e trabalhos de final de semestre da faculdade. Nesse caminho, aprendi coisas importantes que eu vou contar pra vocês.

1O espírito do nosso tempo está caótico e não tem meme ou marketing de oportunidade que mude isso.

Tá todo mundo mal. Sério, não é merchan do livro da Jout Jout ou frase clichê pra diminuir o seu mal estar. É fato. Abre aí o noticiário pra você ver.

Como comunicadora aprendi que preciso fazer constantemente um filtro a partir de três premissas:

Como isso impacta na minha vida prática?
O que posso fazer para ajudar a mudar isso?
E, principalmente: O que eu não posso mudar?

Isso vale pra tudo. Pro profissional, pra questões com pessoas que você interage e principalmente pra você. Eu sei que a gente quer mudar o mundo com a nossa mensagem e que muitos problemas que a gente vive seriam resolvidos se a gente soubesse, de fato, se comunicar. Mas, tira a capa de herói ou heroína porque as vezes não dá. E tá tudo bem.

2Ser a pessoa mais produtiva do mundo no caos e achar que isso não vai interferir na sua saúde em algum momento é bullshitagem.

Sério. Em algum momento a conta vai chegar e bom, ela não é a mais confortável. Eu afirmo com orgulho: risquei todas as minhas tarefas do planner essa semana. Valeu a pena? Sinceramente, não.

Autocuidado também é saber que você não vai dar conta (Nataly Neri).

Saber a hora de parar, pedir ajuda, ligar pra sua psicóloga ou ter um papo sincerão com seu chefe dizendo que você simplesmente trabalhou da cama a semana inteira (como foi meu caso) é necessário as vezes. Esse é o verdadeiro autocuidado. Pode colocar as máscaras de skincare na gaveta por enquanto porque você precisa é dormir e parar de ouvir coach de instagram.

No mais, deixo esse vídeo aqui da Nataly que pode te fazer refletir junto melhor sobre produtividade no meio do circo pegando fogo.

3A gente vai precisar fazer uma comunicação mais real e fazer com que as pessoas possam sonhar com os dois pés no chão.

Lulu Santos tava certo. Nada do que foi será. Tudo que a gente sabia sobre hacks, técnicas, réguas de conteúdo… tudo virou de cabeça pra baixo junto com o mundo.

Eu sei que a gente quer fazer coisas grandiosas, mas vamos fazer pensando na realidade das pessoas, no que elas estão pensando e principalmente: das dúvidas sobre o que vem por aí. Não se cobrem tanto. Se apegar na realidade e as vezes na dúvida pode ser a melhor forma de se conectar com as pessoas do que achar que somos os mesmos, que gostamos das mesmas coisas, que nos importamos com a campanha que acabaram de lançar.

Todo mundo precisa pagar seus boletos no final do mês, mas comuniquem com propósito e verdade porque no momento as pessoas só tão querendo sobre(viver).

Ufa! É isso. Fiquem bem, se cuidem, usem máscara, não tenham um burnout.

--

--

Brandy Aguiar
Fantástico Mundo RP

Publicitária e graduanda em Relações Públicas na UFRGS. Escrevo para resistir.