Vamos falar sobre criatividade?

Fernanda Hack
Fantástico Mundo RP
4 min readJun 23, 2021

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Na opinião de alguns teóricos a gente pode aprender a ser criativo em razão da chamada criatividade cognitiva, entenda mais a seguir.

Essa semana escrevo sobre criatividade não por acaso, mas porque ensaio uma aproximação com o tema que será meu companheiro na jornada que iniciei há alguns meses, no mestrado de Indústria Criativa. Aliás, me surpreendeu muito a aproximação da indústria criativa com o nosso já conhecido e amado Fantástico Mundo das Relações Públicas (❤), pois é uma área multisciplinar e que exige um olhar holístico, características que desde sempre nós, RP’s somos estimulados a desenvolver também, mas esse é papo para outro momento, né?

Já que o texto hoje é sobre criatividade, começo com uma pergunta: quem aí não quer descobrir a fórmula da criatividade infinita ou entender como algumas pessoas parecem ter um nível diferente de criatividade do que outras? Pois bem, Thomas B. Ward, Steven M. Smith, Ronald A. Finke, em seu livro chamado Criatividade Cognitiva, apresentam este conceito e trazem exemplos concretos do que os faz crer que temos sim capacidade de aprender a ser criativos, claro que o processo depende, segundo os autores, de diferentes fatores, entre eles os estímulos aos quais somos expostos ao longo de nossa trajetória e os ambientes nos quais estamos inseridos. Ainda segundo os autores, a criatividade cognitiva é um estudo derivado da psicologia cognitiva, bem mais conhecida e amplamente estudada há anos.

Outros autores do mesmo campo, por sua vez, contrapõem essa teoria. Mas, para mim, ainda iniciante neste tema e nesses aprofundamentos teóricos, fez sentido saber que podemos aprender a criatividade e confesso que me deixou esperançosa, afinal enquanto comunicadores, independente da atividade que desempenhamos no dia a dia, ser criativo é fator essencial e que sem dúvidas, abre portas.

Abrindo um pouco mais a explicação, por vezes caímos em uma crença popular que diz que apenas uma ínfima minoria é capaz de ser criativa. Será? Essa é a grande busca dos autores da teoria de criatividade cognitiva, entender até que ponto podemos aprender a ser criativos. Por meio de um esquema os autores mostram, o que, na visão deles forma o processo de cognição da criatividade:

De forma simplificada, entendo que o que os autores querem dizer com essa representação é: é preciso que ocorra uma geração de ideias baseadas em todo o nosso histórico, nosso arcabouço, para que possamos, em um segundo nível, explorar essa ideia, recriar. Esse processo pode, a qualquer momento passar por restrições, dificuldades que encontramos ao longo do processo criativo, mas mesmo essas dificuldades fazem parte do desenvolvimento das ideias criativas. Para que tudo isso aconteça, sempre precisamos do nosso já conhecido olhar 360, holístico, foco expandido, como descrito ali ou outro nome que possa ser dado para exemplificar a famosa “visão do todo”.

Já parou pra pensar em como você desenharia um animal que supostamente viveria em um planeta completamente diferente do nosso? Acho que nunca né?

Eu nunca tinha imaginado isso, mas mesmo só lendo essa orientação já deve ter vindo a sua mente uma imagem de algum animal com ao menos uma ou duas características familiares aos animais que vemos na terra (braços, pernas, olhos…) e sabe por que isso ocorre? Simplesmente porque estamos habituados a ver animais assim, e ao pensar em algo completamente novo não é possível apagar o que já temos na memória, o que nos é familiar. Isso não é ruim, mas sem dúvida é um fator que influencia na nossa criatividade, certo?

Outro ponto fundamental é a combinação de conceitos, já ouvimos a expressão de que no amor os “opostos se atraem” (há controvérsias), na criatividade isso também faz sentido, se pensarmos que coisas opostas, juntas, tendem a ter soluções mais criativas, menos óbvias e mais eficientes.

Termino essa reflexão um pouco teórica eu sei — mas essa agora é minha vida -, trazendo aquele clichê: não há uma fórmula pronta pra criatividade, mas há esperança. Podemos sim aprender a utilizar melhor a criatividade, combinar conceitos, treinar o nosso cérebro. Mas a criatividade não aplicada também não tem valor , por isso, a dica é sempre na linha de: exercite sua criatividade e faça dela um fator de diferenciação nos seus produtos ou processos, nunca guarde sua criatividade em uma caixinha!

Quer saber mais sobre a teoria da criatividade cognitiva? Confere AQUI o texto que usamos como referência para essa reflexão.

Bjs criativos e até o próximo texto 😉

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