Faculdade de Jornalismo: O Primeiro Ano

Impressões da primeira etapa em busca de um sonho

Alan Alexandrino
Foca em Formação
6 min readDec 27, 2015

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Depois do Carnaval, ia começar. Finalmente! Anos de espera para, até que enfim, dar início a um objetivo de muito tempo. O início das aulas para os calouros da Universidade Paulista, a UNIP, estava marcado para o dia 24 de fevereiro de 2015. Na verdade, estava para bem antes, mas a data foi prorrogada por três vezes, até chegar e ser decidido por essa terça-feira.

Confesso: estava com medo. Tinha (e ainda tenho) muitas coisas conspirando contra tudo isso. Um dia antes, publiquei um post no meu blog no Tumblr onde faço uma reflexão prévia disso: “O começo antes do início”, onde escrevo sobre o meu momento diante de um novo desafio.

Não dava para voltar para trás. Grandes decisões minhas foram tomadas havia já algum tempo antes desse início. Era este o momento. Antes agora do que nunca mais.

O nome do campus não resistiu por inteiro ao final de dois semestre cheios no cartão do estudante. ‘RAISO’ é a marca deste tempo difícil.

Quando fiz minha matrícula, três meses antes, e perguntava: “vai dar certo?”, fui orientado por alguns amigos que esta não era a pergunta certa, mas sim se aquilo que fazemos vale a pena para nós mesmos. O “dar certo” é consequência. Agora, eu penso que, independentemente do que aconteça, estou ainda em busca do meu sonho, daquilo que eu quero para mim, e é isso que importa.

De qualquer forma, estava eu lá, a caminho do primeiro dia de aula. Na sala, estudantes de Jornalismo, Propaganda e Marketing e Publicidade e Propaganda juntos, na mesma sala. É, fiquei pensando como seria o restante dos quatro anos. Muita gente! Apesar que sei que, lá no quarto ano, o número de alunos diminui.

Ainda no primeiro semestre, as salas foram divididas por curso.

Sou tímido, mesmo assim, estava otimista na possibilidade de ter colegas que conversem os mesmos assuntos que eu, e, principalmente, gostem e que escolheram o Jornalismo como futura profissão.

O Primeiro Semestre

O ritmo de faculdade era uma incógnita para mim. As coisas que eu ouvia falar sobre, assustavam um pouco. O “trote” por exemplo. Pelas notícias da televisão, não era algo muito agradável. No fim das contas, apenas observei a confraternização do pessoal no primeiro dia de aula, sem problemas.

Aquela sala cheia e que já formava alguns grupos, me deixavam ainda mais nervoso. “Se houver um seminário, como vou apresentar para todo esse pessoal?”. Quando, no primeiro dia de aula, o professor falava sobre como seria o curso, bateu um desespero e pensei “rapaz, o que eu tô fazendo aqui?”. Mas resisti. Por enquanto.

No fim das contas, concluí dois semestre e posso dizer que sou “25% jornalista”. Já é mais do que eu imaginava. Passei sem grandes dificuldades quanto ao estudo e sendo aprovado em quase todas as matérias sem precisar da terceira nota.

Na UNIP, são três avaliações por semestre. As chamadas ‘P1’ e ‘P2’ são as provas regulares que acontecem no fim de cada bimestre. Conseguindo a média 7 nas duas provas, não há necessidade da terceira prova (chamada de ‘Exame’ — assusta pelo nome, mas é como se fosse uma ‘P3'). Dos dois semestre que passei, fiquei com um exame em cada. Os dois, curiosamente, em Marketing. Matéria que, diga-se, teria, na teoria, um pouco mais de facilidade (durante o curso, comecei a trabalhar em uma agência de Marketing Digital). Acho que o professor não foi com a minha cara. Brincadeira. :D

Por falar em professores, no geral, são inteligentes e legais. A estrutura da universidade tem seus prós e contras. A organização da faculdade e administração deixam a desejar.

No primeiro semestre, as nossas matérias foram: Interpretação e Produção de Textos (uma matéria que, pelo nome, é aguardada ansiosamente por quem gosta de produzir textos — ou seja, a essência do jornalista. No fim das contas, acabamos não escrevendo quase nada nessa matéria); Técnicas e Gêneros Jornalísticos (matéria ‘chefe’ do nosso curso), Homem e Sociedade (aqui, muita leitura), Elementos de Marketing, Composição e Projeto Gráfico (fizemos a estrutura de um jornal e conhecemos o InDesign. O nosso jornal foi “O Cometa”. Sugeri o nome, em homenagem ao Silvio Santos), Teorias e Técnicas de Comunicação (matéria bacana e professor legal).

Ainda há uma atividade que estará presente em todos os semestre até o fim do curso: as Atividades Práticas Supervisionadas (a.k.a. APS). Um trabalho que conta com um tema a ser dissertado em grupo e entregue no final do semestre. O tema do nosso primeiro foi sobre o impacto das novas tecnologias no mundo da comunicação. Para alguém que “cresceu” profissionalmente e viveu intensamente este meio, a ponto de ganhar dinheiro escrevendo com blog, o tema era relativamente fácil. Dito e feito. Nota dez nesta.

Por fim, o site da universidade disponibiliza Estudos Disciplinares. Questões online que valem nota.

Foi bem cheio o semestre. No fim das contas, eu, desesperado sobre como seriam os próximos passos, consegui um emprego já no segundo mês. Tudo bem que meu grande objetivo é trabalhar com notícias em uma redação, mas trabalhar com internet e publicidade online foi e está sendo muito importante e de grande aprendizado.

O Segundo Semestre

Ah, agora já sabemos mais ou menos como será o ritmo. Os grupos da sala já estão bem formados e vai ser mais tranquilo. É…, só que não. Semestre agitado, com altos e baixos.

No meio do ano, a UNIP junta o segundo semestre com o pessoal que está entrando agora. Ou seja, segundo e primeiro semestre na mesma sala, com o mesmo ritmo.

De qualquer forma, as matérias deste semestre foram: Técnicas de Reportagem e Entrevista Jornalística, Ciências Sociais (curso bastante esperado por mim), Comunicação e Expressão (matéria muito legal. Fizemos resenhas — neste caso, fiz do livro “Olga” — e artigos de opinião), Ambientes de Marketing, Análise do Discurso com Crítica de Mídia e Fotografia (ah, a Fotografia… outra matéria super esperada e que renderam boas fotos e trabalhos bacana).

A APS foi sobre o mercado de comunicação. Nada de muito absurdo. No final das contas, deu tudo certo.

Sobrevivemos.

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Acabou? Por ora, não. Não sei bem como vai ser meu futuro. Espero dar continuidade no meu sonho. A correria em conciliar trabalho+estudos é algo bem cansativo e complicado. Viver e ver até onde vai é o objetivo de momento.

Ainda, escrevo este texto em meio as festas de fim de ano. Em mente, nada de descanso (apesar de estar há quase dois anos sem férias decentes).

Fora os estudos regulares, a universidade pede horas de atividades complementares (ou seja, leitura de livros, filmes, cursos, palestras, etc) para se formar. São 200 horas. Para mim, ainda falta um pouco para manter a média de atividades por semestre. Prometo não deixar tudo pro final.

Ah!, ainda, antes de esquecer: você que está pensando em fazer faculdade de jornalismo, tenha algumas certezas. A profissão, que é difícil, não ganha bem de uma hora para outra; oportunidades de empregos não são raras, mas são bastante concorridas; e, por fim, não vá com essa ideia de que jornalista não precisa de diploma. Claro que precisa!

Falta muitas coisas ainda para acontecerem. O que aconteceu até agora é muito significativo e importante para mim. Tenho orgulho de tudo isso. E ficam nossos desejos de que venham coisas boas nas nossas vidas e na profissão. É isso que eu busco. É isso que faz com quê eu acorde cedo e durma tarde acreditando em algo maior. Que faz com que eu escreva este texto.

PS: Antes de entrar na UNIP, pesquisei coisas na internet sobre a faculdade, buscando informações e outras coisas sobre o curso e sobre a UNIP em si, como muitos fazem. Encontrei um texto na internet sensacional escrito por Tuany Troleze, formada em jornalismo pela UNIP em 2013. O texto, dividido em quatro partes, é um material incrível que ajuda bastante a pensar sobre o curso, as dificuldades e impressões sobre todo este momento. Em seu Blog, o texto “Faculdade de Jornalismo: Tudo o que você sempre quis saber, mas tinha vergonha de perguntar” é uma leitura agradável e muito esclarecedora, na qual eu recomendo para você também ter uma ideia de como poderá ser os próximos anos.

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