Faculdade sem Partido — O Segundo Ano em Jornalismo

Quando você chega na metade do curso e tem cada vez mais certeza de que o caminho que escolheu é o certo

Alan Alexandrino
Foca em Formação
5 min readDec 30, 2016

--

Escolha um lado! Os debates durante o intenso ano de 2016 mostraram que defender uma bandeira (que frequentemente costuma ser, no fundo, a mesma coisa) é fundamental. Somos obrigados a escolher um lado, odiar o outro e militar pelos nossos pontos de vista. Ou seja, na contramão do que é a essência do Jornalismo (ou, pelo menos, diferente da forma que enxergo os valores da profissão).

Apesar de tudo, estudar jornalismo em pleno 2016 foi uma grande experiência. Fatos ocorridos neste ano ficarão marcados para sempre na história. Para o bem ou para o mal, dois mil e dezesseis foi bastante movimentado.

Presenciamos um impeachment de um presidente da república; uma eleição americana fora do comum; crises institucionais; eleições polêmicas; algumas tristezas; uma Olimpíada em casa! E um tantão de outros momentos.

E, quando se dá conta, você se torna 50% jornalista. É a metade do caminho!

Sucedendo um ano de incertezas, o 3º e o 4º semestre da faculdade ratificaram o desejo de querer fazer parte do mundo. Mais do que isso. Estes semestres foram uma prova de que seguir a profissão valerá a pena para o resto das nossas vidas.

Foram MUITAS histórias em 2016. Muitas mesmo! Todas valem contar. Mas não vai dar para falar de todas. Somente em conversas em que a memória nos recordará do que foi o 2016.

Por exemplo: quando, durante a fala da Dilma se defendendo contra o impeachment, ficamos ouvindo pelo rádio o discurso da presidente afastada no meio da aula de um professor. Quando visitei os estúdios da TV Gazeta. Quando decidi criar um blog sobre esportes. Quando fiquei na fila de um reality show musical. Quando ganhei um sorteio de um livro sobre esportes e conheci muitas pessoas que admiro para caramba no jornalismo. Quando fomos abordados por uma defensora de uma interversão militar (!).

Enfim, 2016 foi um grande ano!

O Terceiro Semestre

Aaaah, chegamos. Não somos mais calouros. Já conhecemos a rotina e o que deve ser feito daqui para frente. A cada momento que passa, a responsabilidade fica maior, em uma proporção equivalente a diminuição do número de alunos na sala.

As matérias foram boas. Das que eu estava empolgado inicialmente para o semestre, História e Teoria do Jornalismo foi a que me “decepcionou”. Não que tenha sido ruim, muito pelo contrário, mas estava imaginando outra coisa e, por causa dessa expectativa, fiquei um pouco frustado.

Porém, a que eu mais gostei foi Cibercultura. Apesar de difícil, foi muito bacana estudá-la.

Teve ainda Agência de Notícias, Sociologia da Comunicação, Comunicação e Cidadania e, sim, ela, Assessoria de Imprensa (confesso que tenho um pé atrás com essa matéria. Nada contra, aliás).

Pela primeira vez, nenhum exame. O que se repetiria no próximo semestre.

No meio de tudo isso, as coisas aconteciam no mundo de forma frenética. É possível destacar o Oscar vencido pelo brilhante Spotlight — Segredos Revelados como melhor filme. Um longa que emociona e inspira cada aprendiz de jornalista.

O Quarto Semestre

Mas não é possível: quarto semestre!!! Sim, chegamos. Particularmente, este foi o semestre que eu mais gostei até agora. Foi bem mais “cheio” do que os anteriores, mas, por tudo que fizemos e vendo nossos trabalhos prontos, saímos fortes dele.

Quem me conhece sabe das dificuldades que enfrentei e que enfrento na minha vida. E sabe o quanto eu valorizo cada dia na faculdade. Até hoje, nesses dois anos, nunca reclamei um dia sequer de ir para o curso. Cada momento para mim é valioso, afinal não é fácil. Indiscutivelmente, a minha maior paixão hoje é o Jornalismo.

E, no quarto semestre, tivemos um “gosto” de como é trabalhar na profissão. As matérias, mais práticas, foram um prato cheio para experimentar os desafios do jornalismo.

Entrevistamos pessoas, escrevemos bastante, discutimos, elaboramos um monte de coisas, levamos broncas… Mas deu tudo certo.

Fomos responsáveis pela criação de um jornal impresso (para a matéria Editoração em Jornalismo Impresso). De minha parte, me inspirei nos tradicionais veículos pelo mundo e suas linguagens sisudas. “Minha cara” Baaah…! Ficou bem bacana, diga-se.

Ainda, fizemos um site jornalístico. Ah, um site (S2)… A matéria que eu “me senti em casa”. Por sinal — abrindo um parênteses — , criei um blog pessoal neste 2016: #OALANBRADO (hein, ãhn, entenderam… “alan”, “brado”, hein… AAAaaah…ai, ai… Pff).

Voltando ao Webjornalismo. Com o foco em Meio Ambiente, o site (acessado neste link) teve muita coisa bacana. Destaco duas: uma entrevista superlegal com um gerente super experiente de um órgão ligado ao governo estadual, e, segundo, uma pesquisa que realizamos com populares na cidade. Tá tudo lá. Por sinal, esta é, até agora, a matéria com a minha melhor média semestral. Valeu, professor! :)

A outra matéria que destaco é a Introdução as Técnicas de Audiovisual em Jornalismo. Fizemos um curta-metragem muito legal! Mas muito legal mesmo. Para mim, a produção em si foi uma grande experiência. Brinco que fizemos “jornalismo na veia”. E o resultado ficou excepcional, modéstia a parte. ;)

A grade ainda teve Psicologia do Consumidor, Jornalismo Especializado e Oficina de Redação.

Por fim, não posso deixar de citar, o encontro de jornalismo realizado pela faculdade. Muita gente boa. Fizemos a cobertura de um dos dias. Baita momento. A entrevista que fizemos pode ser conferida neste link.

Já diria o outro: “nasci pelado e careca, o que vier é lucro”. Já temos muita história para contar. Mantive meu emprego, reforcei amizades, conheci pessoas novas, lugares novos, experiências novas…

Mas uma coisa ainda me deixa preocupado. As atividades complementares! Se antes faltavam três anos para fazer, agora restam dois. o.Õ Vai dar tempo. Espero.

A expectativa pelo novo ano é grande. Os desafios maiores. Mas está sendo divertido. É importante ter na mente que, nas adversidades, ser forte e tirar sempre aprendizado para a vida. E sempre aproveitar ao máximo todo este momento.

Nada do que aconteceu seria tão bacana se não fossem as pessoas em nossa volta. Os colegas, amigos e professores foram extremamente importantes em todos estes momentos. E é mais bacana ainda que muitos destes veem algo bom na gente. Fica o nosso desejo para que o nosso nome também seja conhecido e lembrado com credibilidade por todos aqueles que nos admiram.

Por fim, para deixar claro, quanto ao título e a introdução desse texto, tenho uma posição contrária ao Escola sem Partido. A ideia de usar este título foi fazer uma referência para contextualizar mais uma polêmica de um polêmico ano.

É importante ter posicionamentos e liberdade para expressar seus pontos de vista. E, além disso, respeitar a visão do outro. Quando isso está claro na mente, os debates se tornam sadios e produtivos. Se for diferente, passa a ser uma conversa de torcidas de futebol, em que fanáticos se proíbem de dar razão ao outro.

Que venham bons debates no novo ano. E que seja um ótimo ano em todos os sentidos. Para que o próximo artigo desta série exista e seja legal.

PS.1: O texto com o primeiro ano da faculdade de jornalismo pode ser lido aqui no Medium.

PS.2: Ah, visitem #OAlanbrado e siga nas redes sociais. O endereço é www.oalanbrado.com.br

--

--