O pirata mais amado

Davi Fernandes Pereira
Força Geek
Published in
3 min readJun 13, 2017

Você já ouviu falar do capitão Jack Sparrow? Recentemente, Johnny Depp interpretou seu personagem pela quinta vez, no filme Piratas do Caribe: A Vingança de Salazar. A Franquia, que foi uma das maiores potências da Disney na década 2000 tem seu sucesso devido ao ator e sua criatividade, porém, o que poucos sabem é que ele teve que bater de frente com os executivos para que seu personagem viesse às telas.

Jack Sparrow e seu jeito, no mínimo, peculiar é o maior atrativo da franquia. Crédito: Divulgação/Disney

A Disney, dona da franquia, estava em busca de um sucesso com algum atração do seu parque temático, e após outros lançamentos sem sucesso, resolveu apostar na história de piratas. Sonho pessoal do roteirista Stuart Beattie, o longa demorou anos para ser aprovado, e por incrível que pareça, seu personagem principal foi pensado para ser interpretado pelo ator Hugh Jackman, mas isso acabou não ocorrendo devido ao fato de, na época, a produtora desejar um ator reconhecido, e o eterno Logan ainda não tinha o crédito que tem hoje.

Após cogitarem até mesmo Jim Carrey, Depp foi selecionado. Com fama de ser um ator alternativo devido a grande variação de personalidade de seus personagens nos longas, ele chamou a atenção dos produtores, que resolveram apostar em alguém sem ainda um grande Blockbuster.

Capitão Jack no segundo filme da franquia. Crédito: Divulgação/Disney

Enquanto estudava o personagem, Johnny concluiu que os piratas da época do século XVIII representavam algo como os grande rock stars atuais, sendo por esse motivo, o qual ele se baseou nesses artitas para a formatação de seu personagem. Ele, inclusive, colocou dentes de ouro na sua boca devido à influência de Keith Richard, guitarrista dos Rolling Stones. Suas escolhas, porém, não foram de acordo com o que a produção da empresa imaginava para o filme.

Os executivos eram contra o visual do personagem, mas o susto veio quando as primeiras versões do filme foram para suas mesas, os deixando muito preocupados com a repercussão do filme. Por ser um filme infantil, a atuação do pirata foi mal vista pelo fato dele aparentar estar sempre embriagado, com os questionamentos vindo até ele. “Começaram a chegar perguntas como ‘Sua [atuação] é de um bêbado? Ele é gay?’ E tudo o que eu podia dizer era: ‘Vocês não sabiam que todos os meus personagens são gays?”, afirmou em tom bem humorado durante o AFI Festival em LA (Via USA Magazine).

O problema então chegou até a alta cúpula da Disney, mas eles foram acalmados pois o diretor do longa defendeu seu ator e garantiu que sua performance iria trazer o retorno desejado por seus executivos, mesmo com seu CEO estando, no mínimo, desconfiado com o retorno das críticas e público do filme.

“Eu esperava ser demitido e recebi um telefonema do alto escalão da Disney, que foram corajosos o suficiente para me perguntar, ‘Que p… você está fazendo?’… eles disseram que iriam colocar legendas nas minhas falas, uma vez que não entendiam nada do Capitão Jack”

Em determinado momento, os produtores resolveram ceder as decisões tomadas pelo ator, porém, a tensão pelo longa aumentava a cada dia, até que o mesmo foi um sucesso, arrecadando cerca de 654 milhões de doláres ao redor do mundo, inclusive, com elogios vindo ao Capitão Jack Sparrow, rendendo uma indicação ao Oscar pelo personagem a Depp.

O filme foi o pontapé inicial da franquia, na qual o ator retornou outras 4 vezes ao personagem, com o ultimo tendo entrado em cartaz no ultimo dia 25 de maio no Brasil, além do personagem ter virado parte do parque da Disney e uma estrela no mundo dos cinemas.

Atualmente, Depp se vê envolto a polêmicas com sua ex-mulher, acusações de usar escuta para não precisar decorar suas falas e já não tem a mesma força na bilheteria que no passado. Porém, no início dos anos 2000 ele era um dos atores que mais arriscava no mercado e sua criatividade criou um dos personagens mais marcantes do cinema.

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