League of Legends e clubes de futebol

Assim como o Flamengo, clubes tradicionais do futebol abraçaram a modalidade de esporte formaram times com projeção internacional

Vinicius Lima Santos
Fora da Caixa
3 min readNov 8, 2019

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(Crédito: Riot Games)

Deve ser quase impossível não conhecer hoje em dia, mas para quem nunca ouviu falar, League of Legends é um jogo multiplayer online de estratégia em equipes que completou 10 anos de existência no dia 15 de outubro.

De acordo com a própria desenvolvedora do game, a Riot, “League of Legends” em setembro apresentava um pico diário de 8 milhões de jogadores simultâneos. Para a empresa, isso significa que o moba é o jogo de computador mais jogado no mundo.

As partidas ágeis e completamente focadas no trabalho em equipe rapidamente atraíram jogadores do mundo todo para a modalidade competitiva. Em pouco tempo, os melhores do mundo no LoL profissional já ganhavam fortunas milionárias ao vencer o mundial de League of Legends.

São números difíceis de se ignorar, mas parecia que ainda havia quem achasse que videogame não era coisa séria, e esses são os clubes tradicionais de esporte, em particular ou futebol. Mesmo conhecidos por manter equipes em diferentes modalidades do que o clássico jogo de bola, nenhum clube brasileiro.

Começo Turbulento

As primeiras tentativas foram mal sucedidas. Por medo de entrar em um novo cenário com pouco domínio (e também para investir menos), o Corinthians resolveu, no final de 2017, a iniciar uma parceria com a RED Canids, um dos times mais importantes do LoL brasileiro, unindo as duas marcas.

A parceria durou pouco menos de seis meses. Faltou tempo e vontade de investir na equipe, e uma mudança na gestão do time tirou o “Timão” de Summoner Rift (o nome da arena onde acontecem as partidas).

A mesma coisa aconteceu com a equipe dexterity, que se associou ao Santos FC por pouco mais de dois anos, para um fim da parceira em 2018, sem títulos e sem conquistar público ou relevância técnica.

Reconhecimento no Brasil e no mundo

Demorou um pouco, mas finalmente um clube de futebol tradicional brasileiro investiu no LoL e conseguiu uma vaga no mundial. O Flamengo eSports, time oficial do Clube de Regatas do Flamengo, criado em 2018, venceu o 2º Split do Campeonato Brasileiro de League of Legends de 2019, que garante a vaga no Worlds, o campeonato mundial.

Porém, o Flamengo não foi o primeiro a sair do gramado para a cena internacional de League of Legends. Dois times turcos, o Besiktas e Fenerbahçce (rivais), já marcaram presença nos dois principais torneios internacionais de League of Legends, o Mid-Season invitational, competição entre as regiões de meio de temporada, e o Worlds, o mundial.

Para o Mundial deste ano, que foi realizado entre os dias 2 de outubro e 10 de novembro, na Europa, o Flamengo (já eliminado) será o único “clube de futebol” na competição. Por muito pouco, o Schalke 04, da Alemanha, não garantiu também um lugar no torneio mais importante da temporada. A equipe perdeu a repescagem da LEC (liga europeia) para a Splyce, organização canadense que atua no cenário europeu no League of Legends.

O que futuro reserva

Ainda assim, quase tão importante quanto a vitória nas competições são as participações e como elas atraem públicos novos ao eSport e conferem mais credibilidade e seriedade ao jogo. De volta ao Flamengo, por ser o clube com a maior torcida numérica, é real o impacto em novas pessoas que nunca conheceriam o LoL se não fosse pelo “Mengão”.

Para Felipe “brTT” Gonçalves, o jogador mais notório do Flamengo eSports e flamenguista de terceira geração, a mudança do status se reflete na “comunidade, no cenário em si, no tamanho que ele chegou. Tanto em estrutura quanto no investimento”. Após dedicar a vitória no CbLoL ao avô (primeiro flamenguista da família), Gonçalves continua a perseguir ou crédito por meio de vitórias no jogo.

“Incrível ver a seriedade que as pessoas têm dado ao ‘LoL’.” Apesar de nenhum grande título na cena internacional (esta dominada pelas equipes coreanas, chinesas e europeias), os clubes de futebol continuam (mesmo que modestamente) a tentar abraçar o futuro dos esportes, visto que analistas indicam que em alguns anos a linha entre esporte e esporte eletrônico será nula.

(com colaboração de Guilherme Oliveira)

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Vinicius Lima Santos
Fora da Caixa

Jornalista, Nerd e tentando a sorte na gringa - Toronto, Canadá. Tentando tirar a ferrugem e voltar a escrever