Menos é mais

Inspiradas em uma tradição finlandesa, amigas lançam berço feito de papelão

Marcela Roldão
Fora da Caixa
3 min readNov 25, 2019

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(Créditos: Pexels/Reprodução)

Com seus berços feitos de papelão, a empresa Nanú Box chegou ao mercado em setembro de 2018 para mostrar que inovação nem sempre é sinônimo de revolução tecnológica. A ideia do produto é justamente tentar simplificar um período de tantas mudanças e adaptações como o da chegada de uma criança.

A caminha é produzida em formato de caixa e, no fundo, tem um colchão forrado com lençol. Pode ser transportada de um local para outro com facilidade devido à sua leveza, mas é forte o suficiente para aguentar até seis quilos. Além do mais, é bastante sustentável, pois pode assumir várias outras funções quando a criança se torna grande demais para ela. Algumas clientes da marca contam ter transformado o berço em porta-trecos, guardador de brinquedos, apoio para notebook e piscina de bolinhas. Se algum dia ele já não tiver mais utilidade, pode ser reciclado sem problemas.

(Créditos: Nanú Box/Divulgação)

A Nanú foi fundada pelas amigas Isabel de Barros e Adriana Nazarian, que se conheceram enquanto cursavam Rádio e TV na Fundação Armando Álvares Penteado (FAAP). Embora a vontade da dupla de empreender em conjunto fosse antiga, sempre aparecia algum empecilho no caminho. Por coincidência, as duas ficaram grávidas na mesma época — seus filhos têm apenas uma semana de diferença — e, enquanto estavam navegando na Internet depois de uma mamada noturna, descobriram o berço de papelão, muito comum na Finlândia.

A gestação da ideia

Santos e Nazarian queriam importar um berço-caixa finlandês para estudar melhor o produto, mas o custo seria muito alto. Por isso, optaram por um estadunidense, mais barato, e logo começaram a buscar uma maneira de fabricar uma versão brasileira desse item. O primeiro problema com o qual se depararam era o fato de as caixas vendidas por fornecedores de embalagens terem emendas. Alguns se dispunham a fazer uma nos moldes estipulados pelas empreendedoras, porém não seriam estampadas. No fim, a solução foi encomendar a matéria-prima em gráficas de revista, o que se tornou uma vantagem: por ser feita de papel laminado, a caminha pode ser limpa apenas com um pano úmido.

(Créditos: Nanú Box/Divulgação)

Enquanto o produto ia tomando forma, Santos encontrou o B2Mamy, programa de aceleração focado em empreendimentos cujas autoras fossem mães. Primeiro, as sócias passaram apenas por um dia de mentoria. Depois de alguns meses, a aceleradora abriu um programa de quatro meses, divididos em oito módulos discutindo temas como finanças e marketing. Era uma chance única, e Nazarian tomou a decisão de sair de seu trabalho para investir no embrião da Nanú Box.

Susto no parto

Enquanto as primeiras unidades do berço-caixa eram entregues aos compradores, a apresentadora Bela Gil anunciou um produto semelhante, a Bela Baby Box. Lidar com uma concorrente de peso logo de cara foi um susto para as amigas, mas elas decidiram focar no lado positivo: alguém de grande projeção estava divulgando o conceito daquilo que elas queriam vender.

Ao longo dos treze meses desde seu lançamento, a Nanú Box passou a ser vendida em lojas físicas na cidade de São Paulo, além de poder ser encontrada em lojas online, no site oficial da marca e em seu Instagram. As fundadoras agora estão firmando parcerias com marcas de produtos infantis e planejam começar a praticar o business-to-business, isto é, comercializar em larga escala para estabelecimentos como hospitais e laboratórios médicos. As vendas no varejo vão continuar, até porque Santos e Nazarian acreditam que começar dessa maneira foi importante para testar o produto, que traz um faturamento, em média, de R$4 mil por mês.

(Com colaboração de Daniele Candido)

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