Você é o que você come

Movimento slow food propõe relação mais consciente com a comida

Marcela Roldão
Fora da Caixa
2 min readNov 27, 2019

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(Créditos: Pexels/Reprodução)

O conceito de fast food é familiar para a maioria das pessoas. Basta falar essas duas palavras para vir à mente imagens de praças de alimentação em shoppings e pessoas comendo alimentos ultraprocessados em velocidades absurdas. Também não é incomum ouvir falar de concursos para ver quem consegue ingerir a maior quantidade de comida em menos tempo e muitas redes de lanchonete montam uma espécie de hall da fama para essas pessoas.

O seu contraponto, porém, é menos conhecido. O movimento slow food foi criado pelo jornalista italiano Carlo Petrini em 1986 e defende, conforme consta em seu site, “o direito fundamental ao prazer de comer bem e consequentemente têm a responsabilidade de defender a herança culinária, as tradições e culturas que tornam possível esse prazer”.

(Créditos: Pexels/Reprodução)

Essa filosofia propõe uma relação com a comida que vá além do consumo automático e impensado. Seus adeptos são incentivados a se informarem sobre a origem daquilo que está em seus pratos e se engajaram na defesa de povos originários, da fauna e da flora. O alimento deve ser “bom, limpo e justo”, ou seja, saboroso, produzido de maneira que não tenha um impacto negativo e os preços devem ser bons para os dois lados envolvidos na venda.

O estado do bem viver

O slow food e demais movimentos que propõem a desaceleração do ritmo do mundo são fundamentais para que se alcance a sociedade do bem viver. Esse projeto político se coloca contrário ao desenvolvimentismo e se inspira em comunidades andinas e amazônicas para pensar novas formas de organização social.

A proposta não a volta a um tempo passado, mas a formulação de algo novo e que contemple o planeta inteiro, não apenas a América Latina. Seus ideais são radicais. O bem viver não quer soluções superficiais, mas sim ir à raiz dos problemas para promover mudanças estruturais. Seu maior objetivo é criar um mundo no qual a sociedade gire não em torno do trabalho e da obtenção de lucros, mas dos direitos humanos e de um forte senso de comunidade.

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