Por que escrevemos?
Então a alma gritava, o coração pulsava fortemente, o olhar brilhava e a boca balbuciava palavras não ouvidas.
De súbito, procurou por uma caneta. O papel, o único que encontrou e lhe serviu, foi um retalho da embalagem de pão. Apoiou o meio de escrita no canto geométrico e permitiu-se. A mão, que estava perdida, percorria a imensidão do pequeno papel que agora já não estava tão branco. E lentamente, a ansiedade do peito foi esvaziando, de modo a transbordar o retalho, com algumas rasuras.
Ao término da folha, e do furor pela escrita, a menina mulher relaxou. E então entendeu. Às vezes, a alma pede refúgio em uma embalagem de pão, e a vida, não passa de um emaranhado de letras.
Escrevemos para nos libertarmos e para vocês nos ouvirem.
Sejam bem-vindos!