2019 Destiny Grand Championship — Caprino Top 16

Fernando Caprino
Force Roll
10 min readDec 4, 2019

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Fala galera! Rápido demais, como uma partida na qual você consegue jogar Delve + Fist, o Grand Championship 2019 de Star Wars Destiny chegou e já foi embora.

Num fim de semana absolutamente maravilhoso, tivemos o prazer de receber jogadores de todos os lados aqui em SP para curtir nosso joguinho preferido.

Antes de mais nada, quero agradecer a todos que se deslocaram de longe pra jogar aqui conosco. Especialmente aos queridíssimos Fernando, Thiago e Ian do SWDBR. Vocês são incríveis, uma inspiração e o grande motivo pra comunidade continuar ativa e existindo. Obrigado!

Falando sobre meu deck e a escolha: estou há uns 45 dias jogando semanalmente, mas nos últimos 15 intensifiquei a programação de treinos. Desde cedo, logo depois do mundial, as listas de Aphra me chamaram a atenção e comecei a testar Aphra/Phasma2/Sentinela + o plot Grand Design. Nunca tinha usado o plot e as primeiras partidas testes foram chocantes. Depois que o deck engrena, parece uma máquina com as peças bem encaixadas. Confesso que testei outras coisas, como costumo fazer, porque acho importante saber como os decks funcionam e sentir o que se quer fazer com eles. Mas nunca estive efetivamente em dúvida do que jogaria.

A partir daí, foram testes de várias cartas diferentes para definir uma lista de 30. Até o último momento, sentia que 36 cartas poderiam estar no deck e funcionar igualmente bem. Também mantive a quest de convencer o Ian a compartilhar a minha escolha, já que ele parecia enamorado pelo 4-Lom (e entendo ele, vide o resultado do Belote!).

No fim, optamos por Aphra e o plot. Cito alguns motivos para explicar nossa decisão:

  • Matches equilibrados ou favoráveis contra Droides, 4-Lom, Reylo e Aphra sem plot (4 melhores decks do formato, 100% do top 16);
  • Capacidade do deck de achar as respostas é uma vantagem, apesar de ter menos potencial de dano direto (comparado ao 4-Lom) e logo depender mais dos suportes grandes;
  • Dos 4 principais decks, é o que menos sente a morte de 1 personagem;
  • Em relação a outras versões de Aphra (eAphra/Griev/Sent ou eGriev/Aphra/Sent), o draw adicional do plot é a última camada de consistência quando as cartas que ciclam o deck (Descanso, Manobras Perigosas, Aterrissagem Forçada, BT-1) não vem.
Campo foi o Palácio Real de Theed.

Os 4 droides e os 4 suportes-bomba sempre estiveram garantidos na lista. Testamos várias combinações de Senado, Imperial Officer, Déjà Vu, Escudo Bolha e Mercenários no deck, e no fim optamos por manter apenas os 2 Mercenários. Eles ativam o plot por 1 recurso (igual os droides) e são ótima fonte de dano direto.

Os 6 eventos de ramp nunca estiveram em questão. Respite (Descanso) é uma das engrenagens, comprando uma carta. Basicamente é ativar o personagem, rolar recurso, resolver e comprar uma carta — mas em uma ação só! Delve também nos faz comprar uma carta, com a Aphra viva. E No Good To Me Dead é absolutamente insano! 2 recursos valem MUITO mais do que 2 de dano curados.

Os Forsaken (Abandonado), Medidas Desesperadas (babaca de bom!!) e o Manobras Perigosas sempre estiveram garantidos também. Por último, usaria 4 Probe (Sonda) se pudesse, de tão boa que é a carta…

O que restou foram 6 “one of’s”, cartas que julgamos situacionais e não me importaria em ver menos frequentemente. Hidden Motive (Intenções Ocultas) talvez seja a mais surpreendente, mas na maioria dos confrontos a melhor probabilidade de remoção é um 33% bem meh. Colocamos o Pulso Eletromagnético pra aproveitar o alto número de decks com Droides, e eu achei que valeu a pena. 1/1 Aterrissagem e Defesas Automatizadas foi uma escolha difícil, mas sentíamos falta de uma remoção “sem condicionais” — já que sempre temos droides em jogo. Ato de Crueldade é ótimo contra tudo que tenha 3 ou mais personagens. A última inclusão, a da noite anterior, foi A Melhor Defesa… A ideia era poder remover múltiplos dados, coisa que decks vilões praticamente não fazem. Usei unas 3x e gostei de ter essa possibilidade.

Minha única alteração seria utilizar um Câmara do Senado. O que tirar é que complica. Ficaria entre o Ato de Crueldade e um dos Mercenários. Senti falta do foco do Senado para evitar vários rerrolls em alguns momentos.

Sábado foi o dia 1 do GC, teríamos 7 rodadas com corte para o top 16. A conta era vencer 5 partidas e se garantir no top. Como venci o regional em SP, precisaria vencer 4 partidas, já que começaria com um bye (vitória automática). Claro que quem acompanhou o evento sabe que não foi bem assim. A Organização não aceitou a validade dos byes (Belote, Ian, Natália e eu), alegando que com a mudança da estrutura (Nacional para Grand Championship) eles não eram considerados.

Decidido a não deixar isso me desconcentrar, fui conferir a primeira rodada e descobri que ia jogar contra o Guilherme Guintage, de Atibaia, que respeito e admiro pela dedicação à comunidade e que vem se mostrando consistente desde que começou a jogar.

Rodada 1 — vs Guilherme Guintage (eChopper/R2-D2/C-3PO/Fateful Companions) — Vitória
Felizmente pra mim o bye não fez falta. Comecei fazendo exatamente o que eu esperava do deck: rampando, comprando cartas, baixei um Megablaster e num rerrol oportunista (tinha 2 cartas para rerrolar e queria achar o 2X do Sentinela) acabei derrotando o Chopper já no round1. Como é normal, o Guilherme não conseguiu se recuperar.

Rodada 2 — vs Evandro Siqueira (mirror match) — Vitória
Jogo com o Evandro quase semanalmente, então sabia o que esperar do estilo de jogo. A evolução dele foi enorme, como se vê pelo top 8 conquistado, e eu sabia que tinha que jogar uma partida limpa, sem erros e eficiente. O jogo foi arrastado, sem nenhum dos dois conseguir construir bem, até que finalmente as bombas começaram a aparecer. Eu consegui fazer o deck “explodir” antes e tive o Medidas Desesperadas pra lidar com a bomba dele quando veio. Apertado, mas consegui seguir o plano de jogo e venci.

Rodada 3 — vs Roney Peres (eKylo/eRey/Temporary Truce) — Vitória
Ao final da primeira rodada, achei que fosse ter minha primeira derrota do torneio. Não tinha achado nenhum suporte e não tinha conseguido comprar muitas cartas. Na segunda, achei o BT-1, mas o cenário não era nada animador. Na brincadeira de passar escudos pra ativar as habilidades e somando meus danos indiretos, o Roney tinha algum dano nos personagens que eu curei para chegar a 6 recursos com o No Good to Me Dead. Na ativação do Sentinela, minha sorte e o jogo mudaram totalmente. Achei o Fist no topo (ainda round 2) e entre rerrols, focos e (se não me engano) uma Sonda, conseguir resolver 3x o 3r do Fist e o 3X/1 do BT-1 para derrubar o Kylo com Niman e Sabre.
Naturalmente o Roney não conseguiu acompanhar o ritmo do jogo com a Rey pelada. Foi a primeira vez no dia que meu deck “respondeu” numa situação difícil. Vitória, 3–0 na pausa para o almoço.

Rodada 4 — vs Rodrigo Motta (eChopper/R2-D2/C-3PO/Fateful Companions) — Vitória
Volta do almoço e direto para a Stream. Havia jogado algumas partidas contra o Rodrigo nos side events de sexta e sabia que não ia ser nada fácil. Me senti confiante quando usei Delve+Fist no round 1! E totalmente sem esperanças quando ao final do round 2 a Phasma estava sendo derrotada e meu oponente tinha 1 de dano em cada droide e Riot Shield no Chopper e no R2.
Aí, aconteceu a Sonda. Acertei 2 remoções chaves com ela no round 3, descartei a última carta (um Pulso Eletromagnetico) com o 0–0–0 e consegui levar o C-3PO (que era o menos protegido, precisava derrubar alguém!!).
No round seguinte levei o Chopper e consegui manter Aphra e Sentinela vivos (mas por um fio!). O Rodrigo começou o último round com Instigar. Roll máximo e ele mataria a Aphra e teria letal contra o Sentinela na mesa. Ele não rolou nada bem, eu consegui controlar os dados e encerrar uma virada que parecia bem improvável!

Rodada 5 — vs André Toseto (eKylo/eRey/Temporary Truce) — Vitória
Continuei na stream para a 5ª partida, contra o então vice-campeão Nacional. Só quem já jogou contra o André vai saber do que estou falando: é infernal e incrível ao mesmo tempo jogar com ele. O clima é leve, ele é brilhante e sempre tem alguma carta que te pega totalmente de surpresa. É exatamente na expectativa dessas partidas que eu jogo Destiny!
Recomendo a quem puder assistir o André dar um show de resiliência e controle nesse jogo. Foi muito equilibrado! Meu plano contra Reylo é rampar e colocar mais dados enormes do que os escudos conseguem aguentar na mesa. Não sofro com disrupts e descartes, então é mais confortável. Claro que contra o André eu cheguei até a carta 29 do meu deck pra conseguir achar os danos que precisava pra vencer a infinidade de escudos, melhorias defensivas e maneiras não-usuais de remover meus dados. Mais uma Sonda crucial, removendo Pushing Slash e mais uma mitigação, me ajudou a conseguir chegar à vitória. 5–0, dever cumprido e garantido no top 16!

Rodada 6 — vs André Belote, the Champion (e4-Lom/Grievous/Sentinela) — Vitória
Como o Belote costuma dizer, se tem uma certeza nesses campeonatos é que vamos nos enfrentar… Hahaha!
Felizmente, essa foi numa situação excelente, com os dois 5–0 e já classificados pro dia 2. Assim, jogamos mais relaxados, mas ainda assim ambos querendo a vitória.
O jogo foi um sofrimento. O Belote tinha os recursos, mas não achava os suportes. Enquanto isso, controlava os meus recursos e mesmo que eu tivesse os suportes, não conseguia jogá-los. Minha maquininha de indiretos e cartas me deixou levemente na frente na corrida dos danos, mas nenhum dos dois tinha mesa. Até que choveu Megablaster. Sério… 2 pra cada lado, 6 dados em cada mesa pra acabar com a monotonia! Por estar um pouquinho na frente, consegui fechar o jogo primeiro. Ficou um gostinho de quero mais, que infelizmente ainda permanece pra mim. 6–0.

Rodada 7 — vs Clauber Alex (eKylo/eRey/Temporary Truce) — Derrota
Antes de saber quem seria meu adversário, estava decidido a não jogar a partida. Duas coisas me fizeram confirmar essa decisão: preferia que o Clauber não tivesse a informação de como eu estava jogando com o deck, para um eventual dia 2. E a vitória dele aumentava as chances do Ian passar entre os 16, terminando 4–3. Missão cumprida, mas não sem o porém.

Final do dia 1 e a ótima sensação de dever cumprido. Meu deck me entregou exatamente o que eu esperava dele. Enfrentei adversários ótimos (5 dos meus 7 oponentes passaram pro top 16) e tive partidas incríveis e muito pegadas, mas também num ambiente excelente. O porém? Passei em primeiro e o Ian em 16º, o que significava nos enfrentarmos num mirror nada agradável no top no domingo.

Saímos do Expo Center Norte e fomos pra casa do Belote e da Bia, preparar eles pros confrontos do dia seguinte. Ian e eu não queríamos nem saber de treinar o mirror, não fazia sentido. Um delicioso hamburguer depois e um açaí depois, assisti o 4º episódio de Mandalorian aqui em casa enquanto o Ian capotou.

Top 16 — vs Ian Nogueira, o matador de Aphras (mirror) — 0–2
O plano para enfrentar o Ian era bem parecido com o da segunda rodada, contra o Evandro. Jogar concentrado, livre de erros e eficiente. Sabia que qualquer coisa poderia ser a diferença no jogo.
No jogo 1, comecei esquecendo de comprar 1 carta do plot logo de cara. Tinha os 3 droides na mão, percebi quase imediatamente meu erro, isso atrapalhou um pouco minha sequência de ações e aí eu tomei uma decisão que poderia ter vencido o jogo, mas me custou ele. Usei Medidas Desesperadas para destruir o 0–0–0 dele, na expectativa de cortar uma das engrenagens do deck. Poucas ações depois ele jogou o segundo 0–0–0. Usei o segundo DM para destruir uma bomba (acho que foi o Fist), mas já não tinha mais o que fazer quando ele conseguiu cair a segunda. 0–1.
No jogo 2, comecei com os dois droides na mão de novo, joguei ambos rapidamente e o Ian usou a minha estratégia do jogo 1: destruir o meu 0–0–0. Pensei que ele tinha cometido um erro, porque faltaria DM para destruir uma bomba minha. Me enganei, porque não vi o segundo 0–0–0 (era uma das últimas 4 cartas do deck) e me faltaram 4 de dano para levar o confronto pro jogo 3. 0–2.

Felizmente perdi para um grande amigo, excelente jogador e logo me envolvi na preparação dele e do Belote para o resto da corrida até a final. Por conta dessa empolgação com eles, não senti tanto minha derrota. A sensação final é de inveja, confesso. Não do Belote ter sido campeão, mas deles terem jogado mais 3 séries melhor de 3 de Destiny de altíssimo nível e eu não.

Termino o campeonato convicto que melhor sorte no pareamento poderia ter me permitido ir mais adiante e que escolhi o melhor deck do formato para a disputa. Sinto que poderia vencer todos os confrontos que teria no dia 2, que foram exatamente os que enfrentei no dia 1.

Encerro parabenizando os finalistas, que são dois grandes amigos e excelentes jogadores. O nível da final foi altíssimo e foi um prazer ter podido contribuir para eles estarem ali.
Também quero ressaltar os outros integrantes do top 16, que foi de alto nível, com vários repetecos do ano passado.
Últimos agradecimentos especiais para a Bia, que me deu o último empurrão de melhoria nos treinos e é sempre ótima companheira. E outra vez para os nossos heróis do SWDBR e para essa comunidade maravilhosa!!

Valeu demais e não vejo a hora de rever todos vocês!

Abraços!!

Caprino

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Fernando Caprino
Force Roll

Primeira aventura competitiva em cardgames, mas competitivo a vida inteira. Apaixonado por Destiny desde o lançamento, tentando masterizar o joguinho.