Belote — Brasil 2019 Destiny Grand Champion

Fernando Caprino
Force Roll
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14 min readDec 3, 2019

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Depois de um longo período de hibernação, precisei tirar o Force Roll da caverna pra poder dar voz ao campeão!
Deixo vocês com a espetacular campanha de André Belote, o campeão do Grand Championship brasileiro de Star Wars Destiny 2019. Merecidíssimo e espetacular. Grande abraço.
Caprino.

Belote:

No último final de semana, aconteceu o segundo campeonato nacional de Star Wars Destiny, ou como agora é chamado, Grand Championship. Mudou de nome por conta das alterações estruturais da FFG, detentora do jogo, mas na real é a mesma coisa. Gente do país inteiro, jogadores de alto nível, numa reunião sensacional que deveria acontecer mais do que apenas uma vez ao ano.

Acho que ‘alterações’ é uma palavra que melhor define esse torneio. O local do evento foi alterado a dois dias de seu início, pro outro lado da cidade. A alteração da estrutura do torneio impediu que os campeões regionais utilizassem seus ‘byes’ (vitória garantida na primeira rodada) no torneio, o que era um direito adquirido com o título. Houve também uma alteração no comando do TJO da Galápagos, assumindo um cara que eu conheço e respeito muito, porque está há anos envolvido em TCG competitivo. Acho que já dá pra ver a mão dele em algumas coisas, e isso é promissor.

Mas vamos ao evento. 55 jogadores inscritos, 54 jogadores presentes. 7 rodadas de suíço, com corte pro Top 16 no dia 2. Com certeza seria um torneio longo, mas os jogadores esperaram tanto por isso, mereciam aproveitar cada segundo desse evento.

Às partidas! “Destiny, RODADA!”

Rodada 1 — vs George Felipe, com Maul/Mandalorian Super Commando

O George é um dos bons amigos que esse jogo me trouxe, então fiquei triste de enfrentá-lo logo na primeira rodada, porque um de nós começaria pra trás. Particularmente, eu não conhecia o deck dele, nunca havia jogado contra, então não sabia o que esperar. Durante o jogo, ele não conseguiu construir, e rolou muito, mas muito mal. Todas as Power Actions do Maul que ele dava não rolavam dano, então ele não conseguiu colocar a pressão que, depois eu viria a descobrir, o deck era capaz. 1–0.

Rodada 2 — vs Luis Tortora, com Palpatine/Watto

Quando vi o nome no pareamento não sabia quem era, mas quando ele chegou na mesa (atrasado!) eu vi que era outro conhecido meu, mas o conhecia como Filipe, ou Karpov, como ele é conhecido na comunidade. Outro match que eu não dominava, mas por sorte havia enfrentado nos Pods organizados pelo SWDBR um dia antes, e perdido FEIO. Quando o Palpatine constrói, fica difícil matar, ainda mais se ele conseguir encaixar as Terapias Bacta. Então, já sabia mais ou menos o que fazer. O jogo se prolongou, chegamos na rodada decisiva quando o tempo acabou, então dá pra imaginar que não foi fácil. Foquei o dano no Palpatine, mas não consegui matar rápido, pois ele já tinha 5 melhorias e eu não encontrava os danos. Como ele tinha tomado pouco dano, acabou descartando um Bacta pra rerrolar, e isso me animou. Comprei um Embargo Separatista e nomeei Tempestade da Força, assim que ele juntou os recursos. Deu pra ver na hora que era a próxima carta que ele jogaria, pela reação. Não tomar os Force Storm ajudou, porque o output de dano caiu consideravelmente. Na última rodada, eu tomei cuidado pra não resolver NENHUM dano indireto, pois se ele matasse o Palpatine, eu perderia no desempate certamente, pois o que conta são os 10 de vida impressos na carta. Então matei o Watto, e depois acumulei dados na pool tentando achar o letal. Achei. 2–0.

Rodada 3 — vs Ian Nogueira, com Aphra/Phasma2/Sentinela

Chegaram pra mim e disseram “você e o Ian na stream”. Eu não gostei de ouvir isso, não mesmo. O Ian é um dos melhores jogadores do Brasil, com resultados expressivos e constantes. Eu já tinha perdido pra ele em uma stream no regional de Brasília, então as lembranças não eram boas. Se eu fosse encontrar com ele, que fosse mais pra frente. Mas foi agora. Sentamos, e minha mente esvaziou. Não pensava em nada além do jogo. Começamos, e eu joguei um Vivo ou Morto no Sentinela dele, e ouvi imediatamente um “jogar contra quem sabe jogar é outra coisa”. O deck dele usa Descanso, que exausta um personagem pra comprar uma carta e ganhar um recurso. Eu sabia que a ativação do Sentinela tinha mais valor, então escolhi ele como alvo. Se ele exaustasse, eu não ganhava o recurso, mas também tirava valor dele pro Ian. A segunda jogada foi outro Vivo ou Morto, agora na Phasma. Isso me deixou tranquilo em relação a recursos pelo resto do jogo. No round 1 quebrei o BT dele com Medidas Desesperadas, que foi prontamente substituído por outro BT. Então fiz um Embargo Separatista nomeando Medidas Desesperadas para não perder os meus suportes, o que fatalmente me faria perder o jogo. O resto do jogo foi o melhor que os decks podem fazer: suportes pra caramba, com danos pra caramba. Vocês podem acompanhar a partida completa na stream do SWDBR. 3–0

Rodada 4 — vs Leonardo de Assis, com 4-Lom/Grievous/Sentinela

Primeiro mirror, ever. Nunca tinha jogado esse mirror, mas o arquétipo do deck mudou pouco, então tudo o que eu sabia das experiências anteriores deu pra ser aproveitado. Nesse tipo de partida, quem constrói melhor geralmente leva. Foi o que aconteceu. O Leonardo jogou muito certo ao forçar as Sondas pra tirar minhas Medidas Desesperadas (uma estava mesmo na minha mão), mas não acertou. Quando ele fez o suporte, o quebrei logo de cara. Fiz os meus, construí uma mesa mais consistente e acabei levando. 4–0.

Rodada 5 — vs Luis Dantona, com Aphra/Phasma2/Sentinela

Outra Aphra, outro jogo complicado, contra outro jogador SUPER consistente nos resultados. 8–0 no suíço do nacional 2018, fez top nas Jedicon e em vários outros torneios. Sabia que iria ser pedreira. E foi, mas eu consegui quebrar os dois droides dele com Medidas Desesperadas, o que me deu 3 turnos de traquilidade até ele fazer os droides novamente, além de quebrar a engine principal do deck dele que é causar dano indireto a si, causar no oponente com 0–0–0 e comprar cartas. Fiz Embargo nomeando Medidas Desesperadas, fiz meu FIST que estava BEM calibrado. 5–0.

Rodada 6 — vs Fernando Caprino, com Aphra/Phasma2/Sentinela

Acho que não existe um torneio sequer que eu não enfrente o Caprino. Meu companheiro de treino, meu amigo pessoal, campeão regional, top 32 do mundo em 2018 e talvez a maior personalidade individual de SWD hoje no Brasil. Por sorte, nos enfrentamos quando os dois já estavam garantidos pro segundo dia de competições, no Top 16, então foi um jogo tranquilo e sem pressão. Nos divertimos. Também quebrei os dois droides dele, mas o jogo ficou travado demais, porque nenhum de nós comprava os suportes. Ficamos 4 rounds sem descer nada, só causando dano dos personagens. Tínhamos 7 ou 8 recursos no começo de cada round… jogo feio haha. No quinto round, começou a baixaria. 4 Megablasters, 2 minhas e 2 dele. Aí rolou todo o dano represado nos turnos anteriores. Não deu pra mim, faltaram 3. 5–1.

Rodada 7 — vs Victor Vitiello, com R2-D2/C-3PO/Chopper

Primeiro Droides do campeonato pra mim. Achei que iria enfrentar vários, e estava preocupado porque não é um match tão favorável. Mas nada que um Sondar pra FIST no round 1 não resolvesse. Consegui matar o Chopper muito rápido, o que tira capacidade de dano do deck. A partir daí, tinha tempo pra conseguir construir sem medo de perder absolutamente do nada (como esse deck faz), e matei os frágeis droides. 6–1.

Meu dia 1 foi assim. Fiquei em terceiro na classificação geral, classificado para o Top 16, e pareado contra o Roney Perez, 14º colocado, com Kylo/Rey. Outro match que eu nunca tinha jogado. Eu literalmente não sabia o que fazer na partida, precisava treinar. E aqui eu preciso deixar meu agradecimento a quatro pessoas. Evandro Siqueira e Rogério Del Rey, por em questão de minutos fazerem um apanhado de cartas e dados pra montar esse deck e me emprestar pra eu poder treinar contra; e Caprino e Ian, que mesmo depois de um dia cansativo, foram pra minha casa me ajudar a treinar o match. Vocês quatro, com isso, foram fundamentais e determinantes! Dia 2. Chegamos antes no local do evento, e eu senti que ainda precisava treinar mais contra Reylo. Meu parceiro Andre Villa foi o sparring da vez. Jogamos mais umas duas ou três partidas e então fui pra área do Top 16.

Top 16 — vs Roney Perez, com Kylo/Rey

Aqui eu já estava feliz. Se eu perdesse, estaria orgulhoso da minha run. Acho que muitos me conhecem, e sabem do engajamento que eu tinha com SWD e como eu trabalhei pra fazer esse jogo crescer. Mas isso foi sumindo, muito por conta do trabalho questionável da Galápagos, (não vou me alongar aqui, pois todos sabem) e eu estava afastado do jogo desde o fim dos regionais, há três ou quatro meses. Então, qualquer resultado, a partir daqui, já seria motivo de muito orgulho.

Na partida, eu ganhei o roll inicial e escolhi o campo dele, pra evitar que ele começasse com os escudos, evitando P.A. do Kylo, entre outras coisas. Escolha acertada. Perdi um personagem, mas logo em seguida matei o Kylo. Isso faz o deck ficar muito, mas muito mais contornável. Ele perde poder de fogo, e eu tenho tempo pra construir. 1–0.

Segunda partida, ele escolhe meu campo, começa com os escudos e todos aqueles malabarismos. Escudo pra cá, escudo pra lá, meio que te convidando “bate na Rey”, “bate no Kylo”, e é muito fácil você perder o foco e acabar não matando ninguém. Matei um deles, mas o Roney tinha montado essa mesa bem melhor, e acabou levando. 1–1.

Terceira partida eu comecei novamente com os escudos, o que facilita. Construí e controlei melhor. Dei uma sonda, vi um Sabre do Kylo na mão dele, meu personagem com 2 de vida. Ele bateu 1, e então eu fiz um Embargo nomeando Sabre de Luz de Guarda Cruzada, pra impedir a morte do meu personagem. Consegui fazer dados na pool o suficiente pra passar por cima dos escudos (muitos escudos) dele, e levar. 2–1.

Top 8 — vs George Felipe, com Maul/Mandalorian Super Comando

Vocês lembram do George? Aquele, da primeira rodada? Pois é… nos encontramos de novo. Depois de perder a primeira pra mim, ele fez uma run de recuperação GIGANTESCA, fechando o suíço com 5–2. E eu ouvi muitos, mas muitos comentários do tipo “como faz pra parar o deck do George?” e eu não estava entendendo até começar a partida.

Logo no round 1, eu vi que os rolls dele tinham melhorado e muito. Cada P.A. do Maul machucava feio, causando 3 de dano em cada um de dois dos meus personagens. No round 2 eu já estava quase morto, quando ele deu reivindicou e eu tinha um FIST, um Megablaster e um Você Não Serve Pra Mim Morto na mão. Fiz o FIST, bati, curei 2 de dano do Mandaloriano, fiz o Megablaster e causei muito dano. Com certeza foi nessa hora que ganhei esse jogo. Fiz a opção de bater no Mandaloriano primeiro pra cortar o amarelo, e com isso cortar Medidas Desesperadas, Enredar, e seja lá quais as surpresas que o amarelo sempre trás. Escolha acertada. Com o amarelo morto, fiquei tranquilo em não perder os suportes, controlei o dado do Maul (errado, porque esqueci do Retribuição), e levei. Jogo tenso. 1–0.

No segundo jogo, tudo o que o deck dele deveria fazer, fez. Ele jogou um Sabre do Maul, e escolheu rerrolar este dado em todas as P.A. do Maul. Misericórdia. Só de P.A. eu tomei 8 de dano no round 1, mais 6 de dano no round 2… Esse jogo foi bem fácil pra ele. 1–1.

No terceiro jogo, eu estava muito nervoso. Muito mesmo. As pessoas assistindo ao jogo em volta estavam falando muito alto, dava pra ouvir comentários sobre o jogo, e isso não é legal. Meu oponente, com toda e absoluta razão, ficou incomodado, então pedimos pra juíza expulsar a galera. Ficamos mais tranquilos, mas só quanto a isso, porque o jogo foi tenso. Mais uma vez decidi bater no Mandaloriano, pra cortar as remoções. Deu certo, e matei ele. Tomei umas pancadas do Maul no caminho, pesadíssimas. Fiz meu FIST e deixei o Maul dele com 9 de dano. Ele tinha feito um Pulse Cannon, e o dado estava na pool mostrando 1 de dano. Eu só tinha o Sentinela vivo, com 7 de vida. Aqui ele escolheu fazer a P.A. do Sabre do Maul, pra não depender dos rolls do Canhão, o que deixou ele com apenas 1 recurso. Acho que era a decisão certa, pois o Sabre do Maul rolou 2 corpo-a-corpo, e ele teria os letais mais garantidamente. A única jogada possível pra mim era ativar o FIST e torcer pra cair no lado de 4 de dano indireto. Foi o que fiz. Foi o que rolou. Ele podia bater os 2, ou tentar o canhão, mas não teria mais os recursos pra conseguir encaixar os 7 de dano. Eu estava tão tenso, que quando acabou, só consegui reclinar pra trás na cadeira, soltar os ombros e soltar o ar, que estava preso porque eu não conseguia lembrar de respirar. 2–1.

Top 4 — vs Andre Toseto, de Kylo/Rey

A essa altura do campeonato eu sei que não poderia querer que as partidas ficassem mais fáceis, mas caramba… só jogador de altíssimo nível. O André foi vice campeão nacional no ano passado, e está sempre figurando entre os melhores. Ele é conhecido pelos decks herói monocor, e jogadas que ninguém prevê. E é exatamente assim que eu defino essa partida, não pude prever. O primeiro jogo eu perdi, saí atrás. Ele controlou meus recursos, meus dados, fez jogadas geniais que eu, sinceramente, não esperava. Deu um god roll com 4 dados mostrando o dano máximo, o que definiu a partida, tirou qualquer chance de eu alcançar. 0–1. Fácil.

No segundo jogo, eu comecei com os escudos, e meu 4-Lom mostrando muito dano. Fui mitigado, bati 2 diretos no Kylo, 2 indiretos que ele causou na Rey, e reivindiquei. Nessa hora eu pensei “o que foi que eu fiz?”. Ele tinha 3 dados na pool, e com isso ele conseguiu me bater horrores e deixar cada personagem dele com 3 escudos. Parecia impossível ganhar, impossível mesmo. Tanto que um dos meus amigos saiu de perto, e foi contar aos outros “olha… foi bom, mas o Belote perdeu”. Por volta da terceira ou quarta rodada, eu controlei a mão dele com Sondas, e fiz meu Sondar pra FIST. Meu FIST estava INSANO! Rolou dano sem pagar em todas as ativações. Não lembro se matei o Kylo aí ou se no começo da rodada seguinte, mas com certeza essa foi a jogada definidora da partida. Matar um dos dois personagens tira o poder de fogo do deck. 1–1.

No terceiro, eu sinceramente não lembro exatamente a sucessão de jogadas, mas sei que envolvia FIST, envolvia dano pra caramba, e acabei levando. Os jogos também estão na stream do SWDBR pra quem quiser conferir. Eu estava na final, depois de uma virada incrível. 2–1.

Final — vs Ian Nogueira, com Aphra/Phasma2/Sentinela

Reedição da terceira rodada do suíço, mas agora com muito mais em jogo: o título de campeão nacional. Eu sabia como ia ser difícil, por tudo que já disse a respeito do Ian, e foi mesmo. Comecei o jogo com as exatas mesmas jogadas do suíço: Vivo ou Morto no Sentinela e na Phasma, ele disse “eu já vi esse filme”, mas não tinha visto não. Não consegui montar como antes, na verdade ele me controlou bem, comprou o deck inteiro, tinha resposta pra tudo que eu fazia, quebrou meus suportes… enfim, trágico pra mim. Ele me deu uma surra, com mérito. 0–1.

No segundo jogo, estava tudo se encaminhando pra acabar como acabou o primeiro, e eu nem estava mais nervoso. O jogo parecia perdido e eu pensava comigo “ok, não vai dar, mas foi um campeonato incrível, eu não esperava chegar até aqui, e o Ian merece, é um ótimo jogador” e eu estava em paz com isso. Mas de repente, depois de um FIST, o jogo começou a se arrastar, e eu vi que dava pra ganhar. E foi nessa hora que eu comecei a ficar extremamente nervoso. Extremamente. Nervoso. Ian tinha 7 de vida, e meu recém feito FIST mostrava um 3 de dano indireto. Ian parou pra pensar, pensou, pensou e deu um Medidas Desesperadas no FIST, tomando 5 de dano e ficando com 1 de vida em cada personagem. Ele rolou mal, não achou os danos que precisava pra finalizar, mas eu sim, e consegui levar, empatando a partida. 1–1.

Nesse momento eu estava tão nervoso que perguntei ao juiz quanto tempo tínhamos, e quando ele disse uma hora, pedi um intervalo. Ian também disse que precisava desse tempo, e ele permitiu. Corri pro banheiro, joguei muita água no rosto, respirei, respirei mais e voltei.

Na hora eu não tinha entendido como ganhei aquele jogo, que parecia bem perdido. Conversando com o Ian depois, ele me disse que foi quando ele quebrou o FIST e “me deu” 5 de dano. Mas pensando bem, meu FIST já mostrava 3 de dano aquela hora, ele tomou 2 a mais, pra tirar duas ativações. Eu poderia muito bem resolver os 3 indiretos, depois ativar novamente e encontrar os 4 de dano restantes. São muitos “ses”, mas acredito que novamente o definidor foi o FIST. Ele me fez voltar de um jogo praticamente perdido, e estar de volta na final.

Na terceira partida, eu comprei as 5 primeiras cartas e fiquei com todas. Quando disse isso pro Ian, ele não gostou. Passou por isso no Top 16 do nacional 2018 quando perdeu pro Mateus, que manteve a mão de 5 no terceiro game. Acho que passou algum filme na cabeça dele, e depois ele acabou confessando pra mim que tomou uma decisão errada baseado nisso. E começamos o jogo.

Esse jogo, por incrível que pareça, foi mais tranquilo pra mim, porque eu consegui quebrar a Megablaster do Ian assim que feita, depois dei um Embargo pra não perder as minhas, protegendo completamente a minha mesa, que cada vez mais estava mais composta do que a do Ian, que tinha apenas um droide, e depois um Fickle Mercenaries, que eu comprei (e eu SEMPRE compro). O Ian foi ficando pra trás, e foi forçado pela situação do jogo a tomar decisões não otimizadas. Consegui matar a Phasma rápido, depois a Aphra, e quando ele estava apenas com o Sentinela, parecia encaminhado. Com a pool de dados bem cheia, rerrolei até achar o letal, e ele concedeu. Foi isso. Outra virada sem precedentes. 2–1. Campeão 2019 do Grand Championship Brasileiro.

Um pessoal estava assistindo à stream em um telão organizado no salão, com delay na transmissão. Como Ian e eu levantamos em silêncio, ninguém sabia o que tinha acontecido… Virei pra eles, alguém gritou “e aí, Belote? Campeão?”… e eu finalmente pude gritar “é campeão!” e literalmente corri pro abraço da torcida.

Dois momentos foram muito marcantes pra mim, esse com a torcida, e a simbologia da entrega do troféu, do Bruno Casanova (monstro sagrado) pra mim. Um rito de passagem, um “cuida bem disso”, um “representa como eu representei”. Vou tentar, prometo, Casa!

Parabéns a todos os participantes desse evento incrível, parabéns a todos os meus oponentes, vocês elevaram o nível de uma maneira que eu não consigo explicar, e estou feliz por ter aprendido tanto com vocês durante esse torneio. Obrigado aos parceiros de treino; Bia, Caprino, Villa e Ian. Obrigado Evandro e Rogério por ajudarem a me preparar pro dia 2, montando o deck que eu enfrentaria. Obrigado ao staff, Olivia, Colt e Tairã, por manter o torneio organizado e funcionando como um reloginho. Obrigado a todos os amigos (“adversários, no máximo colegas” NUNCA) de outros estados e regiões do Brasil que vieram falar comigo e comemorar comigo, isso tem um valor pra mim que ultrapassa qualquer barreira. É POR ISSO que eu estou nesse jogo, por essa comunidade maravilhosa. Mas principalmente, obrigado ao SWDBR que desde sempre vem fazendo de tudo por essa comunidade e pra manter o jogo ativo; fez os pods na sexta quando a GJ cancelou, fez a transmissão incrível do torneio todo, e quando soube que não teria troféu oficial do torneio, teve a consideração de mandar fazer um (em menos de 24h) pra que o campeão não saísse de mãos vazias. Isso é a coisa mais linda que já vi nos meus 18 anos de card games. Esse troféu pra mim sempre vai ter mais valor que o oficial. Que o mundo tenha mais pessoas como vocês, meninos.

Obrigado também a você que leu até aqui, e compartilhou comigo esse que foi um dos dias mais felizes da minha vida!

Andre Belote

Grand Champion SWD 2019

Minha list

Stream SWDBR, dia 1

Stream SWDBR, dia 2

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Fernando Caprino
Force Roll

Primeira aventura competitiva em cardgames, mas competitivo a vida inteira. Apaixonado por Destiny desde o lançamento, tentando masterizar o joguinho.