Decepções e o Caminho para o Sucesso

Alexsander Anzini
Force Roll
Published in
8 min readOct 11, 2018
Eu (Alec) e Ronaldo, finalistas do Regional Sul

“O melhor professor, o fracasso é” Yoda

Com essa frase começo o meu primeiro artigo como integrante do Force Roll.

Talvez eu não tenha me apresentado direito a vocês. Prazer, sou Alexsander Anzini (aka Alec), jogador de Destiny da cidade de Joinville-SC e campeão do regional Sul. Sobre esse evento que começa a história.

Nunca fui alguém que gostou de perder. Você deve estar pensando: mas alguém em sã consciência gosta de perder? Obviamente não, mas estamos falando aqui de uma pessoa obcecada em vencer e que se cobra MUITO por resultados, quem me conhece sabe bem do que estou falando.

Quando comecei a jogar, comprei logo um Phasma Guardians porque o deck tinha acabado de ser segundo colocado no Worlds 2017. Pouco tempo depois já mudei para Poe Maz, até ele ser nerfado e aí vem minha primeira decepção com o jogo. Eu tinha acabado de gastar pra montar o deck que ganharia campeonatos e de repente me vi sem ter o que jogar, porque naquela época eu me contentava em ter só um deck e jogar sempre com ele (inclusive criticava quem mudava de deck a todo momento). Novembro de 2017, foi quando eu parei de jogar Star Wars: Destiny.

A vontade de jogar me perseguia! Eu permaneci em alguns grupos, via novidades das coleções novas, mas o orgulho não me deixava voltar. Até que um dia, vi uma publicação sobre um torneio que ia acontecer na loja em que eu jogava e comentei: se alguém me der um Phasma Guardians eu vou! O que aconteceu? Eu fui e ganhei o torneio, o que me animaria para os próximos campeonatos e voltar para o cenário competitivo. Janeiro de 2018, foi quando eu voltei a jogar Star Wars: Destiny.

Fui testando decks que me agradavam com a chegada de Império em Guerra, quando bateu conexão com uma carta chamada SABINE! Aquilo era uma delícia. Rolar 6+ de dano sem seu oponente poder responder, aumentar a vida com Segunda Chance, fazer tricks com Velocidade da Força e o foco do Kanan e o melhor: COMBAR COM NUNCA ME DIGA AS PROBABILIDADES!

Com o regional anunciado, minhas rotinas de treino aumentaram consideravelmente. No final disso, sabia que tinha extraído tudo que o deck poderia fazer e que poderia chegar muito longe no torneio.

Pois bem, como já dei spoiler no começo do artigo, ganhei o torneio, mesmo que na semana anterior eu teria saído devastado de todos os meus treinos por perder partidas consecutivas, mas sabia que estava treinado.

Foi bem nessa época que conheci o Caprino e começamos a falar de Destiny todo dia o dia todo. Ganhar o torneio e conhecer o Caprino foram as duas coisas que mais fomentaram minha competitividade, porque mesmo quando eu não queria falar de Destiny, ele me mandava uma lista as 2h da manhã perguntando o que dava pra melhorar.

Legados havia acabado de chegar e eu já tinha noção do que queria jogar. Testei muitos decks diferentes e segundo o próprio Caprino, sou o testador oficial do time. Por mais que eu mudasse de deck, um personagem permanecia: Yoda. Virou minha nova paixão! Ganhei e topei alguns torneios locais com Yoda/Hondo e ainda brinquei um pouco com Veículos, 5dies, Thrawn/Talzin e Poe/Hondo, mas ainda assim não tinha a segurança que encontrava jogando de Sabine e ficava me perguntando o porquê disso.

A equipe do Force Roll se preparava para o Worlds e as conversas sobre adaptações de decks minhas e do Caprino continuavam a todo vapor. Tenho orgulho de dizer que ajudei a montar a lista que ele e o Mateus jogaram, ainda mais orgulhoso que os dois pegaram top 32. Claro que o mérito de ter jogado as partidas foi deles, mas mesmo assim fiquei com um gostinho de ajuda no trabalho.

O mundial tinha se encerrado e vi Sabine no topo de novo, logo pensei: acho que é isso, não tem como eu fugir! quem diga que eu só jogo bem de Sabine, eu discordo, visto que ganhei outros torneios com outros decks, mas no fundo mesmo eu sabia o quanto aquilo me incomodava e o quanto queria mostrar resultados a cada torneio ou até mesmo a cada partida. A cobrança por vitórias aumentava cada vez mais que alguém me dizia isso.

Pouco tempo depois, Sabine nerfada e eu órfão de novo. Segundo deck que eu gosto, me acostumo e sei jogar que é nerfado. Mas dessa vez foi diferente, eu tinha opções de decks para testar e alguns que me agradavam muito, vide Yondo, 5dies e Driving by shooting.

Ganhei e topei alguns torneios de Yondo e com toda certeza foi o deck em Legados que eu mais joguei e gostei. Só que chegamos em um momento crítico da história, onde O Caminho da Força já havia lançado fora do Brasil e aqui ficávamos apenas especulando do que íamos jogar. Cad/Snoke estava com tudo no começo e achei que seria o melhor jeito de simular Sabine, mas quase um mês depois, não se via mais o deck topando. Millionares, SAD, Tacos, Snoke Veículos, Thrawn Snoke, KRAP, Kylo/Snoke, SÃO MUITAS OPÇÕES, O QUE EU VOU FAZER?

“Assim como Marcelo D2 está sempre a procura da batida perfeita, eu estou a procura do deck ideal.” Anzini, Alexsander

Chegamos no lançamento O Caminho da Força em terras tupiniquins. De cara, montei KRAP porque era certamente o mais fácil de se montar. Achei muito aggro e me agradei das matches que tive, mas lembra o que eu disse sobre deck ideal? Então, não era pra mim. Sentia que precisava de algo que eu tivesse mais controle, que não fosse só rolar dadinhos e bater (essa frase pode polemizar, mas entendam do que eu to falando haha).

Deathstar de setembro se aproximando (torneio que eu mesmo organizo em Joinville), Stores com datas anunciadas e eu ainda não sabia do que jogar. Uma semana antes do Deathstar, peguei Thrawn/Snoke pra jogar, mesma lista que o Caprino ganhou o Store, só que perdi miseravelmente pra KRAP e acabei me decepcionando com o deck. Nota: tinha perdido apenas pra KRAP e desisti do deck.

Veio a dúvida, jogar de Tacos ou de SAD. Um pouco antes havia montado um Tacos para o Ruan, jogador local que queria se tornar competitivo, e com os treinos dele percebi que tinha potencial, mas eu nunca queria ter uma mirror match no torneio, então optei por SAD.

Resumo do torneio: perdi de SAD e de Thrawn e ganhei de Cad/Snoke e de Dooku/Talzin. Não peguei top, Ruan ganhou o torneio.

Lista que o Ruan usou no torneio

Não saí tão decepcionado com o resultado porque sabia que tinha perdido para decks bons e players sólidos, mas mesmo assim, perder é sempre frustrante quando se sabe o quanto você treina e se cobra por resultados.

Mas você deve estar pensando: mas pra quê diabos ele escreveu esse texto? Se você ainda não se deparou com esse tipo de situação, de desconforto com o deck ou indeciso com o que jogar um torneio, vocês ainda vai passar. Pensando nisso e aproveitando que estamos começando nossa temporada de Stores Championship no Brasil, resolvi listar 4 perguntas que você tem que fazer antes de escolher seu deck.

  1. O deck é competitivo?

Nada contra quem quer inventar moda e ir com decks diferenciados para torneios, mas vamos concordar que é muito mais fácil você alcançar resultados com alguma lista que já alcançou resultados. Claro que não podemos descartar que algumas invenções inesperadas dão certo, como Joe com Driving by shooting no Worlds 2018, mas estamos falando de um cara que estuda o jogo como ninguém.

Zebras sempre acontecem, mas você prefere ser a zebra que deu certo ou jogar com algo sólido que certamente te dará resultados?

2. O deck é favorável com o metagame local?

É muito comum cada lugar ter um metagame diferente, seja por número de jogadores competitivos na região ou até pelo gosto pessoal de cada um. Esse é um ponto bem relevante, principalmente quando se trata de um personagem específico: Kylo 2. A grande quantidade de players de Kylo 2 em um metagame, faz com que a quantidade de players com decks mono diminuam, afinal, ninguém quer ficar levando 2 de dano sem rolagem de dado todo turno.

O jeito mais fácil de responder essa pergunta é pegar todos os decks que você acha que vão ter no torneio e analisar se seu deck tem um mínimo de vantagem contra a maioria deles. Quanto mais vantagem contra mais decks você tiver, mais o metagame vai ser favorável.

3. Você tem maestria com o deck?

Esse é um ponto que eu gosto de até dar uma atenção a mais. Existem alguns jogadores que conseguem fazer milagres com decks que não são tão meta assim por um simples motivo: treino. Nos treinamentos você adquiri confiança em decisões de jogadas, conhece o deck melhor, sabe como agir em decisões desconfortáveis, o que te faz ter maestria com o deck.

Antes de jogar um campeonato, estabeleça uma rotina de treinos e de estudo também. Não adianta você jogar 500 partidas sem saber o que aprendeu com elas. Teste builds diferentes com os mesmos personagens pra que você consiga conciliar o melhor do deck com o seu jeito de jogar.

Eu acredito que todo cardgame tenham decks que dominem o formato, mas acredito também no jogador que treina e se dedica com o que gosta, adaptando-se para ganhar.

Um dos caras que eu admiro pelo treino, Nick Obee. Só topou todos os torneios grandes que participou.

Dito isso, entramos no último ponto.

4. Você gosta do seu deck?

Eu particularmente faço bastante isso, jogar com o que é meta simplesmente por ser meta, mesmo não gostando muito do deck, mas não tem como você jogar com algo que você realmente não gosta ou que julgue cansativo.

O maior exemplo disso foi o regional que ganhei. R2P2 com toda certeza era o deck mais forte do formato e tinha ganho 90% dos torneios que participou. Porém eu não tinha saco de jogar com ele, chegava a ser insuportável e certamente não aguentaria duas partidas com o deck. Foi um dos motivos que me levou a jogar de Sabine, o quanto eu gostava de jogar com.

No mínimo você tem que gostar e estar confortável com o que está jogando. Claro que você tem que juntar esse item com todos os outros, justamente por esse motivo coloquei ele por último. Se juntar as fórmulas deck competitivo + metagame favorável + maestria com o deck + gostar do deck, você tem tudo pra ir bem em torneios e alcançar resultados.

Maioria dos Stores e Nacional anunciados, agora é só escolher seu deck e treinar. Postaremos mais artigos sobre montagem e análises de decks e esperamos ajudá-los com os treinamentos. Caso pudesse definir uma fórmula secreta do sucesso no Destiny competitivo é: TREINO.

Treine, treine, treine e depois treine de novo.

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