Cidade, cotidiano e personagens do metrô de Porto Alegre
City, daily routine and characters
Átila Alexius [1]
Ana Luiza Carvalho da Rocha [2]
Resumo: Este ensaio é construído a partir do estudo etnográfico realizado nas estações do Metrô de Porto Alegre, gerada através da experiência vivida em viagens de estudo, trabalho e pesquisa através de itinerários distintos pelas plataformas de embarque e desembarque. A fotoetnografia acontece no momento de apreensão do que ocorre cotidianamente nas estações do metrô.
Palavras-chave: antropologia urbana, cotidiano, fotografia, metrô.
Abstract: This paper is based on the ethnographic study developed at the train stations of Porto Alegre, through the experience of study, work and research trips through different routes through the boarding and alighting train-platforms. Photoetnography happens at the moment of apprehension of what happens daily in the train stations.
Keywords: urban anthropology, daily routine, photography, train.
[1] Mestrando no Programa de Pós-graduação em Processos e Manifestações Culturais da Universidade Feevale (PROSUC/CAPES). Acesso ao lattes clicando aqui.
[2] Professora no Programa de Pós-graduação em Processos e Manifestações Culturais da Universidade
Feevale.
CV: http://lattes.cnpq.br/5633849867865936
Em 1980, foi criada a Empresa de Trens Urbanos de Porto Alegre S.A. (TRENSURB) para implantar e operar uma linha de trens urbanos no eixo Norte da Região Metropolitana de Porto Alegre (RMPA) no estado brasileiro do Rio Grande do Sul. O metrô possui 43,4 km de extensão, com vinte e duas estações distribuídas nos municípios de Porto Alegre, Canoas, Esteio, Sapucaia do Sul, São Leopoldo e Novo Hamburgo.
O sistema de integração ônibus-trem, estações próximas a rodoviárias e através de um aeromóvel ligada ao Aeroporto Internacional Salgado Filho potencializaram o uso deste meio de transporte ao longo dos anos. Dados fornecidos pela Empresa sobre o ano de 2016 apontam que os horários com o maior número de passageiros nas estações são entre 6h e 8h da manhã e entre 17h e 19h. No mês de outubro do mesmo ano, foram transportados 192.068 passageiros por dia útil, apontou que os horários de maior fluxo no sistema eram: pela manhã, das 6h45 às 7h45, quando havia, em média, o embarque de 23 mil passageiros; à tarde/noite, das 17h30 às 18h30, quando havia 24 mil embarques. Estes dados revelam um fluxo maior de passageiros em horários relacionados ao começo do expediente de trabalho e de estudo, assim como o término. Evidenciando o metrô e os horários com maiores fluxos relacionados a movimentos pendulares. Este aspecto, como demostram Ojima et al. (2014), é importante para entender os processos de metropolização, pois permitem verificar o grau de extensão da circularidade de pessoas em uma determinada região. Em 2018, a Transurb transportou 51.751.903 passageiros, o que equivale a uma média de 4.312.659 passageiros mensais. A média de usuários transportados por dia útil foi de 171.205.
A fim de potencializar a análise deste espaço na metrópole foram realizados estudos exploratórios e a produção de um diário de campo com o objetivo de traçar itinerários de imersão para captar através da fotografia os fluxos dos passageiros, registrar a paisagem que se apresenta, o cotidiano. Desta forma, este ensaio/pesquisa se insere na linha de estudos de antropologia urbana, através de uma etnografia que acontece de dentro para fora, de perto e de longe.
A elaboração de itinerários de imersão no campo foram criados a partir de diversas ocorrências operacionais e registros de diário de campo que aferiram e indicavam a posição que o pesquisador deveria estar para captar a imagem.
A fotoetnografia (ACHUTTI, 1997) acontece como modo de apreensão do que ocorre cotidianamente nas plataformas de embarque e desembarque. Em constante movimento e com a câmera pendurada no pescoço e um celular na mão, a fotografia acontece no momento de fluxo intenso ou esvaziamento do espaço. No tempo transcorrido entre um disparo e outro e entre uma experiência e outra.
Este ensaio é construído a partir do estudo etnográfico realizado nas estações do Metrô de Porto Alegre, gerada através da experiência vivida em viagens de estudo, trabalho e pesquisa através de itinerários distintos pelas plataformas de embarque e desembarque.
Referências bibliográficas
ACHUTTI, Luiz Eduardo Robinson. Fotoetnografia: um estudo de antropologia visual sobre cotidiano, lixo e trabalho. Porto Alegre: Tomo Editorial, 1997.
OJIMA.R; S. B. R; PEREIRA. R. H. M. A Mobilidade Pendular na Definição das Cidades-Dormitório: caracterização sociodemográfica e novas territorialidades no contexto da urbanização brasileira. Disponível em :< https://www.academia.edu/5152160/A_mobilidade_pendular_na_defini%C3%A7%C3%A3o_das_cidades-dormit%C3%B3rio_caracteriza%C3%A7%C3%A3o_sociodemogr%C3%A1fica_e_novas_territorialidades_no_contexto_da_urbaniza%C3%A7%C3%A3o_brasileira> Acesso em: 01 de junho de 2019.