Stuart Hamm Power Trio
17/06/2017, Iridium, Nova Iorque.
Stuart Hamm é uma baixista virtuose e versátil, conhecido por acompanhar grandes nomes da guitarra como Joe Satriani, Steve Vai, Eric Johnson e Frank Gambale, executando com facilidade estilos diversos como fusion, country e rock. Seu timbre de slap é inconfundível e sua habilidade como solista me impressiona há muitos anos, desde que comprei seu primeiro disco solo, Radio Free Albemuth, de 1988.
Não é preciso dizer o quanto fiquei feliz em saber que ele estaria tocando com um power trio em Nova Iorque justamente no período em que eu estaria na cidade.
Para completar minha alegria, o guitarrista que estaria dividindo o palco com Stuart Hamm era Alex Skolnick, que ficou famoso com a banda de thrash metal Testament, mas possui um trabalho solo muito bom em que mistura suas raízes roqueiras com improvisos jazzísticos, também no formato power trio, meu preferido. Completando a banda estava o baterista Chad Wakerman, que tocou sete anos com ninguém menos que Frank Zappa.
Com um time desses tocando na lendária casa de shows Iridium, no centro de Manhattan, imaginei que o lugar estaria lotado e tratei de chegar cedo para pegar um bom lugar perto do palco. Para minha surpresa, havia somente cerca de vinte pessoas no local. Isso acabou sendo bom porque me permitiu sentar bem junto ao palco e me deu tranquilidade para fotografar o show sem incomodar ninguém — pude até mesmo dar uma circulada para tirar fotos de outros pontos de vista.
Apesar da plateia pequena, show foi sensacional, com o trio de feras dando tudo de si no palco. Todas as músicas tinham espaços generosos para improvisos e solos para cada integrante, mas o destaque foi mesmo o grande baixista e sua técnica impecável. Tapping, slap, acordes — o cara usa tudo que pode, expandindo as possibilidades do instrumento ao máximo, mas sempre em favor da música.
Musicalidade, técnica e bom gosto já fariam dele um instrumentista completo, mas Hamm ainda adiciona ao seu repertório uma grande dose de humor, não apenas nas músicas como também em sua interação com a plateia.
Abriram o show com uma inacreditável versão em reggae de “We will rock you” (como esta aqui), seguida por “Black Ice”, do álbum Kings of Sleep (1989), e pelas faixas-título de Outbound (2000) e Radio Free Albemuth.
Em seguida veio o momento mais arrepiante do show: a versão que fizeram de “Going to California”, do Led Zeppelin. Eu já conhecia a versão de Hamm para esse clássico do rock através de vídeos na Internet (aqui, aqui e aqui — esta última com Skolnick no Iridium), mas esta execução com Skolnick e Wackerman foi a melhor que já ouvi.
Depois desse momento mágico, mandaram “The Obligatory Boogie”, música em que o bom humor do baixista fica bastante evidente e, após um breve solo de Chad Wakerman, outro clássico do rock: “Lucy in the Sky with Diamonds”, que Hamm gravou em seu álbum mais recente, The Book of Lies (2015). Fecharam a noite com a ótima “Lone Star”, do álbum The Urge (1991), em que Skolnick fez (mais) um solo arrasador.
Com tanto tempo de carreira e tendo tocado com tanta gente, é bem fácil encontrar material do Stuart Hamm em plataformas de streaming como o Spotify e também no You Tube, como esta performance de “Lone Star”, de 2014, no Iridium, com Skolnick na guitarra.
Além de seu trabalho com o Testament, também é possível encontrar bastante material de Alex Skolnick na Internet, inclusive de seu ótimo trio instrumental, como este vídeo de “Bollywood Jam”, minha música preferida dos caras.
Pra terminar, coloquei em minha conta do Flickr um álbum com trinta fotos desse show no Iridium:
