Running in The Fog, Elliott Smith, UMA
O 4 Track está no Medium agora, uma plataforma em que posts não são somente posts, mas também “estórias”, que são coletadas e colocadas juntas em coleções, que, pelo que tudo indica, são como publicações que têm vida própria. Adicione escritores e editores às coleções e pronto, você tem sua própria revista dentro de um modelo que você quiser.
Acontece que, pelo que é possível perceber pelo pequeno indicador de tempo de leitura que acompanha, lado a lado, os posts que você vê quando visita alguma coleção ou só acessa a página inicial do Medium mesmo, esta plataforma aqui foi pensada como uma plataforma de leitura para textos mais longos que o usual, com o nível de concentração exigida por um post do Buzzfeed por exemplo.
Estamos indo, pelo menos em parte, contra esta premissa de Ev Williams. Acredito que nós vamos intercalar bem entre estes modelos. Coisas rápidas e impensadas vão povoar, lado a lado, o 4 Track, uma coleção focada em música e tudo mais ao seu redor, com dissertações efusivas sobre o nosso disco favorito de um determinado período e época junto e descobertas interessantes. Eis uma versão adolescente e imatura do Cuepoint.
Ainda testando alguns modelos de publicação — por exemplo, como apresentar artistas, canções e discos sem desprezar o modelo de long reading do Medium? Parece-me um desperdício de espaço o uso indiscriminado disto por exemplo.
Running in The Fog é Amanda Harper, artista de São Francisco, EUA, responsável por um bom EP (Silver) no ano passado. “$ign$” é uma continuação do synth pop já praticado anteriormente, a estar presente em um disco futuro. Mais etéreo que tudo o que ela já lançou, e, digamos, mais encantador.
“Ocean” é uma canção “perdida” de Elliott Smith, composta quando ele tinha apenas catorze anos de idade. Foi descoberta apenas com o lançamento do documentário Heaven Adores You, dirigido por Nickolas Rossi, sobre Smith. Via Pitchfork, eis o que Kevin Moyer, em entrevista, teve a dizer a respeito da canção:
“It’s a song I don’t think anyone has ever heard before. … It’s from his Texas days. At the very beginning of the film, we show Texas and his good friend Pickle, Steve Pickering. And it’s basically Elliott when he’s young, before he came to Portland, these guys, they got together and they were playing music for the sake of playing music. They were doing Led Zeppelin songs and covers, stuff like that. I think it was a group: Steve Pickering, Steve Smith (who was Elliott before he changed his name), a girl named Kim and another guy named Kevin and a guy named Mark, I think. Different variations of these kids would get together at Steve Pickering’s house and play music and make music.
“Then Elliott moved and he came to Portland, and he wasn’t coming back. He was not going back to Texas. But he would come back to visit, and when they would visit, they would get together and jam. So what started as kids getting together and making music started to turn into actual songwriting, and I think it’s the very start of Elliott writing his own songs.
“So this song is something from 1984. Elliott was 14 years old. … It’s interesting because it’s one of the first songs that as they were writing, Elliott would make lyrics for it. It’s keyboards, guitars, and Elliott singing. They did the keyboards and guitars first, and the Elliott came back and Steve Pickering convinced him, for demo purposes, to sing. I don’t think Elliott was a singer at that point, but they kind of pushed him to sing it, and he did. It’s probably one of the first songs that they did that actually has lyrics.”
UMA é Ella e Florian Zwietnig, casal responsável pela criação de canções cuja sensibilidade pop impressionam não só pela coerência, mas pela ideia de pop perfeito.
“Calm/Easy” é tirada do disco autointitulado deles, lançado em maio deste ano.
