Crônica da saudade

Geane Durante
Frestas
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2 min readFeb 16, 2019

Escrevo essa crônica para falar de saudade, em especial das pessoas que já se foram. Confesso que no último mês tomei um baque com a morte de um grande ídolo meu e de milhares de pessoas: o cantor Marciano da eterna dupla João Mineiro e Marciano. Em dezembro de 2018 assisti à sua participação no programa Altas Horas, tão cheio de vida, de alegria que, ao ler sobre sua morte em janeiro, simplesmente paralisei!

Acredito que todos os seres deste universo têm um propósito, uma missão e um desígnio. Deixamos marcas nos relacionamentos interpessoais e de certa forma, influenciamos e somos influenciados pelas pessoas ao nosso redor. Por isso, ao ver alguém que admiramos muito partir, um pedacinho de nós se vai também.

Imagem: Pixabay

Em um primeiro momento, a morte é associada à dor, ao sofrimento e ao desalento. Depois do choque inicial, passamos a enxergar todo o aprendizado que tivemos com aquela pessoa, com a qual convivemos direta ou indiretamente. A partir daí, nossa mente e nosso coração vão ressignificando o luto em amor, lembranças, boas ações e saudade.

A minha saudade é sentida ao ouvir as músicas do João Mineiro e Marciano, ao ser representada nos comentários do Ricardo Boechat, ao ver o cigarro de palha que a bisa Maria amava, ao tocar nas roupas do meu primo Afonso; saudade que arrepia e que entrega a ternura pelas pessoas que amamos e queremos bem.

Embora a saudade, por vezes, venha acompanhada da voz embargada e do choro, precisamos nos permitir sentir ela e também, aproveitar tudo o que a vida nos proporciona diariamente, principalmente a convivência com o outro. Eu sei que não é tão fácil de praticar, quanto é de dizer, mas tenta!

Neste mundo de tanto desamor sendo noticiado todo ‘santo’ dia, temos de ser raçudos para colocar em prática o exercício do amor e do respeito. Digo exercício porque não existe fórmula mágica para uma convivência ideal, seja em qualquer relacionamento: tem desavença, incompreensão, temperamentos fortes. Até em nosso seio familiar é difícil, eu sei disso. Mas tenta!

Por fim, um dia vamos partir e seremos protagonistas da saudade de quem deixamos neste mundo, certos de que plantamos a semente do amor e do respeito.

Imagem: Arquivo Pessoal

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