Passagem de volta
A vida da gente é um complexo de idealizações. Idealizamos pessoas, sentimentos, momentos, objetivos e até sofrimentos. Sinto que, nas fases da vida, depositamos maior expectativa em algo e nem tanto em outras coisas. A verdade é que nunca sabemos o que nos espera até viver aquilo de fato.
Faça um esforço e relembre as suas idealizações. Elas corresponderam exatamente com aquilo que você imaginou? Pois é meu caro, toca aqui, estamos juntos nessa! Quantas vezes lidei com pessoas que aparentemente são difíceis de conviver, mas que o relacionamento foi muito melhor que o imaginado. E quantas vezes o contrário também aconteceu.
O preço da vida é viver. E só temos a real dimensão daquilo quando nos propomos mergulhar e sentir o prazer da água e o desconforto da temperatura: quem tá dentro da piscina diz que tá quentinho, até você se arriscar e sentir que não é bem assim. Longe de fazer uma teoria da acomodação, temos que nos arriscar, pagar o preço pela mudança até onde for possível suportar.
Quando as idealizações não correspondem à realidade aprendemos muito sobre a situação, mais até do que o esperado. Experiências não programadas podem ter impactos positivos e/ou negativos, a depender de como estão se desdobrando os acontecimentos. Afinal, tudo que é novo incomoda e preocupa. Para uma mente ansiosa como a minha então, o sofrimento por antecipação é quase rotina.
Precisamos nos dar o direito de ter uma passagem de volta nesta vida. Dispensar o que não nos faz bem e aprender a voltar, refazer o caminho do lar, do que nos faz bem. E isso vale pra qualquer área, acredite! Não é fracasso voltar, desistir ou não querer mais aquilo em sua vida. Só demonstra que você teve coragem o suficiente pra abrir mão e dizer: eu quero a passagem de volta, obrigada.
