Pausa
Sempre tive uma vida muito agitada. Vira e mexe conversando com clientes, resolvendo dilemas, escrevendo textos. Uma pequena pausa para o almoço e logo menos voltava às atividades. Mais um dia todo de trabalho e à noite, eu só queria saber de cama, comida de mãe e mais nada.
Minha vida estava se tornando um ciclo vicioso, repleto de coisas que, por vezes, não faziam sentido algum, apenas preenchiam meus dias e, ao fim do mês me geravam um salário. Após alguns meses, decidi mudar o roteiro e embarcar em outra aventura: trabalhar em casa. Organizei- me e larguei para trás uns anos de empresa e me dediquei ao trabalho home office, como dizem por aí.
Depois de ter saído da faculdade, parecia que essa era a primeira vez na vida que eu me via fora de uma rotina esgotante e frenética. Estar no meu ambiente, na minha casa, vivenciando dos cheiros, cores e sabores que a minha casa tem me trouxe novos significados e sentidos. Sinto que estar em um ambiente no qual você se reconhece é perceber o quanto você ainda pode se encontrar. Com toda certeza, posso afirmar que achei muito de uma Monalisa que estava perdida por aí.
Mas não se engane caro leitor. Assim como a vida, o tal home office me pregou algumas peças. Tive que aprender a me organizar, a entender que eu deveria estipular metas, objetivos e planejar bem o meu tempo. Foi difícil no início, mas as lições que aprendi, levarei pra vida.
Com toda essa história, o que deixo a vocês é meu relato de que nem sempre ser produtivo ou feliz remete à ideia de estarmos em algo que nos sufoca. Nem sempre a correria produz bons frutos. A pausa é necessária para a vida se reorganizar e os trilhos da locomotiva da nossa existência entrar nos eixos.
A pausa me ensinou a dar valor a quem realmente importa: a Monalisa, a família que ela tem e àqueles que correm com ela. Pare se for necessário. Não se martirize. Cuide bem dos seus sentimentos. Ah, e não menos importante: bebam água, amores!
