Quando Tiver Sessenta*
“Quando tiver sessenta
Que os meus olhos funcionem bem
E eu, estando só, busque os meus netos na escola
Que seus sorrisos me lembrem
que eles são a fortuna que acumulei”
Há pouco tempo, vivi uma conquista grande, daquelas que fazem seu coração jubilar e entender o quanto a vida e Deus podem ser generosos conosco. Depois do êxtase da sensação nova, me vieram vários questionamentos na mente.
Estaria eu ficando velha? Quais eram esses novos sentimentos que estavam rondando a minha mente? Porque pensamos o que pensamos, em determinadas fases da vida?
Quando crianças, nos preocupamos com as brincadeiras e as tarefas difíceis da escola. Na adolescência, queremos roupas da moda e andar com os mais descolados da turma. No fim do ensino médio, refletimos sobre o que faremos ao longo da vida e que curso seguiremos. Depois, as preocupações aumentam, os estágios vêm, um namoro ou outro (ou não), amigos novos, trabalhos novos e desafiadores e a vida segue seu fluxo de nos levar a outros ambientes, novas pessoas e, porque não, novas reflexões?
A única coisa que consigo pensar atualmente é em como estou envelhecendo e como algumas coisas mudaram de figura para mim. Antes, pensar em formar a minha própria família era algo distante, hoje, está mais próximo e o desejo ardente em meu coração. Encontrei alguém para chamar de lar e para dividir conquistas e tristezas do dia a dia. Encontrei alguém com quem vale a pena a tentativa de sucesso de formar a minha família.
E penso, ouvindo essa música do Rosa de Saron, o quanto a vida é uma enorme costura de emaranhados coloridos, bem traçados e experienciados, por um Criador que sabe bem do que necessitamos. Penso em como seria se a minha avó tivesse chegado nessa idade e no que ela teria realizado se tivesse feito sessenta.
Penso em como estarei se chegar nessa idade e o que desejo cultivar até lá: amigos, família, minha fé e alegria, fortunas imateriais que acumulo e que pretendo adquirir ainda mais.
E você, já pensou em como chegará aos seus sessenta?
*O título desta crônica é homônimo ao nome da música da banda Rosa de Saron, que está em seu álbum “Cartas ao Remetente”.