Sobre a paz que excede todo entendimento
05 horas da manhã, de uma madrugada de sábado e meu telefone toca. É o momento em que me levanto, dou de cara com a parede e recebo a notícia que abalaria e mudaria por completo a minha vida e a de toda a minha família. A minha avó havia falecido.
Com certeza a minha vida nunca mais foi a mesma. Ir até a minha mãe, no quarto ao lado e falar isso pra ela foi a coisa mais dolorosa que já fiz. Desolada, ela se levantou, vestiu a roupa e me pediu pra que me arrumasse, para algo que eu não gostaria jamais de ir.
Os anos se passaram, a dor e a saudade continuam latentes em meu coração, porém, aprendi a conviver com ela e a refletir em um versículo que diz exatamente isso que citei no título. A paz que excede todo entendimento foi o meu refúgio seguro em todas as noites que a saudade me corroía ou quando via minha mãe chorar, sem nada poder fazer por ela.
E a paz de Deus, que excede todo o entendimento, guardará o vosso coração e a vossa mente em Cristo Jesus (Filipenses 4:7)
Essa paz, meus caros, não é encontrada em nada nem ninguém, a não ser naquele que nos conhece melhor do que a nós mesmos: Deus. Ele é um Pai amoroso e fala conosco através da dor. Sim, parece loucura, mas é verdade. Ele fala ao nosso coração em meio ao caos e nos permite viver estes momentos, sem sucumbir.
Hoje, sigo bem. Levo a vida na convicção de que o legado de dona Maria Estevão não morreu. Ela deixou muito mais do que saudade. Deixou a certeza de que aqueles a quem amamos estão sempre presentes. Na saudade, nas comidas nunca mais degustadas e na confiança de que o amor não é passageiro.