Sobre o tempo [uma crônica/justificativa/questionamento]

Carolina Rodrigues
Frestas
Published in
2 min readJul 28, 2022

Qual a sua relação com o tempo? Esse cronológico mesmo [tic-tac tic-tac]. Como você tem sentido o passar dos dias, semanas e meses? Você piscou e pode ter certeza que o tempo que demorava para você piscar a uns anos atrás é diferente do tempo que você demora para piscar hoje. E eu, definitivamente, não sei explicar como esse “rolê” aconteceu.

Imagem: Pixabay

A sensação que tenho é que o tempo está atropelando [quase que literalmente]. Não dá nem para dizer que é uma metáfora tão exagerada assim. Fato é que o tempo está mais acelerado, e, convenhamos, não é de hoje. Eu não procurei explicação científica para o que está acontecendo. Talvez eu até gostaria de saber se tem alguém estudando esse fenômeno, mas realmente não está sobrando tempo, se é que você me entende.

Eu mal consigo acreditar que a última crônica que escrevi para o Frestas foi no dia 17 de janeiro [emoji de cabeça explodindo 🤯]. Onde eu estava nesses seis meses? O que aconteceu?

Se eu disser que não vi o tempo passar, estaria mentindo. Eu vi [e muito bem] o tempo largar em disparada. E eu sentei na “janelinha” e fui atrás. Já ouviu aquele ditado “se você não pode com o ‘inimigo’, junte-se a ele”? Longe de querer colocar o tempo como vilão [não é essa a ideia], mas eu, realmente, tenho buscado ele como aliado. E isso requer escolhas.

Nesses seis meses, a vida aconteceu [nem sempre como o planejado ou esperado], mas no compasso do tempo, conforme o que foi possível ser e fazer. E isso explica um pouco essa ausência por aqui. Talvez essa crônica seja uma espécie de justificativa pelo longo tempo sem publicação, mas, antes disso, é também um questionamento genuíno de como nós temos lidado com a pressa do relógio e quais escolhas temos feito diante disso.

O Frestas é o carimbo público da amizade de três mulheres, cada uma enredada em sua própria narrativa temporal. Antes de compartilhar com vocês nossa parca visão de mundo, nós partilhamos entre nós o que o tempo nos tem permitido viver [e eu vou te confessar que a gente tem cortado um dobrado pra driblar a correria cotidiana]. Além disso, um dos pilares do blog é a leveza; respeitando e acolhendo nosso tempo individual.

Então, volto a dizer que o tempo nos faz escolher a cada minuto. Nesses seis meses, eu priorizei muitas coisas, mas, nas últimas duas horas, eu escolhi retomar a escrita iniciada há alguns dias e te entrego agora essa crônica/justificativa/questionamento. Se você me leu até aqui, eu honro e agradeço o uso do seu tempo; e te pergunto, novamente, como está a sua relação com o tic-tac?

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Carolina Rodrigues
Frestas
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Jornalista por formação. Contadora de histórias e estórias por vocação.