Você também deixa tudo pra última hora?

Mariely Dalmônica para o Frestas Convida

Frestas
Frestas
2 min readNov 28, 2019

--

Começo a escrever esse texto perto das 22 horas de terça-feira, dia que combinei de entregá-lo. Eu juro que tentei começá-lo antes, mas a criatividade havia sumido, as ideias boas que sempre tenho haviam desaparecido e o banho quente depois de um longo dia de trabalho foi mais demorado que o normal.

Nem sempre foi assim. Eu era o tipo de pessoa que entregava os trabalhos da escola em dia, que chegava no horário certo para os compromissos e que até acordava mais cedo que o normal para adiantar “as coisas”. Bons tempos!

Eu não me lembro exatamente quando meu comportamento mudou, mas desde quando me tornei essa pessoa que deixa as coisas pra última hora, (quase) tudo tem tido mais emoção.

Imagem: Freepik

Na semana passada eu precisava entregar meu relatório de qualificação para o mestrado, também na terça-feira, e acredite ou não, as boas ideias para a introdução, parte em que eu estava totalmente travada para escrever, só vieram naquele dia. A ansiedade bateu, o choro veio, e o medo de não conseguir entregar algo tão importante tomou conta do meu dia. Depois de enfrentar esse mix de sentimentos, consegui escrever com o coração e, ao terminar, senti aquela sensação de dever cumprido, que não experimentava há algum tempo.

Deixar as coisas pra última hora não deveria ser considerado um defeito e nem ser enquadrado como algo negativo. Eu acredito que isso é uma escolha, e mesmo com toda adrenalina, tem feito um bem danado na minha vida.

Encerro esse texto pensando se começo a ler o livro que está na minha cabeceira — que comprei há quase dois anos — ou se assisto uma série da Netflix — que ainda não comecei porque estava fazendo as atividades do mestrado que deixei pra última hora. Espero decidir entre um dos dois antes de dormir, e caso eu não escolha nenhuma opção, quem sabe eu não volto aqui pra falar sobre indecisão.

Mariely Dalmônica é formada em jornalismo, mestranda em comunicação, bordadeira e trabalha com marketing digital. Quando não consegue fazer tudo isso ao mesmo tempo, estoura uma pipoca, escolhe um bom filme e espera o dia terminar.

--

--

Frestas
Frestas

Crônicas do cotidiano para refletir e ser uma fresta no seu dia a dia.