Aqui tem Mundial! Conheça todos os títulos brasileiros em Mundiais de clubes… de vôlei

Vítor Moura
Esporte em jogo
Published in
8 min readSep 17, 2019

Tanto no feminino quanto no masculino o Brasil faturou três títulos; Sada Cruzeiro ganhou todos do país na modalidade

Osasco foi campeão mundial em 2012 (Foto: Reuters)

É sempre bom falar de esporte, seja para debater em uma mesa redonda, de maneira mais formal ou em uma conversa com os amigos, aquele papo mais descontraído e animado. Nessas conversas, claro, sempre tem aquela pessoa que gosta de exaltar os títulos do seu time, ou as conquistas que o clube do outro não tem.

Para deixar a resenha pós-jogo mais vantajosa surge alguém que tem os dados na palma da mão, caso haja discordância de uma informação, principalmente em uma competição em especial, o Mundial de clubes.

Pensando nisso o Futeriosidades quer deixar você, torcedor, com as informações na ponta da língua, para assim já responder alguém quando os títulos falam mais alto. Sabia que o Brasil tem quatro clubes brasileiros tem títulos do Mundial de clubes… de vôlei? Um deles tem três em sua galeria. Confira abaixo todas as equipes que foram campeãs da Copa do Mundo de clubes de vôlei.

Feminino

1991 — Sadia EC

Sadia EC, pouco tempo e muitas conquistas

Logo no primeiro Mundial de clubes de vôlei feminino realizado deu Brasil. O Sadia Esporte Clube, fundado em 1988 (e que seria extinto exatamente em 1991) foi o campeão desta edição jogando em São Paulo, no Ginásio do Ibirapuera.

Pelo nome fica claro que o investimento de uma das marcas mais poderosas do setor alimentício brasileiro impulsionou a equipe a conquistar em três anos de existência simplesmente tudo o que disputou: três Campeonatos Paulistas (1988, 1989 e 1990), três Campeonatos Brasileiros (1988/89, 1989/90 e 1990/91) e um Mundial de Clubes (1991), justamente o único que disputou.

A primeira edição do maior torneio de clubes do mundo foi disputada em maio de 1991 com a participação de oito equipes, Sadia, Hitachi (Japão), Posta (Quênia) e Occhi Verdi (Itália) no grupo A e Mladost (ex. Iugoslávia), Colgate/Pão de Açúcar (Brasil), Yoghi (Itália) e Chrysler (EUA) no grupo B. O Sadia conquistou a vaga por ser a atual campeã brasileira.

Infelizmente as informações sobre a edição são escassas, mas na decisão brasileira o Sadia bateu o Pão de Açúcar e se sagrou o primeiro campeão mundial. Ida (Sadia) foi eleita a melhor jogadora, Marcia Fu a melhor sacadora e Fernanda Venturini a melhor levantadora do torneio.

1994 — Leite Moça/Sorocaba

O Leite Moça/Sorocaba foi campeão sem perder nenhum set (Foto: arquivo JCS)

A segunda vez em que o Brasil teve o melhor time do mundo foi três anos depois com o Leite Moça/Sorocaba atuando agora em Osasco, no Ginásio José Liberatti em novembro daquele ano.

Assim como o Sadia EC, a equipe de Sorocaba também teve vida curta, nasceu em 1993 e acabou em 1999, conquistando além do Mundial (1994), duas Campeonatos Sul-Americanos (1997 e 1998), três Superligas — Campeonato Brasileiro, mas Superliga pela nova nomenclatura — (1994/95, 1995/96 e 1996/97) e três Campeonatos Paulistas (1993, 1995 e 1998).

Além do Leite Moça/Sorocaba também jogaram o torneio o Parmalat/Matera (Itália) e Camaguey (Cuba) no grupo A e Uralochka (Rússia), BCN/Guarujá (Brasil) e Ecoclear/Pallavolo (Itália) no grupo B. Na fase de grupos dois 3 a 0 sobre as equipes de Cuba (15/9, 15/6 e 15/3) e Itália (15/7, 15/6 e 15/6).

A semifinal brasileira contra o BCN mais um 3 a 0 (15/3, 15/8 e 15/3) e na final, para consolidar o título daquele grande time, 3 a 0 no Parmalat/Matera (15/2, 15/4 e 15/8).

A melhor sacadora e jogadora daquela edição foi Ana Moser (também campeã em 1991 com o Sadia EC), Fernanda Venturini foi eleita a melhor levantadora pela segunda vez.

2012 — Sollys/Osasco

Osasco conquistou o mundo em 2012 (Foto: Divulgação CBV)

A última equipe brasileira campeã do Mundial de clubes de vôlei foi o Osasco (Sollys/Osasco na época) em 2012, pela primeira vez fora do país, na ASPIRE Dome, em Doha no Catar. Diferentemente das outras duas campeãs o Osasco permanece até os dias atuais como uma das melhores equipes do Brasil e do mundo.

A equipe conseguiu vaga para o torneio após o título do Campeonato Sul-Americano disputado no mesmo ano. Além dessa conquista o Osasco tem em seu currículo outros três Campeonatos Sul-Americanos (2009, 2010, 2011 e 2012), cinco Superligas (2002/03, 2003/04, 2004/05, 2009/10 e 2011/12), três Copas Brasil (2008, 2014 e 2018) e 14 Campeonatos Paulistas (2001, 2002, 2003, 2004, 2005, 2006, 2007, 2008, 2012, 2013, 2014, 2015, 2016 e 2017).

Disputando título mundial também estavam Rabita Baku (Azerbaijão) e Bohai Bank Tianjin (China) no grupo A, Fenerbahçe (Turquia), Lancheras de Cataño (Porto Rico) e Kenya Prisions (Quênia) no grupo B. Pela primeira fase o Sollys/Osasco bateu as chinesas por 3 a 0 (25/13, 25/14 e 25/20) e as europeias por 3 a 1 (22/25, 25/20, 25/19 e 25/20).

Na semifinal o desafio era contra as porto-riquenhas e a vitória veio fácil, 3 a 0 (25/15, 25/13 e 25/15). A final diante marcava o reencontro com as azerbaijanas e novamente o 3 a 0 no placar (25/16, 25/14 e 25/17) colocava a cidade da região metropolitana de São Paulo como a mais nova campeã mundial.

A oposta Sheilla foi a maior pontuadora e a melhor jogadora da competição e a dos nove prêmios oferecidos na competição apenas dois não foram para as campeãs. Thaísa foi a melhor atacante, Jaqueline a melhor receptora, Fabíola a melhor levantadora e Camila Brait a melhor defensora e líbero do campeonato.

Masculino

2013 — ASE Sada Cruzeiro

2013, o ano em que o Cruzeiro deu início a hegemonia no vôlei (Foto: Divulgação FIVB)

No masculino as conquistas demoraram a chegar, mas a partir de 2013 começou a grande fase do Sada Cruzeiro, simplesmente ganhou três mundiais em quatro anos. O primeiro deles, em 2013, foi conquistado no Ginásio Divino Braga, em Betim (Minas Gerais). O Cruzeiro tem apenas 13 anos de história, mas um galeria de dar inveja aos adversários.

Além dos três mundiais (2013, 2015 e 2016), também soma seis Campeonatos Sul-Americanos (2012, 2014, 2016, 2017, 2018 e 2019), seis Superligas (2011/12, 2013/14, 2014/15, 2015/16, 2016/17 e 2017/18), quatro Copas Brasil (2014, 2016, 2018 e 2019), três Supercopas do Brasil (2015, 2016 e 2017) e dez Campeonatos Mineiros (2008, 2010, 2011, 2012, 2013, 2014, 2015, 2016, 2017 e 2018).

Como equipe da país-sede o Sada Cruzeiro se classificou para o grupo B junto com Lokomotiv Novosibirsk (Rússia), Club Sportif Sfaxien (Tunísia) e La Romana VC (República Domninicana). Já no grupo A os integrantes eram UPCN Voley Club (Argentina), Trentino Volley (Itália), Panasonic Panthers (Japão) e Kaleh Mazandaran VC (Irã).

Na primeira fase duas vitórias por 3 a 0 contra os dominicanos (25/20, 25/22 e 25/16) e contra os tunisianos (25/16, 25/17 e 25/15), mas uma derrota por 3 a 2 diante dos russos (25/22, 21/25, 25/22, 19/25 e 14/16), classificando em segundo.

Na semifinal o oponente eram os argentinos do UPCN e os brasileiros não tomaram conhecimento, 3 a 0 (25/22, 25/18 e 25/20). A final seria a revanche contra o Lokomotiv Novosibirsk, e desta vez teve um final feliz para os brasileiros, mais um 3 a 0 (25/20, 25/19 e 25/20) e o primeiro mundial no vôlei masculino.

Nos prêmios domínio brasileiro, com Wallace eleito o MVP do torneio, além de melhor sacador, William o melhor levantador, Serginho o melhor líbero e Leal, na época cubano, o melhor ponteiro.

2015 — ASE Sada Cruzeiro

Mais uma revanche e mais um título (Foto: Divulgação FIVB)

Um ano após o quarto lugar no Mundial de 2014 e dois depois da primeira conquista como melhor do planeta, o Sada Cruzeiro voltou ao lugar mais alto do pódio e novamente atuando no Ginásio Divino Braga, em Betim (Minas Gerais).

Mais uma vez classificado como país-sede, o time mineiro teve como adversários na primeira fase o Zenit Kazan (Rússia) e o Capitanes de Arecibo (Porto Rico). No grupo B as equipes eram o Paykan Teerã (Irã), o UPCN Voley Club (Argentina) e o Ahly Sporting Club (Egito).

Com a vitória por 3 a 0 sobre os porto-riquenhos (25/13, 25/18 e 25/20) e derrota para os russos por 3 a 1 (20/25, 18/25, 25/19 e 20/25), os mineiros conseguiram vaga para a próxima fase novamente em segundo. Na semifinal um incrível 3 a 0 sobre os invictos iranianos (25/19, 25/17 e 25/17).

A final do Mundial parecia ter o mesmo script do torneio dois anos atrás, uma revanche aguardava o Sada Cruzeiro e outra vez os brasileiros saíram vitoriosos, 3 a 1 sobre o Zenit Kazan (25/20, 21/25, 27/25 e 25/21).

Leal foi eleito o melhor ponteiro e jogador do torneio, William o melhor levantador, Serginho o melhor líbero e Wallace o melhor sacador.

2016 — ASE Sada Cruzeiro

Um, dois, três vezes os melhores do mundo (Foto: Renato Araújo/Sada Cruzeiro)

Mundial de clubes no Ginásio Divino Braga, em Betim (Minas Gerais) parece ter campeão certo. O Sada Cruzeiro levou o bicampeonato seguido, o terceiro na história, jogando novamente em casa.

Agora com o rival Minas Tênis Clube na competição (o Cruzeiro se classificou com o título Sul-americano em 2016), o Cruzeiro enfrentou no grupo A Zenit Kazan (Rússia), Taichung Bank (Taipé Chines) e Tala’ea El-Gaish (Egito), enquanto no grupo B as equipes eram Diatec Trentino (Itália), Personal/Bolívar, UPCN/San Juan(Argentina) e Minas Tênis Clube (Brasil).

Na primeira fase três vitórias em três jogos, 3 a 0 nos asiáticos (25/10, 25/16 e 25/13) e africanos (25/18, 25/20 e 25/15) e 3 a 1 nos europeus (25/20, 20/25, 26/24 e 25/20).

A semifinal contra o Personal/Bolívar começou com o primeiro set argentino, mas a virada e a vaga na final veio logo em seguida (21/25, 25/15, 25/15 e 25/19). Seria possível a final ter mais uma revanche? Sim, dessa vez pelos russos do Zenit Kazan, mas o Cruzeiro mostrou que é o único que sabe fazer isso, 3 a 0 (25/21, 25/23 e 25/15) e o tricampeonato.

Após Wallace e Leal, William foi eleito o MVP do torneio, Evandro o melhor oposto e Serginho o melhor líbero.

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