O futuro é inteligente (Parte 1)

Não estamos falando de ficção científica e sim de tecnologias que já se encontram presentes em nossas vidas sem que tenhamos percepção disto.

Manoel Lemos
Futuro Agora
Published in
3 min readApr 5, 2019

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Estamos chegando na última etapa de nossa jornada pela transformação digital de nossas vidas e nossos negócios. Na coluna anterior vimos a importância dos dados para a criação de serviços e produtos digitais que sejam cada vez mais eficientes. Agora é hora de falarmos sobre como os mais recentes avanços da computação deixarão tudo ao nosso redor mais inteligente e transformarão de maneira profunda o mundo como conhecemos.

O termo da vez é Inteligência Artificial, ou AI, do inglês Artificial Intelligence. Simplificando bastante podemos dizer que Inteligência Artificial trata de programas de computadores e, logo, máquinas apresentando aspectos da inteligência humana como cognição, percepção, aprendizado e resolução de problemas. Parece algo novo, mas não é. As pesquisas começaram por volta de 1956, mas logo se viram numa encruzilhada onde os resultados eram pouco relevantes e os recursos para financiá-las, naturalmente, secaram. Mas o tema nunca deixou de ser um dos mais estudados no universo da computação e aos poucos muita coisa mudou. As diversas subáreas de pesquisa em AI começaram a se falar mais e em paralelo duas mudanças exponenciais criaram os elementos para uma revolução.

De um lado vimos o aumento massivo e exponencial da capacidade computacional disponível (literalmente um crescimento da ordem de 10 bilhões de vezes mais capacidade para um computador de 1956 se comparado a um de hoje). E por outro vimos, também suportado pela evolução na computação e na eletrônica, um aumento gigantesco nas informações e conhecimentos que temos sobre como o mundo funciona. Com isto pudemos criar softwares e algoritmos de inteligência artificial que estão sendo capazes de lidar com problemas que antes eram não triviais para computadores, robôs e outras máquinas.

O mais importante, não estamos falando de ficção científica e sim de tecnologias que já se encontram presentes em nossas vidas sem que tenhamos percepção disto. Um bom exemplo é a gigantesca evolução no processamento de linguagem natural (uma das subáreas da AI) que nos permite falar com nossos telefones celulares para solicitar informações, consultar nossas agendas e até mesmo disparar mensagens e outros aplicativos. Outra aplicação que já é trivial é o uso de visão computacional para reconhecimento facial (mais uma sub-área da AI) para organizar as milhares de fotos que tiramos com nossos celulares todos os dias. Tudo isto era impossível em termos práticos — na escala e custos de hoje — quando começamos a trabalhar com inteligência artificial. Hoje é algo que carregamos em nossos bolsos todos os dias.

Mas o que isto significa para nossas vidas e negócios? Com certeza teremos uma infinidade de produtos e serviços que tornarão nossas vidas mais fáceis e divertidas, como nos exemplos que já vimos. Porém, os impactos para os negócios serão brutais. Estamos diante de oportunidades que nunca tivemos antes, mas também seremos obrigados a encarar riscos e mudanças para as quais não estamos preparados. Mas isto ficará para nosso próximo papo.

Artigo publicado originalmente na coluna do Manoel Lemos na edição de 28 de Novembro de 2018 do Estadão e republicado aqui com a autorização do Estadão. Clique aqui para ler o artigo original.

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