Pílula de longa duração libera fármaco por semanas

Futuro da Medicina
Futuro da Medicina
2 min readMar 6, 2017

--

A pioneira cápsula de liberação lenta é capaz de durar 2 semanas no corpo e pode auxiliar pacientes que precisam tomar medicamentos todos os dias.

Quando pacientes têm de se lembrar de tomar um medicamento todos os dias ou várias vezes ao dia, a aderência ao tratamento costuma diminuir. Atrasar o horário da ministração das doses de um fármaco pode reduzir sua eficiência e, no caso de antibióticos, pode produzir uma mutação dos microorganismos que iria combater, tornando-os resistentes ao medicamento em questão. À vista disso, pesquisadores do MIT e do Brigham and Women’s Hospital, EUA, projetaram um novo tipo de pílula que, uma vez engolida, pode se prender ao revestimento do trato gastrointestinal e liberar lentamente seu conteúdo. A cápsula de liberação prolongada pode ser usada para reduzir a frequência de dosagem dos medicamentos, tornando mais fácil para os pacientes manter seu esquema de dosagem.

O comprimido é projetado de modo que um lado adere ao tecido, enquanto o outro repele alimentos e líquidos que poderiam retirá-lo do local. Sua estrutura em forma de estrela é munida de seis braços, permitindo que as moléculas da droga possam ser carregadas. Após ser engolida, o ácido do estômago dissolve sua camada externa, possibilitando que os braços se desdobrem e liberem sua carga útil. Uma vez expandida, a pílula tem capacidade suficiente para permanecer no estômago e evitar ser empurrada para o trato digestivo. No entanto, eventualmente, os braços se rompem e as peças são expelidas naturalmente.

Seu protótipo foi testado com uma droga do combate à malária chamada ivermectina, usada em campanhas de tratamento em massa para ajudar a eliminar a doença. Testes em suínos mostraram que a pílula pode manter a liberação de seu medicamento no estômago por duas semanas. Espera-se que versões futuras da cápsula proporcionem um fornecimento de fármacos ainda mais duradouro, abrangendo um mês ou mais. Os pesquisadores agora planejam fazer mais testes em animais para ajudá-los a sintonizar quanto tempo os comprimidos podem durar, a taxa em que os medicamentos são liberados e a capacidade de direcionar o material para locais específicos do corpo.

Comprimidos de longa duração podem ser especialmente úteis para pacientes idosos ou aqueles com condições mentais que muitas vezes não conseguem seguir as instruções da prescrição. Além de fornecer antibióticos, o material bilateral pode ajudar a simplificar os esquemas medicamentosos para a malária ou tuberculose, entre outras doenças. Segundo seus desenvolvedores, o sistema pode ser adaptado para receber diversas drogas e pode ampliar a eficácia de tratamentos que necessitem de medicação frequente, como hipertensão e Alzheimer.

Fonte: MIT

--

--

Futuro da Medicina
Futuro da Medicina

Os próximos passos da humanidade na medicina de alta tecnologia.