Imagens fotográficas, radiográficas e termográficas de pulmões lesados que foram recuperados com a nova terapia.

Técnica prolonga a vida de pulmões transplantados

Futuro da Medicina
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2 min readMar 27, 2017

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Os pulmões submetidos ao novo método demonstraram função normal após permanecerem fora do corpo por 56 horas.

Os transplantes de pulmão continuam a ser a única esperança para pacientes que sofrem de doença pulmonar terminal. Devido à escassez de doadores, muitas vezes os pacientes precisam aguardar um longo período em uma lista de espera, situação agravada pelo descarte frequente de pulmões de doadores. O tecido pulmonar é altamente suscetível a danos e perde a função quando extraído do corpo, muitas vezes tornando o órgão inviável ao ser transportado para centros de transplante. Uma nova plataforma de circulação cruzada desenvolvida por cientistas da Universidade Columbia, EUA, promete resolver esta questão. A técnica manteve a função do pulmão doado fora do corpo ao longo de 56 horas.

Os dispositivos atuais para preservação do órgão são capazes de suportar pulmões por cerca de seis horas antes do transplante, uma vez que não fornecem todos os fatores metabólicos e características essenciais para imitar seu ambiente natural. Para proporcionar essas condições, a equipe modificou uma técnica cirúrgica chamada circulação cruzada — na qual circulava sangue entre dois pacientes — para redirecionar o sangue do receptor para o órgão doador. Isto, juntamente com a engenharia cuidadosa para controlar os parâmetros homeostáticos, como o fluxo sanguíneo e a temperatura, permitiu o tratamento de pulmões lesados ​​e estendeu suas vidas até 56 horas antes do transplante bem sucedido.

A equipe enfrentou inúmeros desafios para simular com sucesso um ambiente semelhante ao corpo humano, incluindo o desenvolvimento de uma câmara de umidificação com temperatura controlada e uma bacia de água para imitar a cavidade torácica. Eles também formaram cânulas de vasos doados e projetaram um sistema dinâmico para ajudar a controlar a pressão sanguínea e o fluxo de sangue. Os pulmões que foram imediatamente colocados em circulação cruzada mantiveram o metabolismo saudável, não demonstrando qualquer declínio durante 36 horas. Os órgãos que passaram pela tradicional técnica de armazenamento frio tiveram sua saúde pulmonar reduzida, no entanto, a circulação cruzada eventualmente melhorou os parâmetros pulmonares para níveis aceitáveis.

Este novo método oferece esperança a muitos pacientes que estão na lista de espera para transplante pulmonar. A técnica tem potencial para ser aplicada a outros órgãos que também encontram-se com alta demanda e necessidade de reparação rápida, tais como fígado e rins. Agora, os pesquisadores concentram-se em investigar a interação da tecnologia com fatores diversos para que venha a ser viabilizada para aplicação clínica. Além disso, a plataforma de circulação cruzada viabiliza novas pesquisas sobre doenças pulmonares e possíveis terapias.

Fonte: Columbia University

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