Afinal, o que os futuristas realmente fazem?
Por Redação
O futurismo é campo de estudo multidisciplinar, que reúne estudantes, acadêmicos, profissionais da indústria, gestores de empresas de tecnologia, entusiastas e curiosos. Muitos deles se autointitulam futuristas.
Ao redor do mundo, existem diversas escolas de futurismo, cada qual orientada sob uma determinada perspectiva ou orientação ideológica. Em dezenas de universidades, o futurismo é ministrado em disciplina própria.
Muitas faculdades se dedicam a estudar o futuro. As pesquisas do futuro ou estudos do futuro se dividem em diversas modalidades. São exemplos: forecast(ing), foresight(ing) e scenarios (no entanto, ainda há muita divergência nas nomenclaturas adotadas e, ao que parece, estamos longe de chegar a um consenso).
O futurismo começou a ganhar relevância no Brasil nos últimos anos, mas muitas pessoas não compreendem em que consiste esse campo de estudo. Afinal, o que os futuristas realmente fazem?
A atividade dos futuristas
Buscando entender um pouco mais sobre a atividade destes profissionais, o colunista de tecnologia Christopher Mims, do The Wall Street Journal, conversou com quatro experts de diferentes áreas:
As conclusões a que chegou, após conversar com os profissionais, foram as seguintes:
1. Os futuristas não pensam muito sobre a mudança tecnológica no princípio
Primeiro, os futuristas estudam todos os demais fatores que impulsionam a mudança, analisando temas como distribuição da riqueza, educação, demografia, meio ambiente e meios de comunicação.
Para Mims, essa afirmação fez muito sentido, já que ninguém teria previsto a ascensão da Airbnb se concentrando apenas nas capacidades dos smartphones e da Internet.
2. Os futuristas desdenham aqueles que tentam prever o futuro
Nos círculos de debate dos futuristas, a tentativa de prever o futuro é vista como amadorismo. Prever crises financeiras, guerras e revoluções tecnológicas é impossível. Tudo pode acontecer no futuro.
Eventos podem rapidamente se sobrepor a outros, levando a efeitos de segunda e terceira ordem, isto é, implausíveis — até que aconteçam.
3. Os futuristas não preveem o futuro
O que os futuristas realmente fazem é avaliar tendências, ler sinais, criticar implacavelmente as próprias suposições e apresentar cenários (futuros) hipotéticos.
Por meio desse processo altamente estruturado, que pode durar dias ou até meses, os futuristas apresentam o maior número de cenários a um grupo de pessoas (por exemplo, o Conselho Diretivo de uma empresa).
Isso facilitará o trabalho do grupo que, ao ter ciência dos cenários, poderá tomar decisões com maior eficiência e se preparar, em maior ou menor grau (conforme a necessidade), para aquilo que poderá acontecer.
4. Os futuristas estão convencidos de que todos precisam começar a pensar como eles
O futuro não deve ser tarefa apenas dos futuristas.
A arte e a ciência do futuro estão rapidamente se tornando uma habilidade necessária, sobretudo no momento atual, em que a incerteza político-econômica é influenciada diretamente pela mudança tecnológica exponencial.
Assim como qualquer um pode elaborar um orçamento ou pensar de forma crítica, qualquer um pode ser futurista. É uma habilidade que toda pessoa responsável por tomar decisões de longo alcance pode (e deve) adquirir.
Você tem alguma opinião diferente sobre o futurismo e a atividade dos futuristas? Deixe seu comentário abaixo!
Fonte: Futuro Exponencial