Inteligência artificial pode agora detectar mais de 50 doenças oculares

Futuro Exponencial
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3 min readSep 16, 2018

Por Redação

O novo software foi desenvolvido pela DeepMind (Crédito: Adobe Stock)

Pesquisadores da DeepMind desenvolveram um software capaz de identificar dezenas de doenças oculares com a mesma precisão de um médico. O sistema, que utiliza algoritmos para detectar padrões comuns em dados, poderá acelerar os diagnósticos e ajudar no tratamento de doenças potencialmente fatais.

Mustafa Suleyman, chefe da DeepMind Health, classificou a iniciativa como “incrivelmente excitante”. Conforme ele, o software poderá transformar o diagnóstico, tratamento e gestão de pacientes com condições oftalmológicas ameaçadoras. Para Suleyman, a implantação nos hospitais deverá ocorrer em alguns anos.

Detectando doenças oculares

O software utiliza Deep Learning para ler tomografias de coerência óptica. (Só para ilustrar: o Deep Learning é uma técnica de Machine Learning que permite a sistemas informáticos aprender a analisar imagens. Desse modo, por ser uma técnica de Machine Learning é, consequentemente, uma técnica de Inteligência Artificial).

Já a tomografia de coerência óptica é um dos mais modernos exames oftalmológicos. Em suma, ele produz imagens de corte seccional das estruturas oculares. E tudo isso com alta resolução e em três dimensões (3D). O exame ajuda a detectar condições oculares de forma precoce, como glaucoma e retinopatia diabética.

Em síntese, a digitalização dos olhos do paciente em 3D leva em torno de 10 minutos. Feito isso, o software inicia uma varredura para avaliar a saúde dos olhos. Enquanto softwares como o IDx-DR só conseguem identificar a retinopatia diabética, o sistema da DeepMind é sensível para detectar mais de 50 condições oculares.

Só para ilustrar: a digitalização dos olhos do paciente em 3D leva em torno de 10 minutos (Crédito: DeepMind)

Teses preliminares

O software da DeepMind foi treinado em quase 15.000 exames de OCT oriundos de 7.500 pessoas. Os pacientes foram todos tratados em sessões do Moorfields, que é o maior hospital oftalmológico da Europa e da América do Norte. O sistema foi alimentado com exames e diagnósticos feitos por médicos humanos.

Em síntese, o trabalho é o resultado de uma colaboração entre Google, UCL e Moorfields Eye Hospital (Crédito: DeepMind)

Em primeiro lugar, o software aprendeu a identificar os diferentes elementos anatômicos do olho. Depois, aprendeu a oferecer diagnósticos a partir das varreduras. As ações foram comparados com diagnósticos de oito médicos humanos. Em suma, o sistema fez a mesma recomendação que os médicos em 94% das vezes.

O futuro da oftalmologia

As varreduras da OCT são uma ótima ferramenta para detectar doenças oculares. Em 2014, foram realizados 5,35 milhões de exames apenas nos EUA. Mas a interpretação dos dados leva tempo, atrasando os diagnósticos. Desse modo, o novo sistema da DeepMind poderá ajudar salvar a visão de milhões de pessoas.

O número de exames que estamos realizando está crescendo em um ritmo muito mais rápido do que os especialistas humanos são capazes de interpretar. Existe o risco de que isso possa causar atrasos no diagnóstico e tratamento de doenças potencialmente fatais. — Dr. Pearse Keane (oftalmologista que esteve envolvido na pesquisa)

Fonte: Futuro Exponencial

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