Nova técnica de implante de órgãos promete eliminar o risco de rejeição

Futuro Exponencial
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3 min readNov 20, 2018

Por Redação

Pesquisadores israelenses desenvolveram uma nova técnica de implante de órgãos, que utiliza as próprias células do estômago do paciente para projetar qualquer tipo de tecido. O método inovador reduz o risco de uma resposta imune e, com isso, a possibilidade de que o órgão implantado seja rejeitado.

A pesquisa foi coordenada por Reuven Edri, do Centro de Nanociência e Nanotecnologia da Universidade de Tel Aviv. O estudo, que contou com a colaboração dos doutorandos Nadav Noor e Idan Gal, foi publicado há poucos dias na revista Advanced Materials, especializada em ciência dos materiais.

Transplantes alogênicos e autólogos

Hoje, a maioria dos transplantes são alogênicos. Ou seja, dependem das células-tronco de um doador saudável. Essa modalidade de transplante salva milhares de vidas todos os anos. Contudo, há sempre o risco de rejeição do órgão pelo paciente. Isso sem falar na possibilidade de desenvolver células cancerígenas.

Mesmo com o crescimento do campo da engenharia de tecidos nos últimos anos, os pesquisadores ainda não desenvolveram um método de produzir implantes completamente autólogos. Ou seja, que dependa unicamente das próprias células-tronco do paciente, para diminuir o risco de rejeição.

O método inovador reduz o risco de uma resposta imune (Crédito: Adobe Stock)

Em suma, o novo método israelense planeja revolucionar os transplantes autólogos. A tecnologia permite projetar qualquer tipo de tecido para a medula espinhal, o coração ou mesmo o cérebro. Além disso, após o transplante é possível regenerar com eficiência qualquer órgão doente ou lesionado:

O implante não provoca uma resposta imunológica, garantindo a regeneração adequada do órgão defeituoso. — Prof. Tal Dvir (Pesquisador-chefe do Centro de Nanociência e Nanotecnologia da Universidade de Tel Aviv)

Implante de órgãos sem risco de rejeição?

Em síntese, os pesquisadores coletaram o tecido adiposo dos estômagos dos pacientes e separaram as células de outro material acelular. O material, então, foi transformá-lo em células-tronco pluripotentes. Ou seja, células aptas a se transformar em qualquer tipo de célula, de neurônios a células cardíacas.

De acordo com Tal Dvir, o método também permitirá projetar implantes adipogênicos para cirurgias reconstrutivas ou cosméticos. O pesquisador está convencido de que os implantes não serão rejeitados pelo corpo dos pacientes. Se isso realmente acontecer, estaremos diante de uma revolução no campo da Medicina:

Acreditamos que a tecnologia (…) nos permitirá regenerar qualquer órgão com um risco mínimo de resposta imune. — Prof. Tal Dvir

Convidado pelo Futuro Exponencial, o médico Dr. Leonardo Aguiar, pesquisador de Futurismo e cirurgião plástico em Blumenau (SC), ofereceu suas impressões sobre o método inovador de implante de órgãos:

A evolução da medicina durante os últimos milênios sempre foi pautada em alguns aspectos, como, por exemplo, “aumentar o paciente” ou “aumentar o médico”. No conceitos relacionados a aumentar o pacientes, aumentamos seus sintomas através de novos métodos de diagnóstico, amplificamos a nossa capacidade de escutar e entender os sinais que o corpo envia. Com essa nova tecnologia israelense quebramos mais um paradigma da ciência, aonde aumentamos o poder do corpo de uma forma sem precedentes. — Dr. Leonardo Aguiar

Fonte: Futuro Exponencial

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