Nova técnica de implante de órgãos promete eliminar o risco de rejeição
Por Redação
Pesquisadores israelenses desenvolveram uma nova técnica de implante de órgãos, que utiliza as próprias células do estômago do paciente para projetar qualquer tipo de tecido. O método inovador reduz o risco de uma resposta imune e, com isso, a possibilidade de que o órgão implantado seja rejeitado.
A pesquisa foi coordenada por Reuven Edri, do Centro de Nanociência e Nanotecnologia da Universidade de Tel Aviv. O estudo, que contou com a colaboração dos doutorandos Nadav Noor e Idan Gal, foi publicado há poucos dias na revista Advanced Materials, especializada em ciência dos materiais.
Transplantes alogênicos e autólogos
Hoje, a maioria dos transplantes são alogênicos. Ou seja, dependem das células-tronco de um doador saudável. Essa modalidade de transplante salva milhares de vidas todos os anos. Contudo, há sempre o risco de rejeição do órgão pelo paciente. Isso sem falar na possibilidade de desenvolver células cancerígenas.
Mesmo com o crescimento do campo da engenharia de tecidos nos últimos anos, os pesquisadores ainda não desenvolveram um método de produzir implantes completamente autólogos. Ou seja, que dependa unicamente das próprias células-tronco do paciente, para diminuir o risco de rejeição.
Em suma, o novo método israelense planeja revolucionar os transplantes autólogos. A tecnologia permite projetar qualquer tipo de tecido para a medula espinhal, o coração ou mesmo o cérebro. Além disso, após o transplante é possível regenerar com eficiência qualquer órgão doente ou lesionado:
O implante não provoca uma resposta imunológica, garantindo a regeneração adequada do órgão defeituoso. — Prof. Tal Dvir (Pesquisador-chefe do Centro de Nanociência e Nanotecnologia da Universidade de Tel Aviv)
Implante de órgãos sem risco de rejeição?
Em síntese, os pesquisadores coletaram o tecido adiposo dos estômagos dos pacientes e separaram as células de outro material acelular. O material, então, foi transformá-lo em células-tronco pluripotentes. Ou seja, células aptas a se transformar em qualquer tipo de célula, de neurônios a células cardíacas.
De acordo com Tal Dvir, o método também permitirá projetar implantes adipogênicos para cirurgias reconstrutivas ou cosméticos. O pesquisador está convencido de que os implantes não serão rejeitados pelo corpo dos pacientes. Se isso realmente acontecer, estaremos diante de uma revolução no campo da Medicina:
Acreditamos que a tecnologia (…) nos permitirá regenerar qualquer órgão com um risco mínimo de resposta imune. — Prof. Tal Dvir
Convidado pelo Futuro Exponencial, o médico Dr. Leonardo Aguiar, pesquisador de Futurismo e cirurgião plástico em Blumenau (SC), ofereceu suas impressões sobre o método inovador de implante de órgãos:
A evolução da medicina durante os últimos milênios sempre foi pautada em alguns aspectos, como, por exemplo, “aumentar o paciente” ou “aumentar o médico”. No conceitos relacionados a aumentar o pacientes, aumentamos seus sintomas através de novos métodos de diagnóstico, amplificamos a nossa capacidade de escutar e entender os sinais que o corpo envia. Com essa nova tecnologia israelense quebramos mais um paradigma da ciência, aonde aumentamos o poder do corpo de uma forma sem precedentes. — Dr. Leonardo Aguiar
Fonte: Futuro Exponencial