Os seres humanos poderão se reproduzir em Marte?

Futuro Exponencial
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Published in
3 min readMay 30, 2018

Por Redação

Afinal, será possível criar filhos no planeta vermelho? (Crédito: Shutterstock)

Estamos vivendo a era de ouro da exploração espacial. Empresas privadas e agências espaciais estão investindo bilhões de dólares para levar humanos ao cosmos, desde passeios orbitais até longínquos destinos como Titã, a Lua de Saturno. Mas há quem acredite que será Marte o próximo destino da humanidade.

Por incrível que pareça, o planeta vermelho está sendo considerado como um potencial “segundo lar” aos seres humanos. Empreendedores como Elon Musk estão apostando todas as suas fichas em futuras missões tripuladas, acreditando ser possível colonizar a superfície marciana a partir de 2024.

Sobreviver ou perdurar?

Mas nem tudo são flores em Marte. No livro How We’ll Live on Mars (2015), Stephen Petranek afirma que teremos de encontrar ao menos cinco recursos para assegurar nossa sobrevivência como uma espécie interplanetária: água, comida, abrigo, vestimenta e oxigênio. Para sobreviver, talvez. Mas e para perdurar?

De fato, o autor nada fala a respeito dos processos reprodutivos. Os seres humanos serão capazes de se reproduzir em Marte? Os primeiros colonizadores poderão ter filhos e, consequentemente, criá-los na atmosfera do planeta vermelho? As crianças marcianas nascerão com algum tipo de deformidade genética?

Os astronautas realmente poderão criar filhos na rarefeita atmosfera marciana? (Crédito: Shutterstock)

Fertilidade em Marte

Longe de ser mera diversão filosófica, entender como ocorrerão os processos reprodutivos é essencial para o sucesso da missão. Ao que tudo indica, Marte será um destino sem volta — e todos aqueles que decidirem se deslocar ao planeta vermelho provavelmente lá permanecerão até o resto de suas vidas.

Quando o assunto é reprodução em Marte, um dos aspectos que mais preocupa os cientistas é, sem dúvida, os efeitos da microgravidade. Em Marte, a atração gravitacional é de cerca de um terço da força da Terra. Como consequência, o corpo dos astronautas são submetidos a menos pressão e estresse.

Até aqui parece ótimo, não? Bem, por mais agradável que possa parecer, nossos corpos não estão adaptados para funcionar nessas condições. Estudos apontam que a atração gravitacional de Marte pode ocasionar perda da visão, deterioração de ossos, desidratação e até enfraquecimento do sistema imunológico.

Esse último aspecto é o que essencialmente põe em xeque as esperanças de reprodução. A microgravidade de Marte poderá resultar em imunossupressão significativa — um estado que aumentaria os riscos de aborto e, consequentemente, disseminaria facilmente doenças entre grávidas e não grávidas.

Soluções possíveis

Os processo reprodutivos em Marte foram o tema de um recente artigo publicado na revista Science Direct. De acordo com os pesquisadores envolvidos no estudo — dentre eles, um brasileiro –, os seres humanos poderão se reproduzir em Marte, mas não sem ajuda da melhor tecnologia e assistência médica.

Segundo os pesquisadores, uma das possíveis soluções será escolher cuidadosamente astronautas do sexo masculino e feminino com base em sua compatibilidade genética. Para se preparar aos desafios, os tripulantes também se submeterão a um rigoroso programa de treinamento psicológico.

E se não for possível conciliar a compatibilidade genética entre os astronautas? (Crédito: Shutterstock)

Mas, se não for possível conciliar a compatibilidade genética entre astronautas, uma alternativa será a engenharia genética. Segundo os autores, o método CRISPR viabilizaria a engenharia genética adaptativa, tornando as células dos viajantes mais resistentes à radiação e contribuindo aos processo reprodutivos.

Marte será necessária para a sobrevivência das colônias e sua posterior expansão. Infelizmente, tal esforço vem com desafios titânicos. — Konrad Szocik (Um dos envolvidos no estudo)

Com seu clima frio, atmosfera rarefeita e gravidade fraca, Marte será um lugar difícil para sobreviver. Que dirá, então, para criar filhos e sustentá-los… Ainda assim, os esforços para colonizá-lo parecem não cessar e há quem realmente acredite que planeta vermelho será o nosso segundo lar.

Fonte: Futuro Exponencial

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