Sem Futurismo não há inovação
Por Jaqueline Weigel
Inovação é mesmo o assunto do momento. Transformação digital, futuro, novos modelos, disrupção. Inovar já deixou de se incrementar o negócio com pequenas novidades ou olhar apenas a experiência do cliente.
Inovar no mundo atual requer criar o inesperado, o inimaginável, o absurdo. Significa oferecer ao mercado algo que ele não espera, por um preço baixo, acessível a milhares de pessoas. Futurismo está na moda, e passará a ser uma habilidade profissional nos próximos anos.
Líderes, gestores, empreendedores precisarão desenvolver a imaginação para continuarem à frente dos negócios. Esta semana, um dos mais reconhecidos empreendedores do Brasil, Conrado Schlochauer, da Affero Lab, postou um vídeo no Facebook falando que sem Futurismo não há inovação, e resolvi escrever sobre o tema.
Compreendendo o Futurismo
Futurismo, segundo o futurista Tiago Mattos:
É a disciplina que se propõe a imaginar cenários futuros, num tempo pós-emergente, sob forte influência do pensamento científico e inspirada pelo nascedouro de novas tecnologias e seus respectivos desdobramentos, com três grandes intenções: explorar possibilidades distantes da nossa realidade, traduzir estas abstrações para o grande público de maneira empática, ajudando, assim, a sociedade a tomar melhores decisões no presente. — Tiago Mattos
Jacques Barcia, futurista, narrative hacker na Futuring.Today e membro da Association of Professional Futurists (APF), diz no que:
Futurismo não é previsão, adivinhação e não tem qualquer compromisso com acertar. O futuro não pode ser previsto, posto que não existe. Mas futuros podem ser criados ou evitados e é isso que faz o futurista ao traçar cenários, oferecer visões e possibilidades que permitem a criação de estratégias. — Jacques Barcia
Para criar pequenas inovações de sustentação, os requisitos são básicos, quase lineares. Com base no que existe, criamos melhorias ou pequenas adaptações para que o negócio atenda seu cliente melhor ou para continuar tendo competitividade no mercado.
Mas a inovação agora precisa ser disruptiva, e a maioria dos CEOs ou empresários ainda não entende exatamente o que é a disrupção.
Esta é uma época em que as empresas começam a planejar 2018, e em sua grande maioria, a fórmula do Planejamento Estratégico continua sendo linear, a mesma da velha escola de negócios.
2017 já foi um ano relevante em termos de mudanças, planejar 2018 do jeito antigo é definitivamente andar para trás e colocar o negócio em alto risco. Hesitar ou adiar são decisões que comprometem o negócio nos próximos anos.
Para entender a inovação disruptiva, é preciso aprender sobre Futurismo. As decisões do presente nos negócios serão cruciais para os próximos anos. O Líder Exponencial que será o executivo relevante na próxima década precisa ter habilidades de futurista, segundo a Singularity University:
Um futurista cria previsões e imagina criar possibilidades futuras, aplicando uma profunda descentralização das tendências emergentes, aumentando a complexidade e a mudança.
Futurismo é assunto sério
É é preciso ter cuidado ao navegar neste mundo de previsões que podem virar profetizações. Quanto mais eu estudo, mais sei que não sei, e mais me preocupo com o que as pessoas farão com todos este aprendizado novo.
O que fazer na prática então, quando o assunto é inovação:
- Pesquise sobre as tendências e mudanças do mundo em diferentes fontes;
- Siga mais que uma teoria ou um pequeno grupo;
- Não tire conclusões ou tome decisões apressadas para seu negócio. Crie um pensamento lógico, enriqueça a discussão com pessoas diferentes;
- Toda mudança começa com pessoas, com a criação de uma nova cultura e com mudança de modelo mental que não é nada fácil;
- Trace um plano de inovação em vez de começar do ponto que pode ser o final do plano. Prepare sua empresa para a cultura de inovação;
- Não siga modismos. Pode custar caro para seu negócio.
O caminho da inovação é complexo como o mundo de hoje. Algumas empresas inovarão de forma tradicional, e isto garantirá mais alguns anos no mercado. Outras empresas nascem digitais e o caminho é menos árduo.
As que já são híbridas ou iniciadas estão testando caminhos, e assumir riscos é necessário. Não há garantias de nada para os próximos anos no mercado de negócios.
Para líderes de empresas muito tradicionais, a transformação digital talvez não seja possível, e spin offs podem ser uma saída. Já existem consultores sérios no mercado que podem mentorar sua empresa neste caminho.
O caminho é desenhado por você e pela sua equipe, em integração com mentores externos. Não existe um pacote de inovação pronto que você possa comprar ou copiar no mercado e garantir sua entrada no mundo digital.
De qualquer forma, inove! Estude sobre Futurismo, analise seu cenário presente e tome riscos. Este é o formato do novo mundo. Estamos todos aprendendo e testando.
Fonte: Futuro Exponencial