Startup anuncia planos para construir colônia humana na Lua
Por Redação
A startup japonesa Ispace, que recentemente arrecadou 10,2 bilhões de ienes (US$ 90 milhões) de investidores, anunciou planos para construir uma colônia humana na Lua. Chamado Moon Valley, o empreendimento será construído por robôs e deverá acomodar em torno de 1.000 pessoas até 2040.
Lua antes, Marte depois?
Um número crescente de cientistas e astronautas acredita que devemos se estabelecer na Lua antes de explorar planetas mais distantes, como é o caso de Marte. Isso porque, como refere o ex-astronauta canadense Chris Hadfield, a exploração espacial de longa distância apresenta muitas incógnitas.
Com um histórico de duas missões espaciais no currículo e tendo já comandado a Estação Espacial Internacional, Hadfield acredita que a humanidade deve aprender a viver fora da Terra antes de enviar humanos a Marte. E, para ele, a melhor maneira de se acostumar com a vida no espaço é se estabelecer primeiro na Lua.
Se depender da opinião de Chris Hadfield — e, especialmente, da startup japonesa ispace –, a Lua poderá se tornar o segundo lar da humanidade, que, segundo recentes projeções do Departamento de Assuntos Econômicos e Sociais da ONU, poderá atingir surpreendentes 9,8 bilhões de pessoas até 2050.
Uma colônia humana na Lua
O objetivo da ispace é construir robôs móveis para tornar a exploração lunar uma realidade. Os robôs (rovers) serão equipados com perfuratrizes e manipuladores, de modo a atender às diversas necessidades de exploração, e serão capazes de atravessar terrenos difíceis, para examinar crateras e claraboias.
Hoje, o rover desenvolvido pela startup é um pequeno veículo de 3,8 quilos. Com um corpo de fibra de carbono e rodas que se assemelham a moinhos d’água, Sorato foi projetado para extrair recursos valiosos da superfície lunar, que mais tarde poderiam ser usados para construir uma cidade.
O cronograma da ispace envolve lançar uma espaçonave na órbita lunar em 2019 e pousar um rover na Lua em 2020. A startup não esclareceu se esse rover terá o mesmo design do modelo atual, mas revelou que a finalidade da missão será estudar o satélite artificial da Terra em busca de recursos hídricos.
Após a experiência com o primeiro rover, a ispace deverá intensificar a procura de água, enviando novos veículos de exploração terrestre. Se tudo correr bem, a startup começará a desenvolver a habitação lunar a partir de 2021, com perspectivas de acomodar uma população de 1.000 pessoas até 2040.
Lua, o próximo destino
A Lua foi alvo de muito interesse na década de 60 e no início da década de 70, sobretudo pelos norte-americanos, mas acabou sendo relegada a segundo plano durante o governo de Richard Nixon (1969–1974), que privilegiou o direcionamento das verbas da NASA à construção de ônibus espaciais.
O satélite natural da Terra, que foi o centro das atenções no passado, voltou agora a ser alvo de interesse. Será que um dia os seres humanos serão capazes de viver na Lua? A ispace acredita que sim — e parece estar disposta a enviar dezenas de robôs móveis para atingir esse tão ambicioso objetivo.
Fonte: Futuro Exponencial