Toda criança deve aprender a programar desde cedo

Futuro Exponencial
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4 min readAug 30, 2017

Por Redação

Linguagens de computador são o idioma do futuro (Crédito: Shutterstock)

Estamos vivendo em uma era dominada por softwares. Nossas chamadas telefônicas passam por redes controladas pelos softwares. Nossos pedidos na Internet são realizados por intermédio de softwares. E, em um mundo no qual o software está em todos os lugares, saber programar se torna crucial.

Itens, utensílios e dispositivos que costumavam ser físicos estão se dissolvendo cada vez mais em linhas de código de computador. Não está convencido? Dê uma olhada no vídeo a seguir:

E, apesar de todos os avanços tecnológicos, ainda não vimos nada. O mundo da próxima geração será ainda mais digital. Em breve, nossas residências serão controladas por softwares, receberemos cuidados médicos pela Internet (software de novo!) e nossos carros serão autônomos (software, mais uma vez).

O software é a linguagem do nosso mundo. No futuro, não saber o idioma dos computadores será tão desafiador quanto não saber a própria língua materna. Por isso, é fundamental que toda criança aprenda a codificar desde cedo.

Aprendendo a programar

Qualquer pessoa pode aprender a codificar. Qualquer um é capaz de adquirir as habilidades básicas em poucas horas e, em poucas semanas, criar aplicativos e desenvolver sites.

A codificação é a arte de dizer a um computador como executar tarefas complexas. Saber codificar nos permite criar mundos virtuais dentro do computador onde o único limite possível é a nossa imaginação.

Stephanie Shirley, uma das pioneiras em computação mais respeitadas do Reino Unido, defende que as crianças devem ser introduzidas nos conceitos básicos da codificação desde cedo. A especialista acredita que devemos promover o amor pela resolução de problemas e pelos enigmas o quanto antes:

A maioria dos programadores bem sucedidos começam entre cinco e seis anos. Em certo sentido, esses anos são os melhores para aprender qualquer coisa. — Stephanie Shirley

O Reino Unido tem uma carência de programadores femininas. Nas escolas, apenas 9,8 % dos alunos de computação são meninas. Nas indústrias, apenas cerca de 20% dos engenheiras de software são do sexo feminino.

Stephanie Shirley é uma das pioneiras em computação mais respeitadas do Reino Unido (Crédito: The Guardian)

Homens que fundaram startups são quase duas vezes mais propensos a atrair fundos de capital de risco se comparados às mulheres. Por todas essas razões, Shirley pensa que ensinar crianças pequenas a programar, especialmente as meninas, é essencial para evitar que os estereótipos negativos se apoderem.

Mas, ao contrário do que se poderia pensar, ensinar crianças a programar não equivale a equipar a próxima geração para trabalhar como engenheiros de software. O que se busca, acima de tudo, é promover o pensamento computacional, uma das maiores poderosas ferramentas do mundo de hoje.

O pensamento computacional

Não importa se você é de exatas ou se é de humanas, decompor problemas complexos em problemas menores requer habilidades que são trabalhadas desde o princípio na Ciência da Computação: abstração, decomposição, reconhecimento de padrões e algoritmos.

Toda criança deve aprender a programar (Crédito: Shutterstock)

Um sociólogo pode filtrar e agrupar notícias de acordo com a linha editorial, identificar padrões de linguagem e classificá-los de acordo com grupos políticos. Um médico pode analisar casos similares de pacientes em busca de padrões, decompor sintomas e datas para criar um mapa epidemiológico.

Um mecânico deve ter um conjunto lógico de passos para realizar uma operação de reposição de peças em um veículo. Isso tudo são manifestações do pensamento computacional em diversas áreas do conhecimento.

É assim que as crianças irão cada vez mais se acostumar a pensar. E não é só nos Estados Unidos e na Europa que esse movimento está ocorrendo. Já existem no Brasil escolas especializadas em trazer esse conhecimento a crianças e adolescentes, como é o caso da SuperGeeks.

Como destaca Fausto Vanin, proprietário da referida escola de programação para crianças e adolescentes, localizada em Canoas (RS), na Grande Porto Alegre:

É o conhecimento da Ciência da Computação apresentado de uma forma lúdica e divertida, com games e desafios que fazem parte do universo infanto-juvenil. Os jovens que estudam aqui não vêm em busca de uma profissão, eles irão criar suas próprias profissões. — Fausto Vanin

De posse de novos modelos mentais, com técnicas e ferramentas que permitam uma postura analítica e criativa, os jovens de hoje estarão mais do que preparados para viver o futuro — estarão preparados para desenhá-lo.

Fonte: Futuro Exponencial

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