Cozinheiro justiceiro

Matheus Nakamura
Futuros de Curitiba
2 min readMay 12, 2016

Caro leitor,

Eu pretendo lhe contar, por meio desta carta como é meu dia-a-dia, um objeto do futuro. Sim, sou do futuro, e enviei esta mensagem por um meio que não convém falarmos agora. Pode me chamar de Bob (ou Robert) Fouet.

Bom, andei pesquisando muito sobre o passado para entender como as coisas funcionavam, sobre meus antepassados e como era a civilização humana. Comportamentos, carros, comunicação, violência, é tudo um pouco diferente(Se vocês acham que ai está violento, as coisas conseguiram piorar). Meus antepassados geralmente eram usados para preparar comida, misturar ingredientes, como farinha de trigo, ovo, chocolate em pó, fazer um purê. Hoje não é muito comum alguém ter um Fouet em casa.

Para preparar suas misturar as pessoas já contam com novas tecnologias que são muito mais praticas. Mas sempre tem alguém para guardar e usar a “panela velha”. Meu mestre é um bom cozinheiro, um excelente cheff, com seu próprio restaurante. Claro que ele dispõe de equipamentos modernos, mas ele gosta de ter coisas antigas. Enfim, preciso contar como sou utilizado. Meu mestre é uma pessoa um tanto excêntrica, com gostos peculiares. Vamos chamá-lo de Cheff, não quero expor sua identidade por motivos que você vai entender.

Cheff é um homem meio solitário, mas não infeliz. Ele é um homem que procura, acima de qualquer coisa ser justo, respeitar as pessoas e cuidar de quem merece cuidado. Porém, meu mestre não está do lado da lei e além disso. É o que podemos chamar de justiceiro, pois mata pessoas que julga desfavoráveis a sociedade. Mas o que torna esse homem tão peculiar não é seu trabalho extra-curricular, e sim a maneira como é feito, e o que ele faz depois.

Apesar de discreto, Cheff é extremamente violento. Sua arma é um fouet. Sim, eu. Não sou um fouet qualquer, sou de um material muito forte, firme e resistente. Para matar o alvo, meu mestre criou uma arma para me lançar. Eu giro e me locomovo em velocidade extremamente alta. Quando acerto o inimigo, causo um belo estrago.

Agora vem a parte que você pode chamar de mais repugnante. O que ele faz com o corpo. Bem, lembra que eu falei que Cheff tem um gosto um tanto excêntrico? Relacione isso com o fato de ele ser um excelente cozinheiro. Temos um justiceiro, cheff, canibal. Mas não pense que ele dá essa carne para outras pessoas, o cara não quer forçar ninguém a comer carne humana. E eu sou usado para preparar apenas a comida dele, por respeito aos clientes.

É isso. Não recomendo que sigam uma vida de justiceiro. Mas ela é bem empolgante.

Abraços de seu amigo do futuro,
Robert (Bob) Fouet
22/09/2056

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